Summary: | A sexualidade é uma condição humana presente em todas as fases de vida das pessoas. Neste estudo, objetivei compreender de que forma o tema sexualidade, condicionado culturalmente, é vivenciado na prática da assistência de enfermagem, pelas enfermeiras. Para tanto, adotei como opção conceitual a Antropologia Cultural, uma vez que ela apresenta uma concepção de sexualidade como construção histórica-social-cultural progressiva, singular, dinâmica, flexível e contextualizada, vale dizer, como uma elaboração prória de cada pessoa. A abordagem qualitativa adotada foi o método etnográfico e os dados foram obtidos por intermédio das técnicas do grupo focal e da entrevista semi-estruturada. Emergiram da análise dos dados os descritores culturais, que permitiram a identificação dos sub-temas: construções singulares, tornando-se enfermeira, vivenciando a sexualidade na assistência de enfermagem e descontruções e reconstruções. Acrescentei, nessa análise o capítulo emergindo analogias, que contém um confronto entre a representação do eu-enfermeira e a simbolização das deusas gregas, refletindo a forma como as colaboradoras experenciam o tema da sexualidade no fazer enfermagem. Este estudo viabilizou a expressão dos significados particulares acerca da sexualidade, junto com cada colaboradora; possibilitou perceber que tais significados foram condicionados ao longo da socialização específica de cada uma delas; e mostrou que vivência da sexualideade, na prática da assistência de enfermagem, tem sido singular a cada enfermeira. Isso tem oportunizado semelhanças e diferenças nas experiências, nas emoções e nas expressões vivenciadas no fazer enfermagem em relação a esta temática. Conclui-se ao final, que a interpretação cultural da sexualidade possibilita entender seus significados singulares e a que se relacionam; oportuniza a expressão das diferentes visões de mundo, no complexo contexto cultural da enfermagem; e permite aceitar o sincretismo, concorrendo para uma experiência qualitativamente mais significativa nessa prática e em relação a esse tema, tanto para a enfermeira, quanto para o sujeito do seu cuidado.
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Sexuality is a human condition present in all phases of people's life. In this study, I aimed at understanding how the theme sexuality, culturally conditioned, is experienced in the practice of nursing attendance by the nurses. For such, I have adopted as a conceptual option Cultural Anthropology, once it represents a conception of sexuality as historical-social-cultural construction, progressive, singular, dynamic, flexible and contextualized. It is still worth mentioning that is a person's own elaboration. The qualitative approach adopted was the ethnographic method and the data was obtained via techniques of focal group and semi-structured interview. From the data analysis, emerged the cultural reporters, that permitted the identification of the sub-themes: singular constructions, becoming a nurse and experiencing sexuality in nursing attendance, I added, in this analysis the chapter emerging analogies, which contains a confrontation between the representations of the I-nurse and the symbolization of the greek-goddesses, reflecting the way how the collaborators experience the theme of sexuality in performing nursing. This study made viable the expression of the private meanings about sexuality, together with each collaborator; it made possible to perceive that such meanings were conditioned along the specific socialization of each of them and, it showed that the experience of sexuality in the practice of nursing attendance has been particular to each nurse. This has allowed the existence of similarities and differences in the experiences, in the emotions and in the expressions experienced in performing nursing concerning this theme. It is concluded that the cultural interpretation of sexuality makes possible the understanding of its singular meaninigs and what they relate to; it provides an opportunity for the expression of the different views of the world in the complex cultural context of nursing and, it allows for the acceptance of syncretism, running for a qualitatively more significant experience in this practice and, in relation to this theme, both for the nurse and for the person under his/her care.
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