Summary: | Muitas empresas têm adotado alguma iniciativa de gestão da qualidade para melhoria de seu desempenho. Entretanto, muitas dessas iniciativas nem sempre produzem os resultados pretendidos. Dentro desse contexto, a cultura organizacional tem se destacado como uma variável contextual que poderia explicar o sucesso, ou mesmo o fracasso, das iniciativas de gestão da qualidade. Dessa forma, esse estudo investiga a influência da cultura organizacional no uso das técnicas da qualidade e seu impacto no desempenho. Para isso, duas hipóteses foram consideradas 1) a cultura de uma organização influencia o conjunto de técnicas da qualidade que ela adota e, 2) a combinação entre o conjunto de técnicas da qualidade adotada por uma organização e sua cultura organizacional afeta o desempenho. Enquanto a maioria dos estudos anteriores considera a relação entre cultura, gestão da qualidade e desempenho no nível de práticas da qualidade, esse estudo estende essa discussão para o nível das técnicas. A partir de dados obtidos de 250 empresas no Brasil e Dinamarca, utilizou-se da Modelagem de Equações Estruturais para testar as hipóteses formuladas. Quatro grupos de técnicas da qualidade, quatro perfis de cultura organizacional definidos no Competing Values Framework, e diversos indicadores de desempenho foram considerados nesse estudo. Resultados mostram que certos perfis culturais estão mais relacionados ao uso de determinadas técnicas da qualidade que outras. Por exemplo, empresas com cultura de grupo orientada para colaboração e desenvolvimento de recursos humanos, tendem a usar técnicas de estabelecimento de metas e melhoria contínua, mas não técnicas associadas à medição. Em contrapartida, empresas que possuem características das culturas racional e hierárquica, que são orientadas para o controle e competição, tendem a usar mais as técnicas de medição do que aquelas culturas orientadas para colaboração e inovação. Além disso, os resultados também mostraram que as técnicas da qualidade contribuem para melhoria do desempenho desde que sustentadas por características culturais apropriadas. Esta pesquisa fornece contribuições práticas importantes para os gestores no sentido de que eles precisam estar cientes da necessidade de adotar técnicas da qualidade que sejam adequadas às características culturais de suas organizações para, com isso, obter melhores resultados a partir do uso dessas técnicas.
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Most firms have adopted quality management initiatives to improve quality and other indicators of performance. However, quality management initiatives do not always produce the intended results. Organizational culture has been highlighted as one of the contextual variables that may explain the success or, for that matter, failure of quality management initiatives. Accordingly, this study investigates the influence of organizational culture on the use of quality techniques and its impact on performance. Therefore it hypothesizes that 1) a firm\'s culture affects the quality techniques it adopts, and 2) the quality techniques have a direct effect, and culture a direct and an indirect (i.e. through the quality techniques) effect, on firm operational performance. While most previous studies address the relationships between culture, quality management and performance at the level of quality practices, this study extends this discussion to the level of quality techniques to what should be its core, namely the influence of culture on the performance impact of quality techniques. Based on data collected from 250 firms in Brazil and Denmark, Structural Equation Modeling is used to test these hypotheses. Four quality technique groups, four cultural profiles adopted from the Competing Values Framework, and a wide range of performance indicators are used to operationalize the study. Findings show that culture does not appear to be an unequivocal predictor of the adoption of quality techniques. Furthermore, while the developmental and group cultures strengthen the performance effects of all four quality technique groups considered, the hierarchical culture does so for only one of these groups. In a rational culture the performance effects of all four groups are insignificant. As practical implication findings suggest that managers need to be actively aware of the cultural characteristics of their organization before adopting quality techniques, in order to benefit most from the use of these techniques.
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