Summary: | INTRODUÇÃO: A Região Metropolitana de São Paulo é a mais populosa do Brasil. A grande frota veicular contribui para uma maior concentração de poluentes atmosféricos. Diversos poluentes podem interferir na fertilidade humana, alterando os principais parâmetros seminais. Este estudo teve como objetivo avaliar a influência dos níveis atuais de poluição atmosférica de origem veicular nos parâmetros seminais em controladores de tráfego. MÉTODOS: Foram realizadas anamnese e avaliação clínica urológica (volume testicular, presença de varicocele, criptorquidia, má formações) em 62 controladores de tráfego da CET (grupo exposto) e 210 homens comprovadamente férteis do grupo de pré-vasectomia do ambulatório da urologia do HC-FMUSP (grupo controle). Os parâmetros seminais avaliados foram concentração, motilidade (quantitativa e qualitativa), morfologia pelos critérios da OMS e critério estrito de Kruger, teste para detecção de leucócitos e testes de função espermática, CK, ROS e anticorpo anti-espermatozóide. Parâmetros hormonais também foram avaliados. Avaliação de exposição à poluição foi realizada através da dispersão de poluentes registrado pela Cetesb, gerada pelo software SURFER 8.0. RESULTADOS: Os controladores de tráfego apresentaram volume testicular maior em relação ao grupo pré-vasectomia (p<0,001). Quanto aos níveis de Estradiol (p=0,119), LH (p=0,644), FSH (p=0,140) e Testosterona total (p=0,365), ambos os grupos apresentaram valores dentro da normalidade. A concentração espermática apresentou-se homogênea nos grupos (p= 0,395); os controladores de tráfego apresentaram média de 124,9 x 106/ml e os pré-vasectomia 110,1 x 106/ml. Os controladores de tráfego apresentaram motilidade quantitativa (total) reduzida (60%) em relação aos prévasectomia (65%) (p= 0,047). A motilidade qualitativa (progressiva) também se apresentou diminuída no grupo exposto (p<0,001). As morfologias espermáticas tanto pelo critério da OMS (grupo exposto = 12%; grupo controle = 20%), quanto pelo critério estrito de Kruger (grupo exposto = 3%; grupo controle = 6%) estavam significativamente diminuídas no grupo exposto em relação ao controle (p<0,001). O marcador de maturidade Creatina Quinase apresentou-se dentro da normalidade em ambos os grupos, porém maior no grupo controle (p<0,001). Anticorpos anti-espermatozóides estavam elevados nos dois grupos, porém não foi significativo (p=0,382). Radicais livres de oxigênio apresentaram-se em altas concentrações nos dois grupos, porém não foi significativo (p=0,141). CONCLUSÕES: A análise dos dados obtidos nessa pesquisa sugere que a poluição atmosférica exerce uma influência negativa sobre os parâmetros seminais motilidade e morfologia. Causa elevação dos níveis de ROS em todos os indivíduos, indicando perda da função espermática. Ainda demonstrou-se a elevação em todos os indivíduos dos níveis de anticorpos anti-espermatozóides, sugerindo que os poluentes teriam transposto a barreira hemato-testicular. O volume testicular do grupo exposto à poluição veicular apresentar-se maior em relação ao volume testicular do grupo controle nos leva a supor que isto se deva a uma reação inflamatória aos agentes poluidores. Apesar da diferença significativa na concentração de poluentes entre os grupos, uma correlação direta com parâmetros seminais não pôde ser demonstrada
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Metropolitan Region of Sao Paulo is the most populous of Brazil. The huge number of vehicles contributes for a higher concentration of air pollutants. Various pollutants can interfere in human fertility, altering the main seminal parameters. The aim of this study was to evaluate the influence of air pollution of vehicular origin on seminal parameters of traffic controllers. Clinical history and urological evaluation (testicular volume, presence of varicocele, cryptorchidism, bad formations) were carried out in 62 traffic controllers (exposed group) and 210 proven fertile men from the pre-vasectomy group of urologic clinic at Hospital of Clinics University of Sao Paulo (control group). Seminal parameters evaluated were concentration, motility (quantitative and qualitative), morphology by WHO´s criteria and Kruger´s strict criteria, test for detection of leukocytes and tests of sperm function, CK, ROS and antisperm antibody. Hormonal parameters also were evaluated. Exposition to air pollution was analyzed through the dispersion of pollutants recorded by Cetesb, generated in the software SURFER 8.0. Traffic controllers presented bigger testicular volume than prevasectomy group (p<0,001). Hormonal levels were at normal range in both groups; Estradiol (p=0,119), LH (p=0,644), FSH (p=0,140) and Total Testosterone (p=0,365). Sperm concentration was homogeneous in both groups (p= 0,395); traffic controllers presented mean of 124.9x106/ml and pre vasectomy group 110.1x106/ml. The exposed group presented quantitative (total) motility (60%) diminished than control group (65%) (p=0,047). The qualitative (progressive) motility was also diminished in the exposed group (p <0,001). The sperm morphologies as by WHO´s criteria (exposed group = 12%; control group = 20%), as by Kruger´s strict criteria (exposed group = 3%; control group = 6%) were significantly diminished in the exposed group (p<0,001). The sperm maturity marker Creatine Kinase was at normal range at both groups, but higher in the control one (p<0,001). Antisperm antibodies was elevated in both groups, however it was not significant (p=0,382). ROS presented higher concentrations in both groups, however it was not significant (p=0,141). The facts presented in this study suggest that air pollution exercises negative effects on the seminal parameters motility and morphology. It causes elevation of ROS levels in all individuals, indicating loss of sperm function. It also showed, elevation of antisperm antibodies levels, suggesting that pollutants would have transposed the blood-testis barrier. The testicular volume in the exposed group was higher than the testicular volume of the control group; we can suppose that it must occur due to an inflammatory reaction against the polluting agents. Although the significant difference in pollutants concentrations between groups, no direct correlation to seminal parameters could be demonstrated
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