Um amor que se anuncia, polas ribas da cantiga: modos de presença da lírica medieval galego-portuguesa em Trovas de muito amor para um amado senhor, de Hilda Hilst

Através de uma leitura comparativo-contrastiva da tradição da lírica medieval galego-portuguesa e da poesia de Trovas de muito amor para um amado senhor, volume publicado pela escritora brasileira Hilda Hilst (1930 2004) em 1960, este trabalho propõe uma leitura dos modos pelos quais essa tradi...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Arnaldo Delgado Sobrinho
Other Authors: Emerson da Cruz Inacio
Language:Portuguese
Published: Universidade de São Paulo 2013
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8156/tde-18102013-164840/
Description
Summary:Através de uma leitura comparativo-contrastiva da tradição da lírica medieval galego-portuguesa e da poesia de Trovas de muito amor para um amado senhor, volume publicado pela escritora brasileira Hilda Hilst (1930 2004) em 1960, este trabalho propõe uma leitura dos modos pelos quais essa tradição constitui-se em estratégia privilegiada pela autora para a elaboração de uma subjetividade poética que só se pode afirmar e constituir plenamente na presença do Outro. Nesse sentido, a própria escrita poética definir-se-ia como incessante movimento de busca de um amado ausente, cuja condição permitiria aproximá-lo à noção do absolutamente Outro, postulada pelo filósofo Emmanuel Lévinas. Assim, enquanto impulso desejante condenado inevitavelmente ao malogro, o poema dobrar-se-ia sobre si mesmo, movimento do qual resultaria uma lírica de amor ao próprio texto poético. === Through a comparative-contrastive reading of the medieval Galician-Portuguese lyric tradition and of the poetry of Trovas de muito amorpara um amado senhor, volume published by the Brazilian writer Hilda Hilst (1930- 2004) in 1960, this work proposes a reading of the ways through which this tradition constitutes itself in a strategy privileged by the author for the elaboration of a poetic subjectivity that can only affirm and fully constitute itself in the presence of The Other. In that sense, the poetic writing would define itself as a ceaseless movement in search of an absent lover, whose condition would allow to approximate it to the notion of the absolutely Other, postulated by the philosopher Emmanuel Lévinas. Thus, as a desiring impulse inevitably condemned to frustration, the poemwould unfold on itself, a movement from which a lyric of love for the poetic text itself would result