Ensino de futsal para pessoas com deficiência intelectual

Atualmente as atividades físicas como contexto para intervenção em pessoas com deficiência intelectual (DI) tem sido alvo das mais variadas atenções. O número e a diversidade dos programas de intervenções motoras para essa população - como uma forma de influenciar diretamente alguns aspectos do...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Érica Roberta Joaquim Lago
Other Authors: Luiz Eduardo Pinto Basto Tourinho Dantas
Language:Portuguese
Published: Universidade de São Paulo 2013
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/39/39133/tde-26092013-073417/
Description
Summary:Atualmente as atividades físicas como contexto para intervenção em pessoas com deficiência intelectual (DI) tem sido alvo das mais variadas atenções. O número e a diversidade dos programas de intervenções motoras para essa população - como uma forma de influenciar diretamente alguns aspectos do seu desenvolvimento - têm aumentado significativamente nas últimas décadas. Este estudo teve como objetivo delinear um programa de ensino de futsal para pessoas com DI centrado nos conceitos das propostas táticas de ensino dos jogos esportivos coletivos (JECs), e verificar os efeitos dessa intervenção no desempenho das ações de jogo. A amostra desse estudo foi composta por 11 alunos com DI, com idade entre 18 e 40 anos, inscritos no programa de \"futsal especial\" realizado no Centro de Práticas Esportivas da USP (CEPEUSP). O programa foi desenvolvido por um período de quatro meses, sendo ministradas duas aulas por semana com duração de 1h20min cada, totalizando 30 aulas. Seis jogos formais, com duração de 8 minutos cada, foram utilizados para avaliação, sendo três filmagens pré-intervenção e três pós-intervenção, buscando abranger todos os alunos inscritos no programa. Para análise dos dados utilizou-se a primeira e a última filmagem de cada participante, observando a frequência das seguintes ações de jogo: progredir com a bola e/ou driblar, realizar o passe, finalizar, oferecer opção de passe, marcação atrás da linha da bola, marcação individual, marcação atrasada - classificadas como ações positivas - e finalização rifada, passe rifado, não atacar e não marcar - classificadas como ações negativas. Como resultado pode-se verificar que 9 alunos apresentaram maior total de frequência de ações ao término do programa, assim como aumento no número das ações positivas, enquanto apenas 2 alunos apresentaram frequência das ações de jogo semelhantes antes e após as intervenções. Considerando a soma das ações do grupo, nota-se que a frequência das ações de jogo positivas aumentaram de 262 para 347 após o programa, já as ações de jogo negativas apresentaram uma pequena alteração de 63 para 58. As ações de \"não atacar\" e \"não marcar\" foram as que sofreram maior redução ao término do programa, enquanto as ações de \"finalização rifada\" e \" passe rifado\" aumentaram na avaliação final, sugerindo maior envolvimento dos alunos durante os jogos. Como conclusão, acredita-se que um programa contextualizado nos JECs de invasão, sistematizado com base em um modelo de jogo que atenda as demandas dos alunos, abordando os conteúdos a partir das perspectivas táticas de ensino dos JECs, podem constituir um cenário bastante interessante para essa população. Os dados obtidos neste estudo denotam que a metodologia utilizada, amplamente difundida para populações sem deficiência, também pode ser exequível e eficaz quando aplicada à pessoas com DI === Nowadays, the attention from different areas has been drawn to the positive impacts of activities play when intervening with people with cognitive disabilities (CD). The numerous and diverse motor intervention programs focused on this population - as a means to directly impact some of their development features - have increased significantly over the last decades. The purpose of this paper is to outline a futsal teaching program for people with CD, which core is based on teaching tactical proposals through collective sports games (CSGs), and investigate the impact that intervention has on the game actions performance. The paper sample was composed of 11 individuals with CD, aged between 18 and 40 years, and enrolled in the \"special futsal\" program that takes place at the Centro de Práticas Esportivas da USP (CEPEUSP) (the Centre for Sports Practicing of Universidade de São Paulo). The program was conducted over a 4-month period, with 2 classes weekly, each lasting 1 hour and 20 minutes, totaling 30 classes. For assessment purposes, six formal games, lasting 8 minutes each, were carried out, including 3 film shootings pre-intervention and 3 post-intervention, with the aim of encompassing every individual enrolled in the program. For purposes of data analysis, the first and last filming of each participant were used, so that the frequency of the following game actions could be observed: moving forward with the ball and/or dribbling, passing the ball to other teammate, kicking towards the goal, positioning in pitch so as to be an option to receive a pass, marking between the forwards and the goal, man-to-man marking, late marking - all these classified as positive actions - and kicking the ball with no direction, making a pass with no direction, not attacking and not marking - all these were classified as negative actions. As a result, at the program\'s end it could be noted that 9 individuals showed an increase in the actions frequency in the aggregate, as well as an increased number of positive actions, whereas only 2 individuals showed similar frequency of actions both before and after intervention. Taking into account the whole group\'s actions in the aggregate, it is noted that frequency of positive game actions increased from 262 to 347 after the program conclusion, while negative game actions showed a slight change, from 63 to 58. At the end of the program, \"not attacking\" and \"not marking\" were the actions that experienced most significant decreases, whereas \"kicking with no direction\" and \"making a pass with no direction\" showed an increase at the final assessment, which suggests that individuals became more involved when they were playing. In conclusion, a program which context is invasion-type CSGs, based on a game model that meet the individuals\' demands and that address content derived from tactical viewpoints of CSGs teaching can be a rather interesting scenario for this population. Data gained from this study denote that the methodology used, which is largely disseminated among populations with no deficiencies, can be as feasible and efficient as when applied to people with CD