Análise cladística da subfamília Cteninae Simon, 1897 e revisão do gênero Celaetycheus Simon, 1897 (Araneae, Ctenidae)

A monofilia da subfamília Cteninae é testada com uma análise cladística usando o método da parcimônia. O resultado da análise demonstra que a subfamília é polifilética como atualmente delimitada. A monofilia de Cteninae requer a exclusão do gênero Celaetycheus e de cinco espécies de Ctenus, C. a...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Daniele Polotow Geraldo
Other Authors: Antonio Domingos Brescovit
Language:Portuguese
Published: Universidade de São Paulo 2010
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41133/tde-19012011-163841/
Description
Summary:A monofilia da subfamília Cteninae é testada com uma análise cladística usando o método da parcimônia. O resultado da análise demonstra que a subfamília é polifilética como atualmente delimitada. A monofilia de Cteninae requer a exclusão do gênero Celaetycheus e de cinco espécies de Ctenus, C. anahitiformis, C. bulimus, C. inazensis, C. miserabilis e C. tarsalis. A subfamília é composta por Ctenus, gênero que contém a espécie-tipo da família, e pelos gêneros Africactenus, Amauropelma, Anahita, Centroctenus, Isoctenus, Ohvida, Parabatinga, Petaloctenus, Phoneutria, Thoriosa, Trogloctenus e pelo menos mais sete linhagens independentes. A subfamília Cteninae pode ser reconhecida por uma sinapomorfia não-ambígua: campo mediano do epígino protuberante. O clado Cteninae também é sustentado por cinco sinapomorfias ambíguas: êmbolo fixo por membrana, apófise média em forma de copo, condutor hialino, mais largo que longo, quatro dentes na retromargem da quelícera e quelícera com dentículos intermarginais. Apenas duas sinapomorfias descritas acima estão presentes em todas as espécies de Cteninae usadas na análise: o setor mediano do epígino protuberante e a apófise média em forma de copo. O gênero Ctenus, com maior número de espécies da família (cerca de 240), aparece como um grupo polifilético como atualmente delimitado. A monofilia de Ctenus requer a exclusão de 22 espécies usadas nesta análise. As 12 espécies que permanecem em Ctenus sensu estrito formam um clado sustentado por duas sinapomorfias nãoambíguas: campo mediano do epígino com região da abertura de copula projetada e abertura de copulação como um lobo. Alguns padrões evolutivos observados na análise são discutidos. O gênero Celaetycheus Simon é revisado e transferido para a subfamília Calocteninae com base nos resultados da análise cladística de Cteninae. A espécie-tipo, Celaetycheus flavostriatus Simon, é redescrita e oito espécies novas são descritas, todas coletadas no Estado da Bahia, Brasil: Celaetycheus sp. 1 de Uruçuca e Barro Preto; Celaetycheus sp. 2 de Mascote, Pau Brasil, Jussari e Camacan; Celaetycheus sp. 3 de Coaraci, Itagibá e Jequié; Celaetycheus sp. 4 de Prado e Itamarajú; Celaetycheus sp. 5 de Salvador, Mata de São João, Cachoeira e Cruz das Almas; Celaetycheus sp. 6 de Porto Seguro; Celaetycheus sp. 7 de Ilhéus e Uruçuca; Celaetycheus sp. 8 de Camacan. A espécie Celaetycheus modestus Bryant é transferida para o gênero Ohvida Polotow & Brescovit. Um mapa de distribuição das espécies é fornecido. === A cladistic analysis using the parcimony method is used to test the monophyly of the subfamily Cteninae. The results of the analysis indicate that the subfamily is poliphiletic as currently delimited. The monophyly of Cteninae requires the exclusion of the genus Celaetycheus and five Ctenus species, C. anahitiformis, C. bulimus, C. inazensis, C. miserabilis and C. tarsalis. The subfamily is composed by Ctenus, the genus which contain the type species of the family, and by the genera Africactenus, Amauropelma, Anahita, Centroctenus, Isoctenus, Ohvida, Parabatinga, Petaloctenus, Phoneutria, Thoriosa, Trogloctenus and at least more seven independent lineages. The subfamily Cteninae can be recognized by one non-ambiguous synapomorphy: swollen median field of the epigynum. The Cteninae clade is also supported by five ambiguous synapomophies: embolus fixed by membranous area, cup-shaped median apophysis, hyaline conductor wider than long, four teeth in the chelicerae retromargin and chelicerae with intermarginal denticles. Only two of the synapomorphies described above are present in all Cteninae species used in the analysis: swollen median field of the epigynum and cup-shaped median apophysis. The genus Ctenus, with the high number of species of the family (about 240), appears as a poliphylec group as currently delimited. The monophyly of Ctenus requires the exclusion of 22 species used in this analysis. The 12 species which remain in Ctenus sensu strict form a clade supported by two non-ambiguous synapomorphies: median field of the epigynum with area of the copulatory opening projected and copulatory opening as a lobe. Some evolutive patterns observed in the analysis are discussed. The genus Celaetycheus Simon is revised and trasferred to the subfamily Calocteninae with basis on the new results of the cladistic analysis of Cteninae. The type species, Celaetycheus flavostriatus Simon is redescribed and eight new species are described, all collected in the State of Bahia, Brazil: Celaetycheus sp. 1 from Uruçuca and Barro Preto; Celaetycheus sp. 2 from Mascote, Pau Brasil, Jussari and Camacan; Celaetycheus sp. 3 from Coaraci, Itagibá and Jequié; Celaetycheus sp. 4 from Prado and Itamarajú; Celaetycheus sp. 5 from Salvador, Mata de São João, Cachoeira and Cruz das Almas; Celaetycheus sp. 6 from Porto Seguro; Celaetycheus sp. 7 from Ilhéus and Uruçuca; Celaetycheus sp. 8 from Camacan. The species Celaetycheus modestus Bryant is transferred to Ohvida Polotow & Brescovit. A distribution map is provided.