Summary: | Neste estudo foi desenvolvido um modelo experimental de lesão muscular por estiramento mecânico não invasivo do músculo soleus de rato. Ratos machos da raça Wistar, de peso médio 245 g, foram usados como animais de experimentação e um dispositivo destinado a causar o estiramento no músculo soleus esquerdo foi especialmente construído, sendo dotado de um mecanismo de disparo rápido, para produzir rápida dorsiflexão da pata esquerda. Foram utilizados 24 ratos, divididos em 3 grupos, segundo o tipo de procedimento realizado, a saber: Grupo A - controle; Grupo B - tetanização seguida de estiramento; e Grupo C - somente tetanização. A tetanização era produzida por estimulação elétrica direta do músculo, através dos eletrodos implantados percutaneamente. Após 3 dias da produção da lesão, os músculos soleus esquerdo eram removidos, inseridos em nitrogênio líquido e armazenados em recipiente plástico a -80°C. De cada região do músculo soleus (proximal, média e distal) foram obtidos cortes transversais seriados de 8 μm, em micrótomo-criostato a -15°C, para análise histológica e histoquímica, respectivamente pelo azul de toluidina e pela fosfatase ácida. A análise quantitativa das fibras musculares com sinais de lesão era realizada utilizando sempre dois cortes seriados, representativos de cada região estudada, sucessivos e corados cada um por um dos métodos, respectivamente. As alterações morfológicas indicaram lesão muscular nas 3 regiões estudadas (proximal, média e distal) nos grupos com tetanização seguida de estiramento, comparativamente ao controle, com maior incidência de infiltrado celular na região proximal. Lesão em grau menor foi também evidente nos animais submetidos somente à tetanização. Esses resultados indicam que o modelo experimental de lesão por estiramento no músculo soleus foi eficiente, reproduzindo uma lesão semelhante a que ocorre por traumas esportivos em humanos.
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In this study, an experimental model of non-invasive muscle lesion by stretching was developed, in the soleus muscle of rats. Wistar male rats weighing average 245 g were used and a device provided with a quick releasing treigger mechanism was specially built to produce stretching of the left soleus muscle by means of a sudden dorsiflexion of the left foot. Twenty four rats were used and distributed in three groups according to the type of procedure understakers, as follows: Group A, contrai; Group B, soleus submitted to tetanus followed by stretching; and Group C, soleus submitted only to stretching. Tetanus was produced by means of direct electric stimulation with transcutaneous eletrodes implanted in the muscles. Three days after the procedure the soleus muscle were removed, divided in three parts (proximal, intermediate and distal), frozen in liquid nitrogen and stored at -80°C. Afterwards, 8 μm-thick serial sections were obtained from each part of the muscle and dyed alternately by toluidin-blue, for histologic examination, and for acid phosphatase, for histochemical analysis. Quantitative and qualitative studies of the muscle fibers with indicative signs of lesion were always carried out in two sequential sections for each region of the muscle, being one dyed by each method. Morphological changes indicated muscle lesion in all three regions of the muscles submitted to tetanus and stretching, as compared to the control muscles, with greater incidence of inflammatory cell invasion in the proximal regions. A lesser degree of lesion was also observed in the muscles submitted only to tetanus. The results observed are consistant to indicate that the experimental model of soleus muscle stretching as studied here was efficient and in some extent, reproduced a similar lesion to that observed in sports trauma, in humans.
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