Summary: | A violência homofóbica tem ganhado destaque na produção acadêmica mundial, principalmente, por evidenciar um número crescente de adolescentes e jovens vitimizados, bem como os impactos gerados em sua saúde. Ao partir do pressuposto de que a rede e o apoio social são capazes de fortalecer os fatores de proteção que garantem os direitos de adolescentes e jovens; bem como responder melhor à complexidade das demandas trazidas pela violência; este estudo teve por objetivo compreender as experiências de violências vivenciadas por adolescentes e jovens homossexuais e a rede de apoio social, sob a perspectiva analítica Queer. Estudo qualitativo, realizado no município de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo. O grupo de participantes foi composto por 12 adolescentes e jovens, com idades entre 14 e 24 anos, cujo interesse erótico e/ou práticas se volta para outros do mesmo sexo. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista semiestruturada e da construção de Mapas de Redes. Os dados foram analisados de acordo com os pressupostos do método de interpretação de sentidos e embasados nos conceitos abarcados pela Teoria Queer. A partir da análise dos dados foram identificados quatro núcleos de sentido: 1. Experiência de violências sofridas: \"O homossexual que aparenta ser homossexual, vai carregar o fardo do preconceito, da discriminação até a morte\"; 2. Experiências de saída do \"armário\": \"Ele disse que eu era louco, disse que eu não estava são, que eu não estava com muita certeza\"; 3. Masculinidades e Feminilidades: \"Os meninos sofrem muito mais, por ter que mostrar a virilidade, tem que exalar masculinidade\" e 4. Rede e Apoio Social: \"A maior fonte de apoio são os amigos que são homossexuais, porque a gente se identifica por passar por problemas parecidos\". Os resultados revelam que há a perpetuação de uma cultura heteronormativa e violenta, que sanciona punições aos dissidentes da norma heterossexual, e que os adolescentes e jovens que não seguem a linearidade entre sexo, gênero, desejo e práticas sexuais, quanto mais a quebram, mais serão subalternizados, sendo submetidos aos diversos tipos de violência, em espaços públicos e privados. Essas situações são reforçadas pela falta de acesso aos serviços e instituições de apoio. São as pessoas (figuras femininas, amigos e profissionais distintos), que são reconhecidos como as principais fontes de apoio social para os participantes. Os serviços de saúde, apesar de terem sido acionados por alguns participantes, não foram suficientes para o enfrentamento à violência e para a promoção da saúde. Conclui-se que houve precariedade no acesso à rede social e na efetivação do seu apoio, pois, sua composição e articulação não foi eficiente no enfrentamento da violência sofrida. Diante disso, pontuou-se a necessidade dos profissionais que irão lidar com esta população, sobretudo professores, equipes de saúde e da assistência social, estarem preparados para o acolhimento, atendimento, orientações às famílias, fortalecimento dos vínculos familiares e encaminhamento de casos de violência, favorecendo a desconstrução das posturas heteronormativas e homofóbicas em busca da efetivação dos direitos dos adolescentes e jovens homossexuais
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Homophobic violence has gained prominence in the academic production world, mainly by highlighting a growing number of adolescents and young people victimized at times, as well as the impacts generated in their health. When assuming that the network and social support are able to strengthen the protective factors that guarantee the rights of adolescents and young people; as well as responding better to the complexity of the demands brought about by violence; this study aimed to understand the situations of violence experienced by adolescents and young homosexuals and their social support network, in the Queer analytical perspective. Qualitative study, carried out in the city of Ribeirão Preto, State of São Paulo in Brazil. The Group of participants consisted of 12 teenagers and youths, aged between 14 and 24 years old, whose erotic interests and/or practices involve others of the same sex. The data was collected through a semi-structured interview and the construction of Network Maps. Data was analyzed according to the assumptions of the method of interpretation and directions based on the concepts covered by the Queer Theory. From the analysis of the data four sense cores were identified: 1. experience of violence suffered: \"homosexual who appears to be homosexual, will carry the burden of prejudice, discrimination to death\"; 2. Experiences of coming out of the \"closet\": \"he said I was crazy, said I was not sane, that I wasn\'t very sure\"; 3. Masculinities and Femininities: \"the boys suffer more, you had to show your manhood, have to exhale masculinity\" and 4. Network and Social support: \"the greatest source of support are the friends who are homosexuals, because we identified with each other since we are going through similar problems\". The results show that there is the perpetuation of a hetero-normative and violent culture, that sanctions the punishment of dissidents of heterosexual norm, and adolescents and young people who do not follow the linearity between sex, gender, desire and sexual practices, the more they break it, the more they will be subalternized, being subjected to various types of violence in private and public spaces. These situations are enhanced by the lack of access to services and support institutions. They are people (female figures, friends and distinguished professionals), which are recognized as the main sources of social support to the participants. Health services, despite having been activated by some participants, were not sufficient to deal with the violence and with the promotion of health. It is concluded that there was uncertainty in the social network access and execution of their support, because, their composition and articulation was not efficient in combating the violence suffered. Given this, the need of professionals who will deal with this population, especially teachers, health teams and social assistance were pointed out, being prepared for the reception, care, guidance to families, strengthening of family links and referral of cases of violence, favoring the deconstruction of the hetero-normative and homophobic stances in pursuit of the implementation of the rights of adolescents and young homossexuals
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