Summary: | Este estudo teve como objetivos, i) investigar a composição taxonômica das duas vertentes da Serra da Mantiqueira (Parque Estadual de Campos do Jordão e Região de Pindamonhangaba) e da Serra do Mar (Núcleos Santa Virgínia e Picinguaba), com base na coleta de larvas e alados, ii) analisar quais as escalas espaciais (mesohábitat, riacho, vertente e serra) que melhor estruturam as comunidades de Ephemeroptera e iii) identificar e quantificar as variáveis ambientais que influenciam as comunidades de larvas de Ephemeroptera. Considerando o esforço conjunto de todos os métodos de coleta foram registradas oito famílias 33 gêneros e 21 espécies, das quais oito famílias 28 gêneros e 18 espécies na Serra da Mantiqueira e sete famílias 30 gêneros e 15 espécies no Parque Estadual da Serra do Mar. As duas serras apresentaram uma porção bastante significativa da riqueza taxonômica do Brasil, 41% e 45% dos gêneros e 80% e 70% das famílias, respectivamente. A alta riqueza registrada no estudo pode ser relacionada à metodologia de coleta empregada que abrangeu a coleta de larvas e alados e explorou diversos mesohábitats e riachos. Considerando todo o modelo hierárquico, houve variação significativa da riqueza e abundância das comunidades entre as quatro vertentes e os mesohábitats pedra e folha/corredeira. No entanto, a maior variação ocorreu entre as réplicas de um mesmo mesohábitat, refletindo o padrão de distribuição agregada das comunidades de Ephemeroptera. A maior riqueza foi encontrada no mesohábitat pedra/corredeira e na vertente que abrange o Núcleo Santa Virgínia. A ordenação mostrou tendência de segregação das amostras de cada vertente e tipo de mesohábitat. Essa tendência de segregação foi corroborada pela análise de variância multivariada (Permanova). Assim, a estrutura espacial das comunidades de larvas de Ephemeroptera parece predita pelos fatores ambientais da escala local ligadas aos mesohábitats e pelos fatores de maior magnitude da escala regional, associados às vertentes. A Análise de Redundância (RDA) evidenciou a altitude, condutividade elétrica, temperatura da água e Resumo Geral 10 largura como as variáveis ambientais locais que mais contribuíram para explicar a estrutura das comunidades. No entanto, as variáveis ambientais locais explicaram apenas 19,3% da variabilidade na abundância dos gêneros, 7,9% da variabilidade foi explicada pelas variáveis ambientais indissociáveis da matriz geográfica, 23,4% foi explicada pela posição geográfica dos riachos e 49,4% permaneceu inexplicada. Os resultados encontrados nesse estudo destacam a contribuição semelhante das variáveis ambientais locais e da posição geográfica dos riachos na estruturação das comunidades, indicando que além das variáveis ambientais locais os processos biológicos contagiosos, como dispersão, também influenciaram a estrutura das comunidades de larvas de Ephemeroptera na região estudada
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The purpose of this study was to i) inventory the taxonomic composition the mayfly fauna, larva and adult, in two slopes of the Mantiqueira Mountains (Campos do Jordao State Park and Pindamonhangaba Region) and of the Serra do Mar (Santa Virginia and Picinguaba Nuclei), located in São Paulo State, ii) analyze the spatial scales (mesohabitat, stream, slope and mountain) that best explain the spatial structure of Ephemeroptera assemblages and iii) identify and quantify the environmental variables that affects the communities of Ephemeroptera larvae. In all, 8 families, 33 genera and 21 species of Ephemeroptera were recorded. In the Serra da Mantiqueira 8 families, 28 genera and 18 species were found and in the Serra do Mar, 7 families, 30 genera and 15 species. Both mountains had a very significant portion of the genera reported to Brazil (41% and 45% of genera and 80% and 70% of families, respectively). The high Ephemeroptera richness in the areas may be related to the sampling methodology used, that included the collection of larvae and adults and explored several kinds of mesohabitats and streams. Considering the entire hierarchical model, there was a significant variation in both richness and abundance of the assemblages among the four slopes and between stone and leaf mesohabitats. Moreover, the highest variation in richness and abundance occurred among the samples from the same mesohabitat, which reflects the clumped distribution pattern of the assemblages of Ephemeroptera. Stone was the mesohabitat with the highest estimated richness, similarly Santa Virgínia Nucleus was the slope with highest estimated richness. The ordination showed a trend of segregation of samples from slopes and mesohabitats, this trend was confirmed by multivariate analysis of variance (Permanova). Thus, the spatial structure of the assemblages seems predicted by environmetal factors of local scale related to mesohabitats and the features of regional scale, associated with slopes. The Redundancy Analysis (RDA) showed elevation, electrical conductivity, water temperature and width as the local environmental variables that contributed most to explain the spatial structure of communities. However, local enrironmental factors explained only 19.3% of the data variability, 7.9% of the General Abstract 12 data variability was explained by environmental variables inseparable from the geographical matrix, 23.4% was explained by the geographical location of streams and 49.4% remained unexplained. The results of this study showed the similar contribution of local environmental variables and the geographic location in the community structure, indicating that the biological processes, as dispersal, also influenced the structure of the assemblages of Ephemeroptera larvae.
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