Summary: | A utilização frequente de glyphosate em sistemas de produção envolvendo as culturas de soja e milho, resistentes ao glyphosate, tem selecionado populações resistentes de plantas daninhas a este herbicida, sendo comum no Brasil a ocorrência de populações resistentes de capim amargoso (Digitaria insularis). Para manejo racional destas populações, há necessidade de medidas alternativas envolvendo herbicidas e práticas culturais, as quais somente podem ser empregadas adequadamente com o conhecimento da biologia da planta daninha, porém atualmente pouco se sabe sobre a biologia do capim amargoso. Portanto, este trabalho teve como objetivo obter informações básicas da biologia das populações de capim-amargoso suscetíveis e resistentes ao herbicida glyphosate. Para isso, foram conduzidos três ensaios no Departamento de produção Vegetal da ESALQ/USP, em Piracicaba - SP, durante o ano de 2012. Para isso foram coletadas sementes do biótipo resistente no município de Matão, São Paulo, e as sementes do biótipo suscetível no município de Piracicaba, São Paulo. A determinação do fator de resistência entre estes biótipos ao glyphosate foi determinas a partir da elaboração de curvas de dose-resposta no estádio de desenvolvimento de 3 a 4 perfilhos do capim amargoso. Em seguida, foram conduzidos experimentos para avaliar a germinação e quantificação de massa seca produzida sob efeito de diferentes volumes da cobertura do solo com resíduos de milheto. Também foram desenvolvidos ensaios para avaliar a longevidade das sementes dos biótipos resistentes e suscetíveis, conduzidas em diferentes profundidades no solo. Através do modelo de curva dose-resposta foi possível quantificar o fator de resistência (GR50) a partir do programa estatístico R obtendo o valor de 16,66, comparando-se o biótipo resistente ao suscetível. O aumento da quantidade de palha de milheto sobre as sementes proporciona diminuição do peso de matéria seca de plântulas de Digitaria insularis, tanto resistente como suscetível ao glyphosate, sendo percebida de forma mais acentuada nos tratamentos 4,0 e 8,0 ton ha-1. O biótipo resistente apresenta número de plântulas significativamente maior que o biótipo suscetível, independentemente da quantidade de palha. Não é possível concluir que as sementes dos biótipos resistentes possuem maior longevidade que as sementes dos biótipos suscetíveis, sendo que a presença de luz é indiferente para a sua germinação.
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The frequent use of glyphosate in production systems that involve the crops soybean and corn, resistant to glyphosate, have selected weed populations resistant to this herbicide, being very common in Brazil the occurrence of resistant populations of bitter grass (Digitaria insularis). For the rational management of these populations, there is a need of alternative measures, that involve herbicides and cultural practices, which can be applied only with the knowledge of the weed biology, however little is known about the bitter grass biology. Therefore, this study aimed to obtain basic information of the biology of populations of bitter grass susceptible and resistant to the herbicide glyphosate. For that, three assays were conducted in the Department of Crop Science at ESALQ / USP, in Piracicaba - SP, during the year 2012. For that, it was collected seeds of the resistant biotype in Matão, São Paulo and seeds of the susceptible population in Piracicaba, São Paulo. The determination of the resistance factor for glyphosate between the biotypes was performed using dose-response curves at stage 3-4 tillers of bitter grass. Following, it was evaluated the germination and quantification of dry matter produced under the effect of different amounts of coverage with millet straw. It was also developed trials to see longevity of the resistant and susceptible biotypes, conducted at different soil depths. With the model of dose-response curve, it was possible to quantify the resistance factor (GR50) from the R statistical program by obtaining the value of 16.66, compared to the susceptible biotype resistant. The increased amount of millet straw on seed caused reduction in dry weight of seedlings of Digitaria insularis, for both biotypes, being more evident in treatments of 4.0 and 8.0 ton ha-1. The resistant biotype showed significantly higher number of seedlings than susceptible population, regardless of the amount of straw. It is not possible to conclude that the seeds of resistant biotypes have greater longevity than the seeds of the susceptible biotype, and the presence of light is indifferent to its germination.
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