Efeito da dermolipectomia na sensibilidade à insulina em mulheres obesas, em fase de estabilidade de peso, após cirurgia bariátrica

A obesidade induz resistência à insulina que é um dos passos para o diabetes do tipo 2 e as doenças cardiovasculares. Neste panorama, o papel do tecido adiposo visceral é inquestionável, mas o mesmo não é verdade para o tecido adiposo subcutâneo, especialmente da região abdominal. Isto confirma...

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Main Author: Vyvianne Azoubel Roizenblatt
Other Authors: Alfredo Halpern
Language:Portuguese
Published: Universidade de São Paulo 2009
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5135/tde-16032010-142930/
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topic Gordura subcutânea
Lipectomia
Obesidade
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Técnica clamp de glucose
Glucose clamp technique
Insulin resistance
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Obesity
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Obesidade
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Lipectomy
Obesity
Subcutaneous fat
Vyvianne Azoubel Roizenblatt
Efeito da dermolipectomia na sensibilidade à insulina em mulheres obesas, em fase de estabilidade de peso, após cirurgia bariátrica
description A obesidade induz resistência à insulina que é um dos passos para o diabetes do tipo 2 e as doenças cardiovasculares. Neste panorama, o papel do tecido adiposo visceral é inquestionável, mas o mesmo não é verdade para o tecido adiposo subcutâneo, especialmente da região abdominal. Isto confirma a importância da análise da composição e distribuição do tecido adiposo no corpo para definir risco metabólico. Se o papel do tecido adiposo subcutâneo é objeto de controvérsias, mais ainda é o efeito da retirada do mesmo, através da dermolipectomia na sensibilidade à insulina, aferida pelo clamp. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da dermolipectomia abdominal na sensibilidade à insulina e nas adipocitocinas (adiponectina e leptina). Avaliamos 17 pacientes do sexo feminino, com idades entre 22 e 51 anos, obesas ou com sobrepeso. Todas eram ex-obesas mórbidas que haviam sido submetidas à gastrectomia parcial em Y de Roux, há no mínimo um ano antes da entrada no protocolo, com perda de pelo menos 30% do peso inicial, com peso estável (mas, ainda com grande quantidade de tecido subcutâneo abdominal). Destas, 12 concluíram o estudo, com realização do clamp euglicêmico hiperinsulinêmico, no início e três meses após a cirurgia plástica. O clamp teve duração total de três horas, com coletas seriadas de glicose e insulina a cada 10 minutos. A dose de infusão de insulina regular foi de 1 mU/kg/min, para elevar de forma aguda e mantida a insulinemia. No momento basal de cada teste foram coletadas amostras para dosagens bioquímicas, hormonais e para as adipocitocinas. A captação de glicose (valor M) foi calculada em mg de glicose por kg de peso corpóreo total por minuto, considerando os últimos trinta minutos do teste. O HOMA-IR também foi calculado. Antes de realizar o primeiro clamp, as pacientes realizaram o exame de DEXA (densitometria de corpo inteiro), todas no aparelho Hologic, o que permitiu a correlação da sensibilidade à insulina com a massa magra no antes da dermolipectomia. Considerando para análise estatística, as 12 pacientes, houve variação significativa de peso de 84 kg na fase pré para 81,8 kg na fase pós (p=0,015) e também de IMC (31,1 x 30,3 kg/m2, com p=0,017). Não houve variação de massa magra (46,4 x 44,7 kg, com p=0,119) nem de captação de glicose (p=0,742). Não houve tampouco variação do HOMA-IR (p=0,722) como era de se esperar, já que não houve variação de captação. Notamos que na fase pré a sensibilidade à insulina correlacionou-se diretamente com a massa magra (r=0,80; p=0,002) e inversamente com a idade (r=-0,71; p=0,10). Não houve diferença das adipocitocinas: leptina (p=0,739) e adiponectina (p=0,940) quando comparadas as fases antes e depois da dermolipectomia. Concluímos que a sensibilidade à insulina, aferida pelo clamp não se altera com a dermolipectomia abdominal, em mulheres ex-obesas mórbidas, embora ainda com sobrepeso ou obesidade e metabolicamente normais. A sensibilidade à insulina aumenta com a massa magra e diminui com a idade, após a dermolipectomia, nesta população estudada. === Obesity induces insulin resistance, which is one of the steps to type 2 diabetes and cardiovascular diseases. In this scenario, the role of visceral adipose tissue is undoubted, but the same is not true for subcutaneous adipose tissue, especially in abdominal region. This confirms the importance of analysis of composition and distribution of adipose tissue in the whole body to define metabolic risk. If the role of adipose subcutaneous tissue is debatable, even more is the abdominal dermolipectomy impact on insulin sensitivity, measured by clamp. The aim of the present study was to evaluate the effect of abdominal dermolipectomy on insulin sensitivity and adipocytokines (adiponectin and leptin). We evaluated 17 female patients, age range 22-51 years, obese or overweight. All patients were ex-morbid obese and had performed Roux en Y gastric bypass surgery, at least one year before the baseline, with lost of at least 30% of their initial body weight, with stable weight (but still with huge amount of abdominal subcutaneous adipose tissue). From these, 12 concluded the study, performing the clamp at the beginning of the protocol and three months after the plastic surgery. Clamp lasted three hours, with glucose and insulin samples drawn each ten minutes. Regular insulin infusion dose was 1 mU/kg/min to raise and sustain insulinaemia. At baseline from each test, samples were draw for biochemistry, hormones and adipocytokines. Glucose uptake (M-value) was calculated in mg of glucose, per kg of body weight per minute, considering the last thirty minutes. HOMA-IR was also calculated. Before underwent the first clamp, patients performed DEXA (dual energy X-ray absorptiometry), all in the same equipment (Hologic), what enabled correlation of insulin sensitivity and fat free mass (FFM) in the first phase. Considering for statistical purposes the 12 patients, there was significant weight variation; from 84 kg to 81,8 kg (p=0,015) and also BMI variation from 31,1 x 30,3 kg/m2 (p=0,017). There was no FFM variation: 46,4 x 44,7 kg (p=0,119) neither glucose uptake (p=0,742). Even not of HOMA-IR (p=0,722) as expected, since there was not glucose uptake variation. In the first phase, insulin sensitivity was directly correlated with FFM (r=0,80; p=0,002) and inversely with age (r= - 0,71; p=0,10). There were no differences on adipocytokines: leptin (p=0,739) and adiponectin (p=0,940) before and after dermolipectomy. We conclude insulin sensitivity measured by clamp, was not modified by abdominal dermolipectomy in ex-morbid obese women, but still overwight or obese and metabolically healthy. Insulin sensitivity raises with FFM and lowers with age, after dermolipectomy, in this population.
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Vyvianne Azoubel Roizenblatt
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spelling ndltd-IBICT-oai-teses.usp.br-tde-16032010-1429302019-01-21T23:13:16Z Efeito da dermolipectomia na sensibilidade à insulina em mulheres obesas, em fase de estabilidade de peso, após cirurgia bariátrica Effect of dermolipectomy on insulin sensitivity in obese women, with stable weight, after bariatric surgery Vyvianne Azoubel Roizenblatt Alfredo Halpern Antonio Carlos Lerario Simão Augusto Lottenberg Márcio Corrêa Mancini João Eduardo Nunes Salles Gordura subcutânea Lipectomia Obesidade Resistência à insulina Técnica clamp de glucose Glucose clamp technique Insulin resistance Lipectomy Obesity Subcutaneous fat A obesidade induz resistência à insulina que é um dos passos para o diabetes do tipo 2 e as doenças cardiovasculares. Neste panorama, o papel do tecido adiposo visceral é inquestionável, mas o mesmo não é verdade para o tecido adiposo subcutâneo, especialmente da região abdominal. Isto confirma a importância da análise da composição e distribuição do tecido adiposo no corpo para definir risco metabólico. Se o papel do tecido adiposo subcutâneo é objeto de controvérsias, mais ainda é o efeito da retirada do mesmo, através da dermolipectomia na sensibilidade à insulina, aferida pelo clamp. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da dermolipectomia abdominal na sensibilidade à insulina e nas adipocitocinas (adiponectina e leptina). Avaliamos 17 pacientes do sexo feminino, com idades entre 22 e 51 anos, obesas ou com sobrepeso. Todas eram ex-obesas mórbidas que haviam sido submetidas à gastrectomia parcial em Y de Roux, há no mínimo um ano antes da entrada no protocolo, com perda de pelo menos 30% do peso inicial, com peso estável (mas, ainda com grande quantidade de tecido subcutâneo abdominal). Destas, 12 concluíram o estudo, com realização do clamp euglicêmico hiperinsulinêmico, no início e três meses após a cirurgia plástica. O clamp teve duração total de três horas, com coletas seriadas de glicose e insulina a cada 10 minutos. A dose de infusão de insulina regular foi de 1 mU/kg/min, para elevar de forma aguda e mantida a insulinemia. No momento basal de cada teste foram coletadas amostras para dosagens bioquímicas, hormonais e para as adipocitocinas. A captação de glicose (valor M) foi calculada em mg de glicose por kg de peso corpóreo total por minuto, considerando os últimos trinta minutos do teste. O HOMA-IR também foi calculado. Antes de realizar o primeiro clamp, as pacientes realizaram o exame de DEXA (densitometria de corpo inteiro), todas no aparelho Hologic, o que permitiu a correlação da sensibilidade à insulina com a massa magra no antes da dermolipectomia. Considerando para análise estatística, as 12 pacientes, houve variação significativa de peso de 84 kg na fase pré para 81,8 kg na fase pós (p=0,015) e também de IMC (31,1 x 30,3 kg/m2, com p=0,017). Não houve variação de massa magra (46,4 x 44,7 kg, com p=0,119) nem de captação de glicose (p=0,742). Não houve tampouco variação do HOMA-IR (p=0,722) como era de se esperar, já que não houve variação de captação. Notamos que na fase pré a sensibilidade à insulina correlacionou-se diretamente com a massa magra (r=0,80; p=0,002) e inversamente com a idade (r=-0,71; p=0,10). Não houve diferença das adipocitocinas: leptina (p=0,739) e adiponectina (p=0,940) quando comparadas as fases antes e depois da dermolipectomia. Concluímos que a sensibilidade à insulina, aferida pelo clamp não se altera com a dermolipectomia abdominal, em mulheres ex-obesas mórbidas, embora ainda com sobrepeso ou obesidade e metabolicamente normais. A sensibilidade à insulina aumenta com a massa magra e diminui com a idade, após a dermolipectomia, nesta população estudada. Obesity induces insulin resistance, which is one of the steps to type 2 diabetes and cardiovascular diseases. In this scenario, the role of visceral adipose tissue is undoubted, but the same is not true for subcutaneous adipose tissue, especially in abdominal region. This confirms the importance of analysis of composition and distribution of adipose tissue in the whole body to define metabolic risk. If the role of adipose subcutaneous tissue is debatable, even more is the abdominal dermolipectomy impact on insulin sensitivity, measured by clamp. The aim of the present study was to evaluate the effect of abdominal dermolipectomy on insulin sensitivity and adipocytokines (adiponectin and leptin). We evaluated 17 female patients, age range 22-51 years, obese or overweight. All patients were ex-morbid obese and had performed Roux en Y gastric bypass surgery, at least one year before the baseline, with lost of at least 30% of their initial body weight, with stable weight (but still with huge amount of abdominal subcutaneous adipose tissue). From these, 12 concluded the study, performing the clamp at the beginning of the protocol and three months after the plastic surgery. Clamp lasted three hours, with glucose and insulin samples drawn each ten minutes. Regular insulin infusion dose was 1 mU/kg/min to raise and sustain insulinaemia. At baseline from each test, samples were draw for biochemistry, hormones and adipocytokines. Glucose uptake (M-value) was calculated in mg of glucose, per kg of body weight per minute, considering the last thirty minutes. HOMA-IR was also calculated. Before underwent the first clamp, patients performed DEXA (dual energy X-ray absorptiometry), all in the same equipment (Hologic), what enabled correlation of insulin sensitivity and fat free mass (FFM) in the first phase. Considering for statistical purposes the 12 patients, there was significant weight variation; from 84 kg to 81,8 kg (p=0,015) and also BMI variation from 31,1 x 30,3 kg/m2 (p=0,017). There was no FFM variation: 46,4 x 44,7 kg (p=0,119) neither glucose uptake (p=0,742). Even not of HOMA-IR (p=0,722) as expected, since there was not glucose uptake variation. In the first phase, insulin sensitivity was directly correlated with FFM (r=0,80; p=0,002) and inversely with age (r= - 0,71; p=0,10). There were no differences on adipocytokines: leptin (p=0,739) and adiponectin (p=0,940) before and after dermolipectomy. We conclude insulin sensitivity measured by clamp, was not modified by abdominal dermolipectomy in ex-morbid obese women, but still overwight or obese and metabolically healthy. 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