Avaliação antropométrica em mulheres com dor pélvica crônica

Introdução: A dor pélvica crônica (DPC) é queixa frequente na prática ginecológica. É definida como dor localizada na região da pelve, não exclusivamente menstrual, persistente por pelo menos seis meses e intensa o suficiente para causar incapacidade funcional. Dentre as causas ginecológicas rel...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Joyce Beatriz da Silva
Other Authors: Julio Cesar Rosa e Silva
Language:Portuguese
Published: Universidade de São Paulo 2017
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17145/tde-22082017-161430/
Description
Summary:Introdução: A dor pélvica crônica (DPC) é queixa frequente na prática ginecológica. É definida como dor localizada na região da pelve, não exclusivamente menstrual, persistente por pelo menos seis meses e intensa o suficiente para causar incapacidade funcional. Dentre as causas ginecológicas relacionadas à DPC está a endometriose, que tem como principal problema clínico a síndrome dolorosa, manifestando-se como dismenorreia, dor pélvica, dor abdominal, dispareunia, e defecação dolorosa. Objetivo: o objetivo deste estudo foi determinar a média da composição corporal e de marcadores antropométricos, análise do comportamento alimentar e avalição de dor, comparando dois grupos de mulheres com DPC (dor pélvica crônica) secundário a endometriose e secundário a outras causas. Metodologia: Foram convidadas 122 mulheres com diagnóstico clínico de DPC secundária à endometriose e secundário a outras causas, através do método de seleção de amostra não probalística, recrutadas no Ambulatório de Dor Pélvica Crônica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (AGDP-HCFMRP-USP). Ao aceitarem participar da pesquisa, assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. E foram submetidas a uma avaliação antropométrica (peso, altura, circunferência cintura, abdômen e quadril), avaliação alimentar (recordatório de 24 horas), exame de bioimpedância para avaliar a porcentagem de gordura e a escala visual Analógica - EVA, que trata-se de uma escala de 0 a 10 para avaliar dor. Trata-se de um estudo tipo casocontrole. O grupo caso é caracterizado por mulheres com DPC secundário a outras causas como síndrome miosfascial, dispareunia, entre outras e o grupo controle caracterizado por mulheres com DPC secundário a endometriose, diagnosticadas através de avaliação de exames específicos. Resultados: Das 122 mulheres convidadas apenas 91 mulheres finalizaram o estudo, sendo que destas 46 mulheres diagnosticadas com DPC secundário a endometriose e 45 mulheres com DPC secundário a outras causas. Caracterizados como grupo com endometriose e sem endometriose. A média de idade do grupo com endometriose era é de 36,78 ± 7,58 e do grupo sem endometriose 38,55 ± 7,5 anos. Não houve diferente significativa entre a porcentagem de gordura (p. 0,2153) sendo que a média do percentual de gordura no grupo com endometriose foi 34,92% ±6,11 e sem endometriose 36,95 ±6,1. A análise de intensidade da dor foi: 7,2±2,06 no grupo com endometriose e 5,93 ±2,64 no grupo sem endometriose (p. 0,0302). Em relação ao recordatório alimentar que avaliou macronutrientes e micronutrientes, também não houve diferença entre os macronutrientes avaliados, a média da ingestão de calorias do grupo com endometriose foi de 1633,76 Kcal ± 714,63 e sem endometriose de 1477,5±707,11 (p. 0,1581). Mas com relação aos micronutrientes, o zinco apresentou diferença significante (p.0,0417) em relação aos dois grupos analisados, sendo no grupo endometriose uma ingestão média 11,46 mg ±9,98 e o grupo sem endometriose 8,17mg ±7,77, onde ambos os grupos tiveram ingestão maiores que a recomendação pela OMS, O aminoácido triptofano apresentou diferença significativa (0,0494) entre os grupos avaliados. A recomendação diária (RDA) para triptofano é 5 mg/dia. O grupo caso teve uma média de ingestão de 506,55 mg ±407,89 e o grupo controle 373,57 mg ±392,48. Conclusão: Conclui-se que não existe diferença em relação a todos os parâmetros antropométricos avaliados em ambos os grupos a não ser o que diz sobre o micronutriente zinco e o aminoácido triptofano analisados pelo recordatório alimentar de 24 horas, o que demonstra que devem ser realizados intervenções semelhantes em ambos os grupos, mas que novos estudos ainda são necessários. === Introduction: Chronic pelvic pain (DPC) is a frequent complaint in gynecological practice. It is defined as localized pain in the region of the pelvis, not exclusively menstrual, persistent for at least six months and intense enough to cause functional disability. Among the gynecological causes related to CPD is endometriosis, which has as main clinical problem the painful syndrome, manifesting itself as dysmenorrhea, pelvic pain, abdominal pain, dyspareunia, and painful defecation. Objective: The objective of this study was to determine the mean body composition and anthropometric markers, food behavior analysis and pain assessment, comparing two groups of women with CPD (chronic pelvic pain) secondary to endometriosis and secondary to other causes. Methodology: Twenty-two women with clinical diagnosis of PCD secondary to endometriosis and secondary to other causes were invited through the non-probalistic sample selection method, recruited at the Chronic Pelvic Pain Clinic of the Hospital das Clínicas of the Medical School of Ribeirão Preto Of São Paulo (AGDP-HCFMRP-USP). Upon agreeing to participate in the research, they signed the informed consent form. They were submitted to an anthropometric evaluation (weight, height, waist circumference, abdomen and hip), food evaluation (24 hour recall), bioimpedance test to evaluate fat percentage and visual analog scale - EVA, which is Of a scale from 0 to 10 to assess pain. It is a case-control study. The case group is characterized by women with PCD secondary to other causes such as myosfascial syndrome, dyspareunia, among others, and the control group characterized by women with CPD secondary to endometriosis, diagnosed through evaluation of specific exams. Results: Of the 122 women invited, only 91 women completed the study, of which 46 women were diagnosed with PCD secondary to endometriosis and 45 women with PCD secondary to other causes. Characterized as a group with endometriosis and without endometriosis. The mean age of the group with endometriosis was 36.78 ± 7.58 and the group without endometriosis was 38.55 ± 7.5 years. There was no significant difference between the percentage of fat (p <0.2153) and the mean percentage of fat in the group with endometriosis was 34.92% ± 6.11 and without endometriosis 36.95 ± 6.1. The analysis of pain intensity was: 7.2 ± 2.06 in the group with endometriosis and 5.93 ± 2.64 in the group without endometriosis (p 0.0302). In relation to the food recall that evaluated macronutrients and micronutrients, there was also no difference between the macronutrients evaluated, the average calorie intake of the group with endometriosis was 1633.76 Kcal ± 714.63 and without endometriosis of 1477.5 ± 707, 11 (p.15,151). However, in relation to the micronutrients, zinc presented a significant difference (p.0.0417) in relation to the two groups analyzed, being in the endometriosis group an average intake of 11.46 mg ± 9.98 and the group without endometriosis 8.17 ± 7 , 77, where both groups had higher intakes than the WHO recommendation. The amino acid tryptophan had a significant difference (0.0494) between the groups evaluated. The daily recommendation (RDA) for tryptophan is 5 mg / day. The case group had an average intake of 506.55 mg ± 407.89 and the control group 373.57 mg ± 392.48. Conclusion: It is concluded that there is no difference in relation to all anthropometric parameters evaluated in both groups, except for what is said about the zinc micronutrient and the tryptophan amino acid analyzed by the 24-hour food recall, which demonstrates that they must be performed Interventions in both groups, but that further studies are still needed.