Summary: | Transições profissionais são cada vez mais comuns no mundo do trabalho. Para o médico, estas tomam uma dimensão maior considerando o tempo e o custo da formação, sendo ainda tema pouco estudado. O objetivo deste trabalho é compreender as vivências de médicos que reescolheram a especialidade, investigando os fatores envolvidos e o significado da mudança. Em uma abordagem qualitativa, foram realizadas entrevistas com médicos que mudaram de especialidade depois de trabalhar na área pelo menos um ano. Foi observado que poucos médicos trocaram sua especialidade por mudança ou ampliação de interesse. A maioria ficou insatisfeita com a primeira área escolhida já com pouco tempo de prática. Sobrecarga, organização do trabalho, estresse com o cotidiano da prática e estilo de vida decorrente da área foram os fatores de desgaste. Apesar das críticas do meio social, a transição foi possível, com rápida empregabilidade. Referiram grande satisfação com a nova prática e não representaram a mudança como falência na trajetória profissional. Como estratégia individual para lidar com a insatisfação, a mudança de especialidade parece positiva. Por outro lado, é importante refletir se com a reescolha não existe o risco de um vazio de significações, para o próprio sujeito e as práticas médicas como um todo
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Professional transitions are complex and more frequent in the work environment. The professional change gets a greater importance to doctors due to the cost and duration of the study period. This is a subject still with few studies. The objective of this study is to understand doctors experiences from the ones submitted to redefinition of their medical specialties, analyzing the issues involved and the meaning of the change. The method used was a qualitative study based on speeches of doctors that concluded the first graduation and worked at least one year in one medical specialty. The results show that few doctors changed specialties considering development in other areas of interest. Excessive workload, stress with daily activities, work organization, lifestyle were the main reasons for wear. Despite of experienced social criticism, quickly obtained another job and described their new experience with great satisfaction. It does not mean failure in the career path. Conclusion: As a strategy to deal with dissatisfaction, the change on medical specialty is positive. On the other hand, it is important to evaluate whether or not the new choice involves risk of no meanings to individual or to medical practices
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