Summary: | A ocorrência de doença cardiovascular não pode ser explicada somente pelo estilo de vida do adulto. Estudos ecológicos e epidemiológicos dos últimos vinte anos demonstraram maior incidência de doenças crônicas não transmissíveis em indivíduos que nasceram com baixo peso e tiveram um ganho de peso inadequado nos dois primeiros anos de vida. A hipótese aceita atualmente é a de que agravos, principalmente nutricionais, ocorridos durante a gestação alteram a programação de órgãos e sistemas para preservar, principalmente, o desenvolvimento cerebral, levando ao sacrifício metabólico de vários órgãos, como rins, fígado, coração, pâncreas, que ao serem solicitados na vida adulta, teriam menor capacidade funcional. Esta teoria foi chamada Hipótese de Barker ou do Fenótipo Poupador. Este trabalho tem como objetivo avaliar o peso de nascimento e do primeiro ano de vida de adultos usuários do Centro de Saúde-Escola Prof. Samuel B. Pessoa, que foram matriculados quando lactentes e que estão atualmente em seguimento nesta unidade de saúde, correlacionando com a sua condição de saúde atual, para tentar demonstrar a teoria das origens desenvolvimentistas da saúde e da doença em nosso meio. A anamnese clínica, medidas da cintura abdominal, cintura quadril, pressão arterial, freqüência cardíaca, e exames laboratoriais, tais como colesterol total e frações, triglicérides, glicemia de jejum foram estudados. Constituiu-se um grupo de 298 usuários, com média de idade de 25 anos, sendo 212 mulheres e 86 homens. Após a execução do estudo observamos que não houve diferença estatisticamente significante em relação a anamnese e aos exames laboratoriais alterados dos adultos, quando se compararam aos grupos com baixo peso de nascimento, nem quando comparados aos grupos com peso baixo com um ano de idade. O acompanhamento destes de adultos, por duas a três décadas, poderá trazer dados que venham a ajudar a comprovar a teoria das origens desenvolvimentistas da saúde e da doença em nosso meio. A prevenção primordial, isto é, antes do nascimento, das doenças crônicas não transmissíveis será o objetivo futuro da Pediatria Preventiva
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The appearance of a cardiovascular disease cannot be explained only by the adults lifestyle. Ecological and epidemiological studies from the last twenty years show a more frequent incidence of non-communicable chronic diseases in individuals that were born under the ideal weight and had an inadequate gain of weight during their first two years. The hypothesis initially accepted is that certain deficiencies, mainly nutritional, that occurred during pregnancy alter the programming of organs and systems in order to preserve the cerebral development. This process may lead to metabolic sacrifice of many organs, including liver, kidneys, heart and pancreas, which will have a worse functional capacity when necessary in adult life. This theory was called Barker Hypothesis or Thrifty Phenotype Hypothesis. This research project has for objective the comparation of the weight at birth and during the first year of life from adults whose health is followed at Health Center School Prof. Samuel B. Pessoa. This group of adults was subscripted when its members were infants. A correlation between their present health and their health conditions when infants was made during this study in order to try to demonstrate in our environment the Developmental Origins of Health and Disease. The basis of the study was the clinical anamneses, the measures of the abdominal waist, hip, arterial pressure, cardiac frequency and some laboratorial examinations, such as total and fractional cholesterol, triglycerides, fasting glucose levels. A group of 298 patients was formed, with an average age of 25 years-old members. 212 of them were women and 86 were men. After this study, it was concluded that the underweight at birth and underweight during the first year of life do not lead to alterations statistically relevant in the anamneses and in the laboratorial examinations. The following of these adults during two or three decades may bring data that might help to prove the developmental origins of health and disease theory in our environment. The primordial prevention (before the child is born) of non-communicable chronic diseases will be the future target of Preventive Pediatrics
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