Efeito de diferentes treinos de discriminação sobre as fixações dos olhos de humanos

O estudo das fixações e dos movimentos dos olhos pode trazer contribuições para o entendimento do estabelecimento do controle de estímulos discriminativos. O objetivo desta pesquisa foi verificar se análises mais moleculares das durações e frequências das fixações dos olhos de humanos em direção...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Candido Vinicius Bocaiuva Barnsley Pessoa
Other Authors: Gerson Aparecido Yukio Tomanari
Language:Portuguese
Published: Universidade de São Paulo 2010
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47132/tde-20012011-160724/
Description
Summary:O estudo das fixações e dos movimentos dos olhos pode trazer contribuições para o entendimento do estabelecimento do controle de estímulos discriminativos. O objetivo desta pesquisa foi verificar se análises mais moleculares das durações e frequências das fixações dos olhos de humanos em direção a estímulos antecedentes em diferentes treinos de discriminação fornecem resultados mais sistemáticos sobre estas fixações do que os resultados obtidos até o presente momento. Foram realizados 3 experimentos com 4 fases cada um. Os participantes foram jovens com idades entre 16 e 27 anos. Cada participante foi submetido a uma sessão experimental individual. Nos treinos de discriminação, 2 conjuntos de 80 imagens que não se repetiram ao longo do treino foram utilizados como estímulos antecedentes. As respostas a serem controladas discriminativamente foram pressões na barra de espaço de um teclado de computador e as consequências diferenciais programadas para estas respostas foram apresentação de um som (plim) e apresentação de pontos. O Experimento 1 contou com 4 participantes. Na 1ª fase, pressionar a barra de espaço diante de estímulos dos 2 conjuntos não teve consequências programadas. Na segunda fase, os sons foram apresentados contingentes a pressões na barra em esquema de intervalo variável de 3 s (VI-3 s) apenas diante dos estímulos de um dos conjuntos (componentes de reforço). Não houve consequências programadas para pressões na barra diante dos estímulos do segundo conjunto nessa fase (componentes de extinção). Na 3ª fase, as contingências de reforço e extinção foram revertidas em relação aos conjuntos de estímulos antecedentes. Na 4ª fase, pressões à barra diante de estímulos de ambos os conjuntos podiam produzir o som e os pontos em VI-3 s. Ao final da sessão, o participante foi informado de quantos pontos recebeu. No Experimento 2, com 4 participantes, o componente de extinção foi substituído por um componente em que pressões na barra tinham como consequência, em VI-3 s, um som diferente, indicativo de perda de pontos. O Experimento 3, com 3 participantes, foi análogo ao primeiro, com a exceção de que, durante a 2ª e 3ª fases, pressões na barra durante os últimos 2 segundos dos componentes de extinção postergaram a mudança para o próximo componente. Durante todo o experimento foram registrados os movimentos dos olhos dos participantes, as pressões na barra de espaço e recebimento de pontos. RESULTADOS: No Experimento 1, para os 4 participantes, nas 2ª e 3ª fases, as durações das primeiras fixações nos estímulos relacionados ao reforço foram mais longas do que as fixações nos estímulos relacionados à extinção. Este resultado não foram replicados nos Experimentos 2 e 3. Esta análise mais molecular apresentou sistematicidade maior de resultados que análises anteriores === Eye movements and fixation may contribute for understanding the establishment of discrimination learning. The present research investigated whether more molecular analysis than the ones made so far of frequency and duration of eye fixation to antecedent stimuli during discrimination training may result in systematic data. Three experiments were conducted, each one with 4 different phases. Participants were humans from 16 to 27 years old. Each participant was submitted to only one individual experimental session of about 12 minutes. On discrimination trainings, a set of 80, non-repeating, abstract images and a set of 80, non-repeating, figurative images were used as antecedent stimuli. Responses to be controlled were computer keyboard space-bar pressings and differential consequences were a sound (plin) presentation and delivery of points. Experiment 1 counted with 4 participants. On Phase 1 space-bar pressing had no differential consequences. On Phase 2 sound was presented contingent upon space-bar pressing on a variable interval of 3 s schedule (VI 3-s) during display of only one set of images (reinforcing components). No consequences were programmed for space-bar pressings during display of the alternative set (extinction components). On Phase 3 reinforcement and extinction contingencies were reversed in relation to antecedent stimuli sets. On Phase 4 space-bar pressing during display of both sets of stimuli were reinforced with sound and points on VI 3-s. The amount of points received was only informed for the participant at the end of the session. Experiment 2 counted with 4 participants and the same 4 phases. The extinction components were exchanged for components in which points indicated by a second kind of sound (bee) were withdraw contingent to space-bar pressing on a VI 3-s schedule. Experiment 3 counted with 3 participants and the same 4 phases. On this experiment termination of extinction components was contingent on 2 s without space-bar pressings. Eye fixation, space-bar pressing, and sound delivery were registered during the entire sessions for the 3 experiments. Duration of the first fixation on antecedent stimulus was longer for reinforcement components than for extinction components during Phases 2 and 3 for the 4 participants of Experiment 1. These results were not replicated for Experiments 2 and 3. The more molecular analysis resulted in a more systematic data of human eye fixation