Summary: | O presente estudo teve como objetivo descrever e analisar relatos de jovens aprendizes e estagiários sobre condições de trabalho, escola e saúde após ingresso no primeiro emprego. Foram utilizados diferentes instrumentos para a coleta de dados. Os dados qualitativos foram obtidos por meio de entrevistas individuais e coletivas com roteiro semi-estruturado. As análises desses dados foram realizadas a partir da metodologia de análise de conteúdo. Foi aplicado um questionário para a obtenção dos dados sócio-demográficos, condições de saúde, sono, hábitos e estilos de vida. Esses dados foram tabulados em planilhas ExcelTM. Participaram deste estudo quarenta jovens, aprendizes e estagiários, entre 14 e 20 anos, que trabalhavam há pelo menos seis meses, em diferentes setores e ramos de empresas, com jornada entre seis e oito horas diárias de trabalho. Todos os participantes estudavam no período noturno, curso técnico, ensino médio, ou faculdade e que, concomitantemente ao estudo e trabalho, frequentavam os programas de aprendizagem e estágio em uma Organização Não Governamental situada na zona Sul de São Paulo, capital. Os resultados desse estudo apontam o ingresso de adolescentes no trabalho cada vez mais cedo em busca de melhores condições financeiras para si e para família. Os jovens relataram passar por muitos desafios para conciliar as atividades pessoais, profissionais e acadêmicas. A extensa jornada diária de trabalho somada ao período de estudo noturno comprometeu, na maioria dos casos, o desempenho acadêmico e a saúde dos participantes. Os principais fatores prejudiciais à saúde relatados pelos jovens foram: falta de tempo para dormir, para se alimentar adequadamente, para praticar atividade física e a redução do tempo de lazer e convívio social com amigos e família. Os aprendizes e estagiários também mencionaram a falta de treinamento e o desconhecimento da legislação pertinente ao seu trabalho como fatores que contribuíram para as dificuldades apresentadas nos relatos sobre a realização de suas atividades laborais, na identificação de acidentes e doenças relacionadas com o trabalho
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This study aimed to describe and analyze reports of young apprentices and trainees on employment conditions, health and school after entering the first job. Different instruments were employed for data collection. Qualitative data were collected through individual and collective interviews with a semi-structured interview. The data analyzes were performed using the content analysis methodology. A questionnaire was applied to obtain the socio-demographic data, health status, sleep habits and lifestyles. Data were tabulated in ExcelTM spreadsheets. The study included forty young people, apprentices and trainees, ranging from 14 to 20 years old, who worked for at least six months in different sectors and branches of companies, with journey between six and eight hours of work. All participants studied in the evening, technical course, high school or college and, simultaneously to study and work, attending learning programs and educational work in an NGO located in the south of Sao Paulo, Brazil. The results of this study showed that getting better financial conditions for themselves and their families were the major reasons for start working earlier. One of the major challenges faced by the participants was dealing with work concomitantly to personal and academic activities. Long daily working hours in addition to the period of study undertaken at night had, in most cases, a reflex, upon academic performance and health of the participants. The main factors detrimental to health reported were: lack of time for sleeping, eating properly, for physical activity and for recreation and socializing with friends and family. Apprentices and trainees also have mentioned the lack of training, and/or not knowing the legislation regarding to their work as the main factors related to the difficulties for doing their task properly, identification of illnesses and work-related accidents
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