História e subjetividade no pensamento de Michel Foucault

Defendemos que a problemática do sujeito recobre globalmente a trajetória do pensamento de Michel Foucault. As transformações atinentes a este campo não podem ser apreendidas e demonstradas a não ser pelo entendimento das distintas maneiras e abordagens dispensadas a uma série de empreendimentos...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Alexandre Filordi de Carvalho
Other Authors: Scarlett Zerbetto Marton
Language:Portuguese
Published: Universidade de São Paulo 2007
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-20122007-133438/
Description
Summary:Defendemos que a problemática do sujeito recobre globalmente a trajetória do pensamento de Michel Foucault. As transformações atinentes a este campo não podem ser apreendidas e demonstradas a não ser pelo entendimento das distintas maneiras e abordagens dispensadas a uma série de empreendimentos históricos, cujo cerne é a da descontinuidade. Entendemos que o constante esforço de modificação no exercício e domínio da história tem por objetivo colocar em evidência os campos e níveis heterogêneos de problematizações, transformações e experiências nas quais o sujeito tem a sua constituição. Para tanto, ficará demonstrado que a crítica ocupa lugar central, por um lado, no registro metodológico como caminho de constante reposicionamento do pensamento que se debruça sobre a relação história e sujeito, notadamente nas dimensões arqueológica e genealógica. Por outro, no registro dos lugaresdiscursos- práticas das experiências que são recobertas essencialmente por relações de forças nos processos históricos, cujas estratégias se voltam para o sujeito enquanto término de formas de sujeição, e cujo centro de transformação dessas relações evoca o enfrentamento enquanto acontecimento histórico para a constituição de processos de dessujeição ou de um sujeito ativo. Sempre no âmbito da história enquanto problematização e acontecimento, o sujeito irá tornar-se experiência histórica aberta. Isto, além de colocar em xeque as condições de seu destino, seu ser e estar na história, conduz-nos à análise das atitudes-experimentais possíveis a ele como força de criação ou produção de si mesmo. Modificar a si mesmo é modificar a história; modificar a história é modificar a si mesmo. === We support the idea that the problem of the subject covers the whole pathway of Michel Foucault\'s thinking. The changes concerning this field cannot be grasped and conveyed except by understanding the different ways and approaches directed to a series of works of historic engagement whose core is the question of discontinuity. We understand that the constant effort to change in the course of history aims at bringing forth the different fields and levels of approach, changes and experiences that build up the subject. In this respect it will be shown that criticism plays a central part in this project. On the one hand in a methodological key as a way of constant repositioning of the thinking that focuses on the relationship between history and the subject, especially in archaeological and the genealogical dimension. On the other hand, in the key of the places/discourses/practices of the experiences that are essencially coveredby relations of power in the historic process whose strategies are directed to the subject as the end of the forms of subjugation, and in which the center of change in these relationships evokes conflict as a historic factor for the constitution of a liberation process and of an active subject. Always in the view of history as questioning and achievement, the subject is bound to become an open historic experience. This, besides questioning the conditions of his destiny and his position in history, leads us to an analysis of the experimental attitudes in his reach as a force for creating himself in history. Changing himself is changing history; changing history is changing himself.