Summary: | O presente trabalho tem como objetivo abordar a forma como se constelaram as angústias de influência para que Winnicott se tornasse o autor que conhecemos em resumo, como se passou a autorização de Winnicott. Suponho que a obra escrita de um autor é a ponta visível de um processo que denominei autorização; a ideia é que todo autor lida, em alguma medida, com angústias associadas à significação que o escrever e/ou o ser-autor assumem para ele. Essa autorização conflui, do ponto de vista assumido aqui, com um reconhecimento e uma afirmação de si perante os pares e as figuras de autoridade que retomam, na chave do grupo de destino da escrita do autor, as questões que a criança tem na fase edípica; tal leitura remonta em muito ao tema da angústia de influência, trabalhada por Harold Bloom, e ao testemunho que Ronald Britton oferece da mesma problemática em relação ao meio psicanalítico. No caso singular de Winnicott, considero o processo de autorização como estando muito relacionado à busca por autenticidade; esta, por sua vez, é entendida como associada ao próprio reconhecimento da existência e da legitimação das formas singulares de afirmação do autor. À sua maneira, Winnicott parece colocar em novos termos a questão em torno da autoridade, na medida em que subverte a problemática da submissão a uma lei maior que funcionaria como tabu a questão passaria por criar uma via própria, singular, por equacionar os imperativos estabelecidos, mas, nesse mesmo gesto de reconhecimento, ele incute uma inovação. A formulação final a que chego, tendo em vista esses aspectos, é que a liberdade de leitura ou a incorporação criativa da tradição ocupam em Winnicott o lugar que a infelicidade cotidiana ou a aceitação da castração assumem em Harold Bloom; na autorização winnicottiana, a liberdade e a idiossincrasia parecem ocupar o lugar que, na triangulação edípica, compete ao pai formulação certamente paradoxal, mas que busca fazer justiça ao pensamento do autor
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This work aims to discuss how influence anxieties constellate in the manner through which Winnicott became the author we know, and how we know him (or it) in brief, how Winnicott authorization proceeded. We believe the written oeuvre of an author is the distinguishable tip of the process we named authorization; we understand an author deals, somehow, which anxieties connected to the signification what writing and/or being an author assume to him. This authorization surmounts the process of recognition and self-standing among peers and authority figures, and bring forth in the process of writing for an audience the issues the child undertakes through its oedipical phase; this understanding owes much to the discussions on the anxiety of influence, established around Harold Bloom\'s publications, and to the testimony granted by Ronald Britton about the same topic in regard to his own experience in the psychoanalytical field. In Winnicott\'s case we alleged the authorization process is profoundly related to his search for authenticity, and authenticity, in its turn, has been associated with the recognition of existence and of singular means of existence. In his terms Winnicott seems to have subverted the problematic around the submission to a higher law established as a taboo the problem would be subverted into being that of the search and creation of a particular and singular path equating the manners involved; in that very constitution of the problem the subversion of the classical portrayal of the authorization amidst established and unquestionable authorities, a paradoxical revolution insinuates itself. We claim lastly that in Winnicott\'s work the freedom of thought and the creative incorporation of tradition occupy the place that formerly the everyday misery and the acceptance of castration assumed, e.g. in Harold Bloom\'s work. In Winnicott\'s authorization process freedom and idiosyncrasy occupy the place that, in the classical oedipical triangulation, the father occupies formulation undoubtedly paradoxical, but apparently appropriate to the author\'s theory
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