Summary: | A análise de contabilidade do crescimento aplicada ao Brasil, no período de 1950 a 2007, indica que o crescimento brasileiro não é explicado de forma satisfatória pelas teorias que tratam o progresso técnico como exógeno. Usando o modelo neo-schumpeteriano, explorou-se o papel da competição de mercado no crescimento da produtividade e do esforço inovativo das firmas usando as bases de dados da PAEP/SEADE e da PIA/IBGE. A importância do tamanho da firma nessas análises estimulou a investigação da relação entre o tamanho da firma e sua taxa de crescimento, explorada usando a base de dados da RAIS elaborada pelo IPEA, e o papel das grandes empresas internacionalizadas e do investimento direto estrangeiro, na perspectiva macro e micro, para o crescimento econômico brasileiro. Os principais resultados são a presença de uma correlação entre o crescimento da produtividade e uma medida de competição na forma de parábola côncava e que a ameaça de entrada não foi um fator significativo na segunda metade da década de 1990 para o crescimento da produtividade; apesar da evidência de correlação positiva entre a probabilidade de inovar e o crescimento da produtividade com tamanho, o crescimento do pessoal ocupado pelas firmas industriais brasileiras tendeu a ser maior nas firmas menores no curto prazo, ainda que no longo prazo exista uma convergência para a Lei do Crescimento Proporcional. Apresentaram-se indicações de que o aumento da poupança doméstica e da ameaça de entrada podem tornar o investimento direto estrangeiro um catalisador do crescimento da produtividade e levar o Brasil a crescer mais e com menor risco de volatilidade externa. A transição para um processo de crescimento voltado para a inovação pode ser estimulada por políticas que fomentem a competição nos setores mais próximos a fronteira tecnológica e o ingresso de investimento direto estrangeiro nos setores mais distantes. O desenvolvimento de ativos proprietários pelas empresas Brasileiras indica ser um fator crucial para assegurar um maior potencial de crescimento econômico.
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The growth accounting analysis applied to Brazil in the period from 1950 to 2007 indicates that the Brazilian growth is not satisfactorily explained by the theories that deal with technical progress as exogenous. Using the neo-schumpeterian model, it was explored the role of market competition on productivity growth and firms innovative effort using the PAEP/SEADE and PIA/IBGE data bases. The importance of firm size has stimulated analyses on the relationship between the size of the firm and its growth rate, using the RAIS data base prepared by IPEA, and the role of large internationalized enterprises and the foreign direct investment, in its macro and micro perspectives, for the Brazilian economic growth. The main findings are the presence of a correlation between productivity growth and a measure of competition in the form of a concave parable and that the threat of entry is not a significant factor in the second half of the 1990s for productivity growth; despite evidence of positive correlation between the probability of innovation and productivity growth with size, growth of personnel occupied by Brazilian industrial firms tended to be higher in smaller firms in the short term, even though in the long run there is a convergence to the Law of Proportional Growth; we present indications that increased domestic savings and the threat of entry can make foreign direct investment a catalyst for productivity growth and lead Brazil to grow at higher levels and with less risk of external volatility and the transition to a growth process toward innovation can be stimulated by policies that promote competition in sectors closer the technological frontier and the inflow of foreign direct investment in the most distant. The development of proprietary assets by Brazilian firms seems to be critical to ensure a greater potential of economic growth.
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