Recortes sobre o vazio. Considerações sobre a imagem em movimento nas artes plásticas
Todos meus filmes são artificiais, mas tudo é de alguma maneira artificial. Não sei ao certo onde o artificial acaba e o real começa. Warhol subtraiu tantos elementos da narrativa cinematográfica convencional a ponto de definir sua obra como artificial, no entanto, a percepção que se tem é a da...
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Universidade de São Paulo
2009
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Todos meus filmes são artificiais, mas tudo é de alguma maneira artificial. Não sei ao certo onde o artificial acaba e o real começa. Warhol subtraiu tantos elementos da narrativa cinematográfica convencional a ponto de definir sua obra como artificial, no entanto, a percepção que se tem é a da criação de algo original, novo e, ao mesmo tempo, de uma realidade que esbarra nos limites de seu próprio pensamento, de sua vida, ou seja, uma filosofia de si mesmo. É interessante notar que sua produção de filmes cessa logo depois do atentado sofrido por ele em 1968 em seu ateliê o artificial cessa a partir do confronto com o real, mas o que seria mais real do que sua obra? Como Danto define: Ele transformou o mundo que nós compartilhamos em arte, e se tornou parte desse mundo. E porque somos as imagens que compartilhamos com todas as outras pessoas, ele se tornou parte de nós. Warhol conseguiu transpor para a tela, de forma sutil, pequenos recortes cotidianos da vida moderna que habitualmente passam despercebidos por quem os vivencia, transformando-os através de seu olhar e trazendo à tona a essência, antes velada, de uma sociedade que se confunde com seus modos de produção. A obra do artista é aberta e, como tal, carece de um aprofundamento no que diz respeito à sua relação com a imagem em movimento e com os temas escolhidos por ele para a produção dos Screen Tests. O intuito desta pesquisa foi levantar questões cruciais que resultassem em um trabalho que atingisse, também, um nível analítico da obra de outros artistas como Bill Viola e Stan Brakhage e que, essencialmente, pudessem ser vivenciadas através de uma produção que permitisse um aprofundamento sensorial na obra de Warhol e que se igualasse à visão crítica do objeto deste trabalho.
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\"All my films are artificial, but then everything is sort of artificial. I don\'t know where the artificial stops and the real starts\". (Andy Warhol) Warhol has subtracted so many elements from the conventional cinema narrative that he defined his work as artificial. Nevertheless, the sense is that of something original, new and at the same time the perception of a reality that scratches the limits of his own thought, of his own life, that is, a philosophy of himself. Its interesting to notice that his film production ceases soon after the attack he suffered in 1968 in his studio - the artificial stops as it confronts with the real, but what could be more real than his work? As Danto states: He transformed the world we share into art and he has become part of this world. And, because we are the image we share with the others, he became part of us. Warhol managed to transpose to the screen, in a subtle way, thin daily cuts of modern life which habitually go unnoticed by those who experience them, transforming them through his eyes, and bringing about their scent, so far veiled, of a society that confuses itself with its production means. The artist has an open work of art which deserves deeper analysis concerning his relationship with the image in motion and the themes he chose for the production of the Screen Tests. This research intends to point out the crucial questions that could result in a work that could also reach an analytical level of works by other artists, such as Bill Viola and Stan Brakhage, and that they could essentially be experienced through a production that would allow a deeper sensorial analysis of Warhols work and could be leveled to the critical vision of the object of this work.
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