Summary: | O cultivo florestal do eucalipto foi introduzido no Brasil no início do século XX com o intuito de suprir de matéria prima as fornalhas e ferrovias em construção na época. A produção é destinada para os mais diversos propósitos e está ainda em ascensão, de tal forma que a área plantada ocupa atualmente mais de quatro milhões de hectares no país. Seu avanço, porém, traz consigo preocupações sobre os efeitos de seu cultivo sobre a fauna nativa, pois, embora possua perfil florestal, é ainda uma monocultura. A área do presente estudo localizase no município de Angatuba, Estado de São Paulo, na Bacia do Alto Paranapanema. O presente estudo abrangeu plantios com idades de um ano e quatro meses a quatro anos e dá continuidade ao estudo desenvolvido no início do plantio (0 a 2 anos e 11 meses) na mesma área por Martin et al. (2012), seguindo a mesma metodologia. A coleta dos pequenos mamíferos foi realizada por meio de armadilhas de interceptação e queda (pitfall) distribuídas em grade em trinta unidades amostrais numa paisagem silvicultural, formada remanescentes florestais nativos, capoeira e eucaliptal a partir da metodologia amostral utilizada pelo Programa de Pesquisa em biodiversidade (PPBio), do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Foram capturadas 11 espécies pertencentes às ordens Rodentia e Didelphimorphia comumente encontradas em ambientes alterados e paisagens agrícolas. Não houve diferença significativa entre os ambientes testados em termos de riqueza de espécies e abundância de indivíduos. Dessa forma, os eucaliptais atuaram como habitat para as espécies e não apenas como matriz permeável. Por esta razão, seu manejo, incluindo práticas culturais (e.g., adubação e controle de plantas \"daninhas\") deverá levar em conta seu uso pela fauna silvestre e não apenas sua rentabilidade. Pesquisas futuras nessa área devem ser por isso, priorizadas a fim de garantir a missão multifuncional da paisagem silvicultural.
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Eucalyptus plantation was introduced in Brazil on early twentieth century and it aimed to supply with feedstock the furnaces and railroads under construction at the time. The production had various purposes and is still rising; therefore, currently eucalyptus plantation occupies more than four million hectares in Brazil. Its progress, however, highlights some concerns about the effects of cultivation on the native fauna because eucalyptus plantation is a monoculture although it has forestry profile. The present study area is located in the municipality of Angatuba, State of Sao Paulo, in the Upper Paranapanema Basin. This study sampled plantations aged between one year and four months and four years and continued the study developed on early planting (0-2 years and eleven months) by Martin et al. (2012) in the same area therefore the present study followed the same methodology. The capture of small mammals was conducted using pitfall traps distributed in a grid with thirty sample units in a silvicultural landscape formed by native forest remnants, \"capoeira\" and eucalyptus plantation. This method is based on the sampling methodology developed by Biodiversity Research Program (PPBio) and Ministry of Science and Technology (MCT). We captured 11 species from the orders Rodentia and Didelphimorphia commonly found in disturbed habitats and agricultural landscapes. There was no significant difference between the tested environments in terms of species richness and abundance of individuals. Thus, the eucalyptus plantation acted as habitat to those species and not just as permeable matrix. For this reason, eucalyptus plantation management, including cultural practices (e.g., fertilization and weed control) should take into account its use by wildlife and not just its profitability. Future research in this area should therefore prioritize to ensure the multifunctional mission of silviculture landscapes.
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