A função do corpo na filosofia de Schopenhauer: conhecimento, metafísica e o problema da Coisa em si

Esta dissertação procura destacar e compreender a função da noção de corpo na filosofia de Arthur Schopenhauer, especialmente em suas reflexões consagradas à metafísica e à teoria do conhecimento. O corpo é melhor compreendido e ao mesmo tempo destacado, no interior do sistema schopenhaueriano,...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Daniel Quaresma Figueira Soares
Other Authors: Eduardo Brandão
Language:Portuguese
Published: Universidade de São Paulo 2010
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-23032010-124103/
Description
Summary:Esta dissertação procura destacar e compreender a função da noção de corpo na filosofia de Arthur Schopenhauer, especialmente em suas reflexões consagradas à metafísica e à teoria do conhecimento. O corpo é melhor compreendido e ao mesmo tempo destacado, no interior do sistema schopenhaueriano, quando se percebe que sua função está vinculada ao posicionamento do filósofo em relação à chamada polêmica da coisa em si do período pós-kantiano. A introdução da noção de corpo permite a Schopenhauer combater os dois desafios legados por essa polêmica: por um lado, o corpo ajuda a erigir uma teoria do conhecimento que não pretende recair num dogmatismo consistente na afetação da sensibilidade pela coisa em si; por outro lado, o corpo aparece ao mesmo tempo como via de acesso ao em si e como operador central de um argumento de analogia que, ao possibilitar o reconhecimento da coisa em si em todos os fenômenos, combate diretamente o solipsismo. === The present thesis propounds the spotting and comprehension of the function of the notion of body in Arthur Schopenhauers philosophy, particularly in regard to his reflections upon metaphysics and epistemology. The body is better understood through the awareness of the fact that in Schopenhauers set of ideas the function of the body is entwined with the philosophers view on the so-called controversy about things in themselves from the post-kantian period. The introduction of the concept of body provides Schopenhauer with authority to negate two obstacles thrived on that controversy. On the one hand, the body fosters a knowledge which does not intend to be led to a dogmatism of the affection of sensibility by things in themselves, but on the other, the body is here reckoned as a means to access the thing in itself and as the core of an analogy argument which nullifies solipsism whilst favours the recognition of things in themselves in every phenomenon.