Summary: | A presente tese se propõe a traçar uma genealogia da Vigilância Ambiental no Brasil. Partindo de um conjunto de chaves interpretativas da obra do filósofo Michel Foucault, congregamos um amplo leque de fontes documentais para compreender os primeiros sinais de uma incipiente medicina preventiva e sua agenda eminentemente ambiental, ainda em um Brasil pré-imperial, e observamos suas transformações em paridade com o desenvolvimento de nossa sociedade - buscando aí encontrar o mote biopolítico, dado que a construção da nação exigia medidas sanitárias que garantissem a saúde da população, ainda que não necessariamente por questões humanitárias. Acompanhamos a transição da agenda ambiental na saúde pública, que leva em conta os impactos do meio ambiente na existência humana para o movimento reverso, quando nos damos conta de que a humanidade está provocando danos possivelmente irreversíveis ao planeta - e como essa nova fase tem afetado nossa saúde. De maneira crítica e reflexiva, discutimos a formação e a dimensão biopolítica da Vigilância Ambiental na atualidade, dispondo de maiores e melhores recursos tecnológicos, mas atuando em uma governamentalidade neoliberal de redução de direitos - que afetam, inclusive, o direito à saúde.
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This thesis aims to trace the genealogy of Enviromental Surveillance in Brazil. From the standpoint a set of interpretative concepts of the philosopher Michel Foucault, we convey a vast array of documental sources to comprehend the first signs of an incipient preventive care and its respectable environmental agenda, still in a pre-imperial Brazil, and we observe its transformations parallel to the development of our society - aiming to find the biopolitical mote, given that the creation of the nation required sanitation methods that could guarantee the health of the population, even though not by strictly humanitarian reasons. We follow the transtition of the environmental agenda in our public health, which takes into consideration the impact of the environment in the human existence to the reverse movement, when we come to the realization that humanity has been causing possibly irreversible damage to the environment - and due to this also affecting our health. In a critic and self-reflecting way, we discuss the formation and the dimension of biopolitics of the Enviromental Surveillance in current day society, having access to a vast array of newer and better technological resources, but acting in a neoliberal governmentality of deprivation of rights, that also affect the right to health.
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