A guerra na Síria e a construção da soberania americana: uma análise discursiva da cobertura do The New York Times

Este trabalho tem como objetivo estudar o discurso político americano do período inicial da guerra na Síria, visto pela perspectiva do jornal The New York Times. A partir de uma abordagem discursiva baseada principalmente em Foucault (1971), procuramos compreender de que forma a narração da guer...

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Bibliographic Details
Main Author: Maurício Demichelli
Other Authors: Anna Maria Grammatico Carmagnani
Language:Portuguese
Published: Universidade de São Paulo 2018
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-20022019-114749/
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Maurício Demichelli
A guerra na Síria e a construção da soberania americana: uma análise discursiva da cobertura do The New York Times
description Este trabalho tem como objetivo estudar o discurso político americano do período inicial da guerra na Síria, visto pela perspectiva do jornal The New York Times. A partir de uma abordagem discursiva baseada principalmente em Foucault (1971), procuramos compreender de que forma a narração da guerra no jornal é constituída por valores culturais americanos que se transformam em uma episteme de compreensão do mundo, dos homens e da realidade. Propomos um olhar para o corpus de análise que permita observar, primeiramente, como o sujeito que tem o direito à fala vai se constituindo e construindo seus objetos: a guerra e o inimigo. Em um segundo momento, baseado nas teorias sobre Império desenvolvidas por Hardt e Negri (2001) e nos estudos de Said (1993, 1999) sobre Orientalismo, observamos como o discurso sobre a guerra da Síria se constitui com base em um projeto ideológico expansionista americano, que se desenvolveu desde a constituição e consolidação da nação e que se encontra para além das fronteiras geográficas. Por fim, concentramos nossa análise no papel da mídia como produtora de um material simbólico, que, ao dar inteligibilidade à guerra, entra em consonância com o espírito americano, fortalecendo-o. Ao transitar entre dois mundos culturais diferentes, o americano e o sírio, a mídia estabelece dois lugares: o do eu e o do outro. Conflitos emergem desse contraste, ora em uma relação de subjugação do outro, colocando-o em posição de inferioridade, ora em uma espécie de ameaça à imagem americana. Concluímos que, ao observar a guerra por uma perspectiva americana, o jornal The New York Times, por refletir um projeto hegemônico em plena expansão, transforma-se, em certa medida, em um agente dessa ação. Acreditamos que reconhecer as estruturas discursivas constituintes desse discurso é posicionar-se criticamente com relação ao que é produzido pela mídia. === This thesis aims at studying the American discourse in the beginning of the Syrian war as seen by the perspective of The New York Times coverage. In a discursive approach, based mainly on Foucaults theories (1971), we focus on analyzing how the newspapers narrative of the war, which comprises American cultural values, builds itself as a kind of episteme that shapes the understanding of the world, men, and reality. We first propose a way of looking into our analytical corpus that allows for an observation of how the subject that is given the right to speak constitutes himself and his objects, namely the war and the enemy. Secondly, in accordance with theories developed by Hardt and Negri (2001) as well as Said (1993,1999), we intend to observe how the discourse about the Syrian war is constructed based on an ideological and expansionist American project, which has been shaped since the onset of colonization and it is far beyond the nations geographical borders. Lastly, we concentrate the analysis on the media as a producer of symbolic material which, in an attempt to give intelligibility to the war, tunes in with ideals that strengthen the American spirit. As the newspaper goes back and forth into the two different cultural worlds of America and Syria, the media establishes two distinct locations: one of the I and one of the other. Conflicts, as a consequence, emerge from this contrast, sometimes in a relation of subjugation of the other by depicting it as inferior, other times as a threat to the American image. We conclude that, by observing the war through an American perspective, the New York Times not only reflects a hegemonic project in full expansion but also functions to a certain extent as an agent of this process. We believe that to recognize the discursive structures present in this discourse is to engage critically in the observation and interpretation of what is produced by the media.
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