Summary: | Com a utilização dos atuais protocolos de tratamento, 70-80% dos casos de leucemia linfóide aguda (LLA) na infância têm obtido sobrevida livre de eventos em cinco anos. Entretanto, os 20% restantes, que se mostram resistentes ao tratamento, apresentam recidivas e as causas desse insucesso no tratamento ainda permanecem desconhecidas. Dessa forma, com o intuito de melhor compreender os mecanismos moleculares que participam desse processo, o presente trabalho teve por objetivo avaliar o perfil de expressão de um painel de genes que foram previamente associados à resistência e/ou sensibilidade aos quimioterápicos: prednisona (F8A, CDK2AP1, BLVRB, CD69), vincristina (RPLP2, CD44, TCFL5, KCNN1, TRIM24), daunorrubicina (MAP3K12, SHOC2, PDCH9, EGR1, KCNN4) e asparaginase (GPR56, MAN1A1, CLEC11A, IGFBP7, GATA3). Para a realização do estudo, foram utilizadas inicialmente amostras de medula óssea de pacientes portadores de LLA pertencentes a quatro grandes centros de oncologia pediátrica do Estado de São Paulo e que foram submetidos ao protocolo de tratamento do GBTLI-99. A análise da expressão gênica foi realizada pela técnica de PCR quantitativa em tempo real, utilizando-se o reagente SYBR Green, o gene GUS? como controle endógeno e amostras de medula óssea normais como referência. A análise dos dados de expressão gênica em relação aos diversos parâmetros clínicos e laboratoriais avaliados na LLA, demonstrou associações importantes entre os diversos genes estudados e variáveis clínicas importantes como contagem de glóbulos brancos ao diagnóstico, presença do antígeno CD10 (CALLA), translocação TEL/AML1, presença de doença residual mínima entre outras. Dentre os genes avaliados destacaram -se como possíveis marcadores de bom prognóstico os genes SHOC2 e GPR56. Posteriormente, reavaliou-se o perfil de expressão desses genes em pacientes submetidos ao protocolo de tratamento europeu do grupo BFM com o intuito de verificar o padrão de expressão em pacientes com um background genético distinto e submetidos a um protocolo terapêutico distinto. Os resultados confirmaram os dados encontrados anteriormente e demonstraram a hiperexpressão do gene SHOC2 (que foi previamente associado à sensibilidade à daunorrubicina) associada ao grupo de pacientes bons respondedores, sugerindo a correlação desse gene com critérios favoráveis de prognóstico. Para verificar o nível de interação desse gene avaliou-se ainda a expressão protéica do mesmo, que confirmou os padrões de expressão gênica obtidos por RQ-PCR. A função do gene SHOC2, que embora não esteja completamente elucidada, já foi anteriormente descrita pela literatura, que demonstra a participação do gene no processo de ativação da proteína Erk pela via Ras. Finalmente para melhor compreender os possíveis mecanismos que envolvem o gene SHOC2 no processo de melhor resposta à quimioterapia, utilizou-se a técnica de RNAi para silenciá- lo na linhagem celular leucêmica Jurkat. Os resultados demosntraram a associação da expressão do gene SHOC2 com proliferação celular e também com a indução de apoptose. Esses dados sugerem que a hiperexpressão desse gene pode ser importante para o processo de sensibilidade das células leucêmicas ao tratamento. Como conclusão, este trabalho demonstrou a associação de diversos genes com importantes parâmetros clínicos da LLA e destaca principalmente o papel do gene SHOC2 como possível alvo terapêutico para o tratamento da leucemia linfóide aguda.
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Major improvements have been made in the ALL treatment, which achieved successful rates of approximately 80% of long-terms survival. Despite the significant percentage of success, the remaining 20 % still presents treatment failure and the molecular mechanisms involved in the resistance process remains unclear. The present study was undertaken to analyze and validate the gene expression pattern of the previously described genes related to prednisolone (F8A, CDK2AP1, BLVRB, CD69), vincristine (RPLP2, CD44, TCFL5, KCNN1, TRIM24), daunorubicin (MAP3K12, SHOC2, PDCH9, EGR1, KCNN4) and Lasparaginase (GPR56, MAN1A1, CLEC11A, IGFBP7, GATA3) in order to better inderstand these mechanisms. Bone marrow samples of ALL patients, obtained at diagnosis, in four oncology centers and treated according to the Brazilian protocol (GBTLI-99). The relative mRNA expression levels were quantified using real-time PCR analysis. Amplification of the specific sequences was performed with SYBR® Green reagent; GUSB was used as the reference gene and normal bone marrow samples used as calibrator. The expression profile analisis showed important associations among the studied genes and clinical features as WBC count at diagnosis, CALLA, TEL/AML1 translocation and minimal residual disease. Among the analyzed genes, possible therapy targets were found at SHOC2 and GPR56. Further we addressed the expression profile of these genes in ALL patients, treated according to the BFM protocol, which chacarterize a group of distinct genetic\'s background. The results confirmed the data previously obtained. The overexpression of the gene SHOC2, that was primaraly associated to sensibility to dauborubicin, was related to patients who presented good prednisone response, suggesting the correlation of SHOC2 with good prognostic factors. In order to acess the interaction level of this gene, the protein expression was analyzed and confirmed the mRNA expression data. Despite its lack of information, the data on SHOC2 shows its role as na important element in the Erk activation by Ras induced pathway. Finally, to better understand the possible mechanisms which involve SHOC2 gene to the chemotherapy response process, Jurkat cells was transfect with siRNA to silence the gene SHOC2. Further, functional assays were done to characterize the mechanisms involved. The results showed the association of SHOC2 gene expression with processes of cell proliferation and apoptosis induction, thus suggesting that the overexpression of SHOC2 could play an important role in leukemic cell\'s sensibility to chemotherapy agents, and consequently in patients\' treatment outcome. In conclusion, this work demonstrated the association of the expression profile of many genes with important clinical and laboratorial features. Furthermore, this data present the gene SHOC2 as a possible therapy target to acute lymphoblastic leukemia \'s treatment.
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