Aplicação da estimativa espaço-temporal da tolerância à perda de solo no planejamento do uso da terra

O Brasil é um dos principais países agrícolas do mundo e um dos únicos com possibilidade de expansão expressiva de sua área em produção e da produtividade. Entretanto, a contínua necessidade de incrementos da produção leva à ocupação de áreas menos aptas para a agricultura, com potencial aumento...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Gustavo Casoni da Rocha
Other Authors: Gerd Sparovek
Language:Portuguese
Published: Universidade de São Paulo 2013
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11140/tde-26072013-091837/
Description
Summary:O Brasil é um dos principais países agrícolas do mundo e um dos únicos com possibilidade de expansão expressiva de sua área em produção e da produtividade. Entretanto, a contínua necessidade de incrementos da produção leva à ocupação de áreas menos aptas para a agricultura, com potencial aumento da degradação do solo pela erosão. Neste contexto, a conservação do solo é uma variável importante e está, em parte, relacionada ao conceito de aptidão agrícola. Modelos de predição da erosão são ferramentas importantes no planejamento agrícola, entretanto, em muitas situações carecem valores de referência de tolerância. Como alternativa aos valores de referência o objetivo deste trabalho foi desenvolver espacialmente o conceito de tempo de vida da agricultura (TVA) para o território brasileiro, além de aplicá-lo em situações possíveis para o planejamento do uso da terra. A metodologia partiu da adequação de base de dados de acesso aberto dos parâmetros da equação de TVA. Para tanto, foram executadas regressões, equações de pedotransferência e cálculos com a Equação Universal de Perda de Solo (USLE). A aplicação do conceito TVA para i) bacias hidrográficas, por meio da mediana dos valores TVA; ii) biomas, o Brasil é signatário do acordo com o Convenção sobre Diversidade Biológica da Organização das Nações Unidas (CDB), considerando a conservação do solo uma variável na localização de novas Unidades de Conservação (UC), buscou-se identificar as áreas de menor tempo de vida potencial da agricultura (pTVA) como alvos prioritários para a criação de novas UC; iii) expansão da agricultura, buscou identificar as características das áreas de fronteira agrícola e de não fronteira em relação ao seu pTVA. Os principais resultados foram: i) é possível estimar parâmetros do solo por meio de regressões, captando entre 36% (argila) a 60% (matéria orgânica) da variância total; ii) a combinação de uso agrícola intenso e solos pouco profundos resultam em tempo de vida da agricultura menores, notadamente nos estados de Santa Catarina, Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais e no bioma Mata Atlântica.; iii) o bioma Amazônia e os estados do Mato Grosso do Sul e Bahia mostraram-se as regiões de maior tempo de vida; iv) na análise por subbacias, a que se encontra em melhor condição é a bacia Amazônica; v) a determinação de áreas prioritárias para a conservação foi possível e resultou em seis mapas com áreas mais sensíveis, geralmente associações de relevo ondulado e solos rasos; vi) a análise da relação com a agricultura mostrou que em áreas consolidadas não houve diferença entre os valores totais e aquele das áreas ocupadas com agricultura. Já em áreas de expansão houve tendência de escolha de áreas com tempo de vida da agricultura potencial mais alto, ou seja, com menor risco de erosão. Este fenômeno é esperado pela teoria de ajuste territorial da agricultura (agricultural adjustment). === Brazil is one of the main agricultural countries in the world and one of the only ones with the significant possibility expansion its agricultural area and productivity. The continuing need for the production increments leads to the occupation of less suitable areas for agriculture, with potentially increased soil degradation by erosion. In this context, soil conservation is an important variable and is partly related to the concept of land suitability. Erosion prediction models are important tools in agricultural planning, however, in many situations require reference tolerance values. As an alternative to reference values the aim of this study was to develop spatially the concept of Agricultural Lifetime (TVA) for the Brazilian territory, and apply it to situations possible for planning land use. The methodology was based on the adaptation of the public databases of the parameters of the TVA equation. Thus, we executed regressions, pedotransfer equations and calculations with Equation Universal Soil Loss (USLE). Applying the TVA concept to i) watershed analysis, through the median TVA values, ii) biomes analysis, Brazil is a signatory of the Convention on Biological Diversity of the United Nations (CDB) agreement, the given to conservation of soil a variable in locating new Conservation Units (UC), we sought to identify areas of lower potential agricultural lifetime (pTVA) as priority targets for creating new UC´s iii) expansion of agriculture analysis, was to identify the characteristics of agricultural frontier areas and not frontier in relation of pTVA. The main results were: i) it is possible to estimate soil parameters through regression, capturing between 36% (clay) and 60% (organic matter) of the total variance; ii) the combination of intense agricultural land use and shallow deep soils result in TVA lower, especially in the states of Minas Gerais, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Paraná and in the Mata Atlântica biome; iii) the Amazon region and Bahia and Mato Grosso do Sul states showed up places with longer life; iv) the analysis by subbasins, which are in the best conditions are the basins of the eastern Atlantic and Amazon; v) the determination of priority areas for conservation was possible and resulted in six maps with more sensitive areas, generally associations wavy relief and shallow soils deep; vi) the analysis of the relation with agriculture in consolidated areas showed that there was no difference between the totals and that the areas occupied by agriculture, already in frontier areas tended to choose pTVA areas higher, with less risk of erosion. This phenomenon is expected by the theory of agricultural adjustment.