Summary: | Esse trabalho tem como objetivo maior a defesa pelo ensino de língua inglesa crítico e subjetificador, entendendo a subjetificação como dimensão da educação formal ainda carente de entendimentos e aplicações práticas uma vez que, tradicionalmente, as dimensões da qualificação e da socialização costumam ser mais enfatizadas em contextos formais de escolarização. Nesse sentido, a educação subjetificadora foi defendida como possibilidade de ruptura a ordens e funcionamentos sociais já existentes e previstos, bem como possibilidade de ressignificação e emancipação de sentidos e conteúdos habitualmente trabalhados na escola básica, que, por meio da crítica, promovam a agência, o exercício de cidadania participativa e a emergência de subjetividades mais condizentes com a natureza complexa dos sujeitos na contemporaneidade. Os horizontes aqui perseguidos foram idealizados e defendidos por meio de pesquisa bibliográfica em torno de questões associadas ao campo da educação crítica, dos múltiplos letramentos necessários e presentes na sociedade globalizada e tecnologizada, e do Letramento Crítico como epistemologia fundante do trabalho com linguagens, textos, e portanto, subjetividades e identidades presentes no cotidiano escolar. Os dados apresentados e debatidos ao longo dos capítulos originaram-se de um período de observação de aulas de inglês e conversas com alunos de uma turma de Ensino Médio de uma escola pública da Grande Vitória (ES), cujas interações aqui expostas se estabeleceram por meio de uma pesquisa-ação crítico-colaborativa culminando no desenvolvimento de uma proposta didática baseada nos princípios teóricos aqui defendidos. Tal proposta, desenvolvida junto ao docente colaborador desse estudo, visava um maior engajamento dos aprendizes daquele contexto diante da constatação de seu pouco envolvimento com as práticas de sala de aula, especialmente traduzido por atitudes indiferentes e pelo pouco investimento por parte dos mesmos na aprendizagem de língua inglesa, atitudes essas possivelmente influenciadas pelo discurso do fracasso ou da deficiência do ensino público, bem como pelo fenômeno da neoliberalização e suas subjetividades opressoras. A partir de noções Pós-modernas de sujeito e da linguagem, as questões aqui levantadas mostraram que a subjetificação pode ser um caminho para que aprendizes de língua inglesa se tornem mais conscientes dos lugares que ocupam na sociedade, bem como daqueles que desejam ocupar pelo investimento que fazem ou ao qual estão assujeitados pelas práticas escolares às quais estão expostos, e que, por vezes, não os representam. O debate aqui empreendido se inicia no Capítulo I discutindo a constituição do sujeito pela linguagem. O Capítulo II trata de noções relacionadas ao engajamento discente, enquanto que, no Capítulo III a proposta de intervenção baseada no Letramento Crítico é apresentada e discutida. No Capítulo IV, o processo subjetificador emergente da práxis científico-pedagógica é debatido, e por fim, reflexões sobre coletividade e responsabilidade emergentes da complexidade das relações e dos processos subjetificadores vivenciados pelos sujeitos aqui expostos concluem o estudo.
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This work has as its main objective the case for a critical English education based on the notion of subjectification, discussed here as a dimension of formal education still lacking understanding and practical applications once, traditionally, the dimensions of qualification and socialization have usually been more emphasized in formal schooling contexts. In this sense, subjectification is defended as a possibility of rupture from already existing and predicted social orders and functionings, as well as the possibility of emancipation through the re-design of meanings and contents usually transmitted in basic school practices, which, through critique, should promote agency, the exercise of active citizenship and the emergence of subjectivities more consistent with the complex nature of subjects in contemporary times. The horizons pursued here are idealized and defended by means of bibliographical research around issues related to the field of critical education; the multiple literacies needed and present in the global and technological society we live in, and, Critical Literacy as a foundation epistemology for working with languages, and therefore, the subjectivities and identities present in school routines. The data presented and discussed throughout the chapters originated from a period of observation of English lessons and conversations with students of a public high school class in Grande Vitória (ES, Brazil), with whom interactions were established through a critical-collaborative action research project culminating in the development of lesson plans based on the theoretical principles defended here. This intervention, developed with the collaborator teacher of this study, aimed at increasing students engagement in the face of their lack of involvement with the classroom routines, indifferent attitudes and little investment in the learning of English; which, were possibly influenced by the discourse of failure or deficiency of public Brazilian education, as well as by the phenomenon of neoliberalization and its oppressive subjectivities. Stemming from Postmodern notions of the subject and language, the issues raised here have shown that subjectification can be an orientation for English-speaking learners to become more aware of the places they occupy in society as well as those they wish to occupy through the investment they make or which they are subject to by the school practices they are exposed to, which, many times, unfortunately, do not represent them. The debate carried out here begins, thus, in Chapter I, with a discussion on the constitution of the subject through language. Chapter II deals with notions related to student engagement, while in Chapter III the intervention plan based on Critical Literacy assumptions is presented and discussed. In Chapter IV the subjectification process emerging from the scientific-pedagogical praxis is debated, and finally, reflections on collectivity and responsibility emerging from the complexity of the relations and subjective processes experienced by the subjects here exposed conclude the study.
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