Summary: | Diversos estudos filogenéticos moleculares em Iridaceae confirmam o monofiletismo de Trimezieae. Entretanto, a tribo é pobremente caracterizada e carece de sinapomorfias morfológicas que a sustentem. Por outro lado, o gênero Pseudotrimezia, apesar de morfologicamente bem caracterizado, nunca teve seu monofiletismo investigado. Estudos envolvendo a tribo Trimezieae demonstram que caracteres anatômicos podem contribuir para a taxonomia do grupo além de auxiliar na sua reconstrução filogenética. No presente estudo foram realizados estudos filogenéticos envolvendo caracteres morfológicos e moleculares, separadamente e em análise de evidência total. Foram levantados 50 caracteres morfológicos, incluindo anatomia foliar, em Pseudotrimezia e nos gêneros relacionados, Neomarica e Trimezia. Os caracteres moleculares foram obtidos de três regiões plastidias (trnG, trnH-psbA e trnK) e uma nuclear (ITS). A análise de parcimônia com os dados morfológicos resultou em uma filogenia com Pseudotrimezia monofilético, sem sustentação, enquanto Neomarica e Trimezia emergem como polifiléticos. Assim, os caracteres morfológicos mostraram-se insuficientes para a compreensão da história evolutiva do grupo. A análise de evidência total apresenta Pseudotrimezia monofilético em um clado bem caracterizado morfologicamente sustentado por 10 sinapomorfias homoplásticas. Não obstante, Trimezia e Neomarica emergem agrupados em quatro clados distintos, a maioria sem sustentação, revelando que os gêneros reconhecidos na tribo Trimezieae não correspondem a grupos monofiléticos. As análises filogenéticas fornecem um arcabouço para discutir a sistemática de Pseudotrimezia, gênero endêmico dos campos rupestres da porção mineira da Cadeia do Espinhaço. Apesar de sua distribuição restrita e morfologia floral relativamente uniforme, 24 nomes surgiram desde sua criação em 1945, e muitas das espécies são endêmicas de localidades restritas. É apresentada a revisão de 16 espécies reconhecidas, respectivos mapas de distribuição, ilustrações e chave de identificação
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Several molecular phylogenetic studies focusing on Iridaceae contribute to confirm Trimezieae as a monophyletic group. Despite that, the tribe is poorly characterized and lacks morphological synapomorphies as support. On the other hand, Pseudotrimezia is morphologically well characterized, but its monophyly has never been investigated. Anatomical studies carried out with tribe Trimezieae indicates that this kind of data can be a good source for taxonomic and phylogenetic analyses. This study performed phylogenetic analysis using morphological and molecular data, separately and combined in a total evidence approach. Molecular data were obtained from three plastid regions (trnG, trnH-psbA and trnK), and one nuclear (ITS). Fifty morphological characters, including leaf anatomy, were selected within Pseudotrimezia and the related genera Neomarica and Trimezia. Parsimony morphological analysis results in a monophyletic Pseudotrimezia with no support, and, Neomarica and Trimezia aspolyphyletic; therefore, morphological characters were insufficient to help understand the evolutionary history of this group.The total evidence analysis shows Pseudotrimezia monophyletic in a morphologically well-characterized clade, suppported by 10 homoplastic synapomorfies. Nevertheless, Trimezia and Neomarica arise mixed together in four distinct clades, most of them with no support, suggesting that tradicionally recognized genera in the tribe do not correspond to monophyletic groups. Neverthless, phylogenetic analyses provide an important framework for systematic studies of Pseudotrimezia (Iridaceae), an endemic genus from \"campos rupestres\" in Espinhaço Range, Minas Gerais State, Brazil. Despite its restricted distribution and quite uniform morphology, 24 names have been created since the genus was first described in 1945, and many species are endemic of particular localities. The revision of 16 recognized species, their distribution maps, illustrations, and identification key are presented.
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