Summary: | O objetivo desta dissertação é retomar a controvérsia em torno dos efeitos da liberalização comercial sobre o mercado de trabalho brasileiro, em especial os diferenciais de salários entre trabalhadores qualificados e não qualificados na indústria de transformação em 1995 e 1999. Após uma adaptação da decomposição de Oaxaca-Blinder (OB), encontramos evidências, para o Brasil como um todo e para a região metropolitana de São Paulo, de que o diferencial de salário aumentou, em benefício dos trabalhadores qualificados. Considerando a hipótese de que o Brasil é um país com abundância de trabalho não qualificado e intensivo neste fator, este resultado é oposto à premissa teórica do modelo Heckscher-Ohlin e Stolper-Samuelson (HOS) e suas variantes, de que a abertura de um país em desenvolvimento, ou intensivo em trabalho não qualificado, tende a diminuir a desigualdade. Do outro lado, encontramos evidências para a região metropolitana de Recife, de que o diferencial salarial entre trabalhadores qualificados e não qualificados diminuiu após a liberalização comercial, corroborando com a premissa teórica do modelo HOS e suas variantes. Entretanto, este resultado não deve, evidentemente, ser estendido para o Brasil, ilustrando assim diferenças regionais e estruturais não negligenciáveis do mercado de trabalho por região da Federação.
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The objective of this MA Dissertation was to take up again the controversy of the effects of trade liberalization in Brazilian labor market, specially the wage differentials between skilled and unskilled workers in the industry in 1995 and 1999. After an adaptation of Oaxaca-Blinder decomposition (OB), it was found evidence in Brazil as a whole and in Sao Paulo metropolitan area, that wage differential increased for the benefit of skilled workers. On one hand, supposing that Brazil is an economy characterized by unskilled workers abundance which are intensively used, this result is contrary to the premise theory of Heckscher-Ohlin and Stolper-Samuelson (HOS) model and their variants that defends that trade liberalization in developing country, or unskilled worker intensive countries, has a tendency to reduce inequality. On the other hand, it was found evidence in Recife metropolitan area that wage differential between skilled and unskilled workers has reduced after trade liberalization, corroborating with the theory premise of HOS model and their variants. However, this result cannot be extended to Brazil, illustrating, therefore, its labor markets regional and structural differences.
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