Summary: | Entende-se que a reprodução física e cultural dos povos indígenas em seus territórios, em grande parte está condicionada à demarcação de territórios indígenas, que considere a territorialidade e o modo de vida indígena. No entanto não foi o caso do território Xavante. A demarcação do território indígena Xavante em diversas terras indígenas ilhadas e, portanto, separadas entre si, causou inúmeros conflitos socioambientais alterando seu modo de vida. Reconstruir o território indígena que foi erroneamente e intencionalmente fragmentado e demarcado em ilhas é um grande desafio político para o povo Xavante. O território indígena compreende as relações de apropriação do espaço que possui diversas dimensões como política, cultural, simbólica, e cosmológica de um determinado povo indígena. Por outro lado, Terra indígena é uma categoria produzida no processo político-jurídico do Estado. Assim, a partir do contato entre os povos indígenas e a sociedade envolvente, há um conflito, pois existem distintas lógicas espaciais em confronto. O recorte geográfico desta pesquisa são as terras indígenas Xavante no leste matogrossense, com destaque para a bacia hidrográfica do rio das Mortes (MT). Este recorte deve-se a importância geográfica desta unidade territorial para se discutir o território indígena e principalmente pela importância cultural, simbólica e ambiental deste rio para o povo Xavante. Considera-se a importância do contínuo para analisar as terras Xavante, Sangradouro, São Marcos, Areões e Pimentel Barbosa, nessa bacia que tem como eixo de ligação o rio das Mortes, denominado Öwawe (rio Grande) pelos Xavante. A pesquisa trata, portanto, da fragmentação do território indígena, demarcado em ilhas e a (re) construção da territorialidade por meio do Marãnã Bödödi, o caminho das matas. O conceito de Marãnã Bödödi contempla várias dimensões entre elas a relação Xavante com os cerrados e sua espiritualidade, a sua territorialidade nos caminhos do Ró (cerrados, mundo).
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This research deals with the Xavante territory and territoriality. Is well known that physical and cultural reproduction of the indigenous people is mostly conditioned to their territory delimitation, which contemplates the territoriality and the indigenous way of life. That was not the case when it comes to the Xavante\'s territory. The delimitation of the Xavante\'s indigenous territory in many patchy lands caused various social and environmental problems changing their way of life. To rebuild the indigenous territory that was wrongly and intentionally fragmented and divided in islands is a great political challenge for the Xavante people. The indigenous territory regards the relations of the space appropriation which has different aspects such as politics, symbology and cosmology of a certain indian tribe. On the other hand, the indigenous land is a category created in the legal-political process of the State. Therefore, from the contact between the indigenous people and the surrounding society, there\'s a conflict, once there are different spacial logical in the confrontation. The geographical approach of this research are the Xavante\'s indigenous land in the east of Mato Grosso state, specially the Mortes River basin (MT). This cut is due to the geographical importance of this territorial unity to discuss the indigenous territory and mainly for its cultural, symbolic and environmental importance of this river to the Xavante people. The importance of the continuum Xavante, Sangradouro, São Marcos, Areões and Pimentel Barbosa, in this basin which has as a connection axis the Mortes River, named Öwawe (the big river) by the Xavante. Therefore, the research deals with the fragmentation of the indigenous territory, set in islands and the territory (re)construction through the Marãnã Bödödi concept, which regards many dimensions, such as the relation between the Xavante and the brazilian savanna and their spirituality. Finally, is discussed the Xavante territoriality on the way of Ró (savannas, the world) in a historical and environmental approach.
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