Relação entre comportamento na infância e a vulnerabilidade social na cidade de Belo Horizonte - MG

O campo de estudo dos primeiros anos da vida escolar da criança ainda é carente de novas investigações. Resultados de pesquisas têm demonstrado que o desenvolvimento de competências e a exposição a situações de adversidade apresentados nessa etapa do desenvolvimento predizem a qualidade do funci...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Lucirley Guimarães de Sousa de Araujo
Other Authors: Edwiges Ferreira de Mattos Silvares
Language:Portuguese
Published: Universidade de São Paulo 2010
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-16072010-102232/
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Comportamento
Infância
Vulnerabilidade
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Lucirley Guimarães de Sousa de Araujo
Relação entre comportamento na infância e a vulnerabilidade social na cidade de Belo Horizonte - MG
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Os instrumentos utilizados foram o Inventário dos Comportamentos de Crianças e Adolescentes (CBCL/6-18), respondido pelos pais, e o Inventário dos Comportamentos de Crianças e Adolescentes Relatório para os Professores (TRF/6-18). A análise dos dados incluiu comparações entre médias de escores T (Teste T de Student ou Mann Whitney U) para as duas amostras de vulnerabilidade nas escalas de competências (CBCL), funcionamento adaptativo (TRF) e problemas de comportamento (CBCL e TRF); nessas análises foram observadas diferenças entre os sexos e as faixas etárias (alunos mais jovens 6 a 8 anos; alunos mais velhos 9 a 11 anos); avaliou-se também o nível de concordância entre pais e professores quanto ao perfil comportamental das crianças para os mesmos grupamentos de escalas (Teste T Pareado e Teste de Correlação de Pearson). Os resultados indicaram baixos índices de competência no desempenho de atividades fora do ambiente escolar para as duas amostras de vulnerabilidade, com médias piores para o sexo masculino. Houve baixo nível de concordância entre pais e professoras, sempre com os cuidadores informando maior intensidade e freqüência nos problemas de comportamento. Entretanto, notou-se maior concordância entre os informantes para as amostras da região de menor vulnerabilidade, com as médias do relato parental da área mais vulnerável configurando muito próximo do perfil da amostra normativa americana encaminhada. Já o relato das professoras as crianças mantiveram perfil semelhante ao da amostra normativa americana não encaminhada, independente do nível de vulnerabilidade da vizinhança. Os dados permitiram concluir que, para as amostras investigadas, a falta de acesso social a condições básicas de sobrevivência mantém relação com o aumento da discordância entre pais e professores sobre o comportamento das crianças. Sugere-se que novos trabalhos verifiquem se o baixo índice de atividades encontrado para as amostras das duas regiões é uma característica específica de crianças belorizontinas, alunas de escolas públicas, ou se da cultura brasileira === The study of the first years of the child\'s school life is still a lacking field of new investigations. Research results have been demonstrating that the development of competences and the exhibition to adversity situations presented in that stage of the development they predict about the quality of the social operation, of the academic success and of the individual\'s mental health. In that context, this work search to verify the relationship between the level of social vulnerability and behavior in the childhood. The participants are parents and 248 children\'s teachers with ages among 6 and 11 years, students of the first and second cycle of the Fundamental Teaching of municipal public schools of Belo Horizonte. Those schools represent, respectively, the two classes of investigated vulnerability (I and IV), starting from the Índice de Vulnerabilidade Social of the city. The used instruments are Child Behavior Checklist (CBCL/6-18), applied to parents, and Teacher Report Form (TRF/6-18). The analysis of data includes comparisons among averages of T scores (T of Student Test or Mann Whitney U Test) for the two vulnerability samples in competence scales (CBCL), adaptative functioning (TRF) and behavior problems (CBCL and TRF); in those analyses differences are observed between the sexes and the age groups (younger students - 6 to 8 years; older students - 9 to 11 years); it is also evaluated the agreement level between parents and teachers with relationship to the children\'s profile behavioral for the same groups of scales (T Linked Test and Pearsons Correlation Test). The results indicate low competence indexes out in the acting of activities of the school atmosphere for the two vulnerability samples, with worse averages for the boys. There is low agreement level between parents and teachers, always with the caretakers informing larger intensity and frequency in the problems of behavior. However, it is noticed larger agreement among the informers for the samples of the area of smaller vulnerability, with the averages of parental reports of the most vulnerable area configuring very close of the American normative referred sample profile. Already the teachers\' report children maintain similar profile to the American normative sample not referred, independent of the neighborhood vulnerability. The data allow to end that, for the investigated samples, the lack of social access to basic conditions of survival maintains relationship with the increase of the disagreement between parents and teachers about the children\'s behavior. It is suggested that new works verify the low index of activities found for the two area samples, observing if it is a specific characteristic of Belo Horizonte children, public schools students, or if our Brazilian culture
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Nesse contexto, este trabalho buscou verificar a relação entre o nível de vulnerabilidade social e comportamento na infância. Participaram do estudo pais e professores de 248 crianças com idades entre 6 e 11 anos, alunas do primeiro e segundo ciclo do Ensino Fundamental de escolas públicas municipais de Belo Horizonte. Essas escolas situavam-se, respectivamente, em dois bairros com as classes de vulnerabilidade investigadas (I e IV), a partir do Índice de Vulnerabilidade Social da cidade. Os instrumentos utilizados foram o Inventário dos Comportamentos de Crianças e Adolescentes (CBCL/6-18), respondido pelos pais, e o Inventário dos Comportamentos de Crianças e Adolescentes Relatório para os Professores (TRF/6-18). A análise dos dados incluiu comparações entre médias de escores T (Teste T de Student ou Mann Whitney U) para as duas amostras de vulnerabilidade nas escalas de competências (CBCL), funcionamento adaptativo (TRF) e problemas de comportamento (CBCL e TRF); nessas análises foram observadas diferenças entre os sexos e as faixas etárias (alunos mais jovens 6 a 8 anos; alunos mais velhos 9 a 11 anos); avaliou-se também o nível de concordância entre pais e professores quanto ao perfil comportamental das crianças para os mesmos grupamentos de escalas (Teste T Pareado e Teste de Correlação de Pearson). Os resultados indicaram baixos índices de competência no desempenho de atividades fora do ambiente escolar para as duas amostras de vulnerabilidade, com médias piores para o sexo masculino. Houve baixo nível de concordância entre pais e professoras, sempre com os cuidadores informando maior intensidade e freqüência nos problemas de comportamento. Entretanto, notou-se maior concordância entre os informantes para as amostras da região de menor vulnerabilidade, com as médias do relato parental da área mais vulnerável configurando muito próximo do perfil da amostra normativa americana encaminhada. Já o relato das professoras as crianças mantiveram perfil semelhante ao da amostra normativa americana não encaminhada, independente do nível de vulnerabilidade da vizinhança. Os dados permitiram concluir que, para as amostras investigadas, a falta de acesso social a condições básicas de sobrevivência mantém relação com o aumento da discordância entre pais e professores sobre o comportamento das crianças. Sugere-se que novos trabalhos verifiquem se o baixo índice de atividades encontrado para as amostras das duas regiões é uma característica específica de crianças belorizontinas, alunas de escolas públicas, ou se da cultura brasileira The study of the first years of the child\'s school life is still a lacking field of new investigations. Research results have been demonstrating that the development of competences and the exhibition to adversity situations presented in that stage of the development they predict about the quality of the social operation, of the academic success and of the individual\'s mental health. In that context, this work search to verify the relationship between the level of social vulnerability and behavior in the childhood. The participants are parents and 248 children\'s teachers with ages among 6 and 11 years, students of the first and second cycle of the Fundamental Teaching of municipal public schools of Belo Horizonte. Those schools represent, respectively, the two classes of investigated vulnerability (I and IV), starting from the Índice de Vulnerabilidade Social of the city. The used instruments are Child Behavior Checklist (CBCL/6-18), applied to parents, and Teacher Report Form (TRF/6-18). The analysis of data includes comparisons among averages of T scores (T of Student Test or Mann Whitney U Test) for the two vulnerability samples in competence scales (CBCL), adaptative functioning (TRF) and behavior problems (CBCL and TRF); in those analyses differences are observed between the sexes and the age groups (younger students - 6 to 8 years; older students - 9 to 11 years); it is also evaluated the agreement level between parents and teachers with relationship to the children\'s profile behavioral for the same groups of scales (T Linked Test and Pearsons Correlation Test). The results indicate low competence indexes out in the acting of activities of the school atmosphere for the two vulnerability samples, with worse averages for the boys. There is low agreement level between parents and teachers, always with the caretakers informing larger intensity and frequency in the problems of behavior. However, it is noticed larger agreement among the informers for the samples of the area of smaller vulnerability, with the averages of parental reports of the most vulnerable area configuring very close of the American normative referred sample profile. Already the teachers\' report children maintain similar profile to the American normative sample not referred, independent of the neighborhood vulnerability. The data allow to end that, for the investigated samples, the lack of social access to basic conditions of survival maintains relationship with the increase of the disagreement between parents and teachers about the children\'s behavior. 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