Participação de linfócitos B-1 na criptococose experimental
A criptococose é uma infecção fúngica causada pela levedura encapsulada Cryptococcus neoformans que acomete freqüentemente o meningoencéfalo de pacientes imunocomprometidos. No Brasil, cerca de 6% dos pacientes com AIDS desenvolvem a criptococose. A construção da resposta imune na criptococose e...
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Universidade de São Paulo
2004
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ndltd-IBICT-oai-teses.usp.br-tde-27102016-1841052019-01-22T00:26:08Z Participação de linfócitos B-1 na criptococose experimental B-1 lymphocyte participation in experimental cryptococcosis Eliver Eid Bou Ghosn Sandro Rogerio de Almeida Mario Mariano Momtchilo Russo Criptococose (Experimentos) Infecções bacterianas e micoses Linfócitos B (Aplicações terapêuticas) B Lymphocytes (Therapeutic applications) Bacterial infections and mycoses Cryptococcosis (Experiments) A criptococose é uma infecção fúngica causada pela levedura encapsulada Cryptococcus neoformans que acomete freqüentemente o meningoencéfalo de pacientes imunocomprometidos. No Brasil, cerca de 6% dos pacientes com AIDS desenvolvem a criptococose. A construção da resposta imune na criptococose envolve fagócitos e linfócitos T e B presentes no granuloma. Atualmente, são descritos três subtipos de linfócitos B: linfócitos B-1 a, B-1 b e B-2, o último conhecido como linfócito B \"convencional\". Os linfócitos B-1 (B-1a e B-1b) expressam concomitantemente imunofenótipo de macrófagos, células B e células T. Estes linfócitos receberam o nome de fagócitos mononucleares derivados de linfócitos B-1 e possuem a capacidade de migrar do peritônio até um foco inflamatório não específico, fagocitarem, expressarem antígeno e secretarem anticorpos e citocinas. Portanto, avaliamos a participação destes linfócitos B-1 na criptococose através de ensaios in vitro e in vivo com duas cepas diferentes de Cryptococcus neoformans variedade neoformans sorotipo A. Os linfócitos B-1 fagocitaram e destruiram as leveduras de Cryptococcus neoformans, principalmente na presença de complemento. Altas produções de NO encontradas no sobrenadante de cultura do ensaio de fagocitose associada à alta atividade peroxidásica e capacidade destes linfócitos em gerar EROs, poderiam justificar a alta atividade de \"killing\" encontrada nestes linfócitos B-1. Ainda, quando estimuladas com o fungo, os linfócitos B-1 secretaram principalmente IL-12 e IFN-γ, enquanto a IL-10 diminuiu significativamente. Na infecção experimental os camundongos BALB/xid, desprovidos de linfócitos B-1, apresentaram maior susceptibilidade à criptococose, com ambas as cepas, quando comparados aos camundongos BALB controle (BALB/c). Estes animais BALB/xid apresentaram maior carga fúngica nos órgãos baço, fígado e pulmão e morreram precocemente. A concentração de IL-10 foi maior nos órgãos dos camundongos BALB/xid, enquanto a IL-4 aumentou nos camundongos BALB/c. A concentração das citocinas de padrão Th1 (IL-12, IFN-γ e IL-2). consideradas protetoras na criptococose foi maior nos camundongos BALB/c. Além· da produção de citocinas protetoras, os órgãos dos camundongos BALB/c infectados com a cepa de menor cápsula apresentaram um maior população de linfócitos B-1. Estes linfócitos provavelmente estavam participando do processo inflamatório e contribuindo para a cura da infecção. Embora outras investigações sejam necessárias para melhor compreendermos a participação de linfócitos B-1 na criptococose, podemos considerar que estas células interagem com leveduras de Cryptococcus neoformans e podem ser decisivas para uma resposta protetora na criptococose experimental. Abstract not available. 2004-12-16 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/masterThesis http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9136/tde-27102016-184105/ por info:eu-repo/semantics/openAccess Universidade de São Paulo Farmácia (Análise Clínicas) USP BR reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP instname:Universidade de São Paulo instacron:USP |
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Infecções bacterianas e micoses Linfócitos B (Aplicações terapêuticas) B Lymphocytes (Therapeutic applications) Bacterial infections and mycoses Cryptococcosis (Experiments) Eliver Eid Bou Ghosn Participação de linfócitos B-1 na criptococose experimental |
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A criptococose é uma infecção fúngica causada pela levedura encapsulada Cryptococcus neoformans que acomete freqüentemente o meningoencéfalo de pacientes imunocomprometidos. No Brasil, cerca de 6% dos pacientes com AIDS desenvolvem a criptococose. A construção da resposta imune na criptococose envolve fagócitos e linfócitos T e B presentes no granuloma. Atualmente, são descritos três subtipos de linfócitos B: linfócitos B-1 a, B-1 b e B-2, o último conhecido como linfócito B \"convencional\". Os linfócitos B-1 (B-1a e B-1b) expressam concomitantemente imunofenótipo de macrófagos, células B e células T. Estes linfócitos receberam o nome de fagócitos mononucleares derivados de linfócitos B-1 e possuem a capacidade de migrar do peritônio até um foco inflamatório não específico, fagocitarem, expressarem antígeno e secretarem anticorpos e citocinas. Portanto, avaliamos a participação destes linfócitos B-1 na criptococose através de ensaios in vitro e in vivo com duas cepas diferentes de Cryptococcus neoformans variedade neoformans sorotipo A. Os linfócitos B-1 fagocitaram e destruiram as leveduras de Cryptococcus neoformans, principalmente na presença de complemento. Altas produções de NO encontradas no sobrenadante de cultura do ensaio de fagocitose associada à alta atividade peroxidásica e capacidade destes linfócitos em gerar EROs, poderiam justificar a alta atividade de \"killing\" encontrada nestes linfócitos B-1. Ainda, quando estimuladas com o fungo, os linfócitos B-1 secretaram principalmente IL-12 e IFN-γ, enquanto a IL-10 diminuiu significativamente. Na infecção experimental os camundongos BALB/xid, desprovidos de linfócitos B-1, apresentaram maior susceptibilidade à criptococose, com ambas as cepas, quando comparados aos camundongos BALB controle (BALB/c). Estes animais BALB/xid apresentaram maior carga fúngica nos órgãos baço, fígado e pulmão e morreram precocemente. A concentração de IL-10 foi maior nos órgãos dos camundongos BALB/xid, enquanto a IL-4 aumentou nos camundongos BALB/c. A concentração das citocinas de padrão Th1 (IL-12, IFN-γ e IL-2). consideradas protetoras na criptococose foi maior nos camundongos BALB/c. Além· da produção de citocinas protetoras, os órgãos dos camundongos BALB/c infectados com a cepa de menor cápsula apresentaram um maior população de linfócitos B-1. Estes linfócitos provavelmente estavam participando do processo inflamatório e contribuindo para a cura da infecção. Embora outras investigações sejam necessárias para melhor compreendermos a participação de linfócitos B-1 na criptococose, podemos considerar que estas células interagem com leveduras de Cryptococcus neoformans e podem ser decisivas para uma resposta protetora na criptococose experimental.
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Sandro Rogerio de Almeida |
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