Summary: | A Terapia de Aceitação e Compromisso (Acceptance and Commitment Therapy), ou ACT (na sigla em inglês), tem sido apresentada como um modelo de intervenção psicoterapêutico efetivo, filosoficamente embasado no Contextualismo Funcional e teoricamente sustentado pela Teoria das Molduras Relacionais (Relational Frame Theory - RFT). Dois aspectos parecem fundamentais na condução de um processo terapêutico efetivo: (i) a existência de uma teoria coerente que permita a compreensão dos princípios e a aplicação destes no campo da psicoterapia e (ii) o conhecimento, por parte do terapeuta, dos princípios comportamentais em ação. Diversos manuais sobre a ACT apresentam protocolos de intervenção de duração variada e descrevem os processos envolvidos utilizando termos medianos que não são, diretamente, sustentados pela abordagem que supostamente os embasa. Apenas recentemente, uma série de estudos vem tentando produzir um entendimento da ACT nos termos da RFT. Estes estudos analisaram a desfusão cognitiva, e sugerem que esta técnica teria o efeito de transformar a função de eventos privados e assim, promover a mudança desejada, que é definida como flexibilidade psicológica. O presente trabalho realizou dois estudos que tiveram como objetivo ampliar os achados de estudos anteriores e medir a transformação de função de estímulos após a realização de exercícios típicos da ACT. Para tanto, o Estudo 1 teve como objetivo medir a transformação de função de estímulos após a realização da metáfora Folhas na Correnteza, um exercício da ACT. Participaram 19 adultos, em um delineamento experimental pré e pós-teste de grupo único. Procedimento experimental: Fase 1: questionários iniciais; Fase 2: treino (MTS) relacional para estabelecer duas classes de estímulos equivalentes, A1B1C1D1 e A2B2C2D2; Fase 3: condicionamento aversivo e ensino de respostas de esquiva (para A1) e aproximação (para A2); Fase 4: Pré-teste de transferência de função (para C1 e C2) com medidas binárias (tarefa de esquiva e aproximação) e contínuas (escalas diversas de autorrelato); Fase 5: (VI): intervenção (metáfora Folhas na Correnteza); e Fase 6: Pós-teste de transferência de função (ver Fase 4). A comparação dos resultados pré e pós-intervenção indicam mudanças sutis nas medidas de relato verbal sobre a aversividade dos estímulos. Não houve efeito sobre a resposta de esquiva. O Estudo 2 buscou ampliar os achados do estudo anterior, modificando componentes da metáfora e introduzindo a comparação com um grupo controle, com vistas a avaliar a transformação de função produzida por uma intervenção de desfusão cognitiva utilizada na ACT, adaptada para a situação experimental, chamada a metáfora Álbum de fotografias. Participaram deste estudo 78 adultos em um delineamento experimental misto com comparações entre grupos de sujeitos (pré e pós-intervenção com participantes randomizados entre Grupo Experimental e Grupo Controle). O procedimento foi similar ao do Estudo 1, em seis fases, com uma nova escala inserida na última fase, de avaliação de execução do exercício de meditação. Os resultados obtidos indicam a manutenção, para a maioria dos participantes, das funções adquiridas diretamente na tarefa de pareamento e indiretamente, em decorrência da relação de equivalência entre os estímulos da mesma classe. As intervenções metafóricas não alteraram significativamente as funções construídas pré-intervenção. Futuros estudos devem incluir treino de múltiplos exemplares, adaptação à situação do participante e descrição de consequências apetitivas para corroborar se essas condições são suficientes para produzir os efeitos de transformação de função de estímulos. Dadas as inúmeras variáveis que ainda precisam ser investigadas, resultados negativos parecem ser importantes para a explicitação dos processos comportamentais responsáveis pela transformação de funções de estímulo clinicamente relevantes, bem como a sua previsão e controle
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La Terapia de Aceptación y Compromiso (Acceptance and Commitment Therapy), o ACT (por su sigla en inglés), ha sido presentada como un modelo de intervención psicoterapéutica eficaz, tiene sus bases filosóficas en el Contextualismo Funcional y está teóricamente apoyada en la teoría de los marcos relacionales (Relational Frame Theory RFT). Dos aspectos son críticos en la conducción de un proceso terapéutico eficaz: (i) la existencia de una teoría coherente con el fin de comprender los principios y la aplicación de ésta en el campo de la psicoterapia y, (ii) el conocimiento, por parte del terapeuta, de los principios comportamentales en acción. Varios libros sobre ACT indican distintos protocolos, cuyas intervenciones tienen una duración variable y describen los procesos implicados en la intervención utilizando términos medios que no son directamente sostenidos por el enfoque conductual. Recientemente, una serie de estudios trató de producir una comprensión de la ACT de acuerdo con la RFT. Estos estudios analizaron la defusión cognitiva, y sugieren que esta técnica tendría el efecto de transformar la función de eventos privados y así, promover el cambio deseado, que se define como \'flexibilidad psicológica\'. El presente trabajo realizó dos estudios que tuvieron como objetivo ampliar los hallazgos de estudios anteriores y medir la transformación de función de estímulos después de la realización de ejercicios típicos de la ACT. Para ello, el Estudio 1 tuvo como objetivo medir la transformación de función de estímulos después de la realización de la metáfora \'Hojas en la Corriente\', un ejercicio de la ACT. Participaron 19 adultos, en un delineamiento experimental pre y post-test de grupo único. Procedimiento experimental: Fase 1: medidas iniciales; Fase 2: entrenamiento (MTS) relacional para establecer dos clases de estímulos equivalentes, A1B1C1D1 y A2B2C2D2; Fase 3: condicionamiento aversivo y enseñanza de respuestas de esquiva (para A1) y aproximación (para A2); Fase 4: Pre-prueba de transferencia de función (para C1 y C2) con medidas binarias (tarea de esquiva y aproximación) y continuas (escalas diversas de autorrelato); Fase 5: (VI): intervención (metáfora \"Hojas en la Corriente\"); y Fase 6: Post-prueba de transferencia de función (ver Fase 4). La comparación de los resultados pre y post-intervención indican cambios sutiles en las medidas de relato verbal sobre la aversividad de los estímulos. No hubo efecto sobre la respuesta de esquiva. El Estudio 2 buscó ampliar los hallazgos del estudio anterior, modificando componentes de la metáfora e introduciendo la comparación con un grupo control, con vistas a evaluar la transformación de función producida por una intervención de desfusión cognitiva utilizada en la ACT, adaptada para la situación experimental, llamada la metáfora \"Álbum de fotografías\". En este estudio participaron 78 adultos en un delineamiento experimental mixto con comparaciones entre grupos de sujetos (pre y post-intervención con participantes aleatorizados entre grupo experimental y grupo control). El procedimiento fue similar al del Estudio 1, en 6 fases, con una nueva escala insertada en la última fase, de evaluación de la ejecución del ejercicio de meditación. Los resultados obtenidos indican el mantenimiento, para la mayoría de los participantes, de las funciones adquiridas directamente en la tarea de pareamiento e indirectamente, como consecuencia de la relación de equivalencia entre los estímulos de la misma clase. Las intervenciones metafóricas no alteraron significativamente las funciones de preintervención. Futuros estudios deben incluir entrenamiento de múltiples ejemplares, adaptación a la situación del participante y descripción de consecuencias apetitivas para corroborar si estas condiciones son suficientes para producir los efectos de transformación de función de estímulos. Dadas las numerosas variables que aún necesitan ser investigadas, resultados \"negativos\" parecen ser importantes para la explicitación de los procesos conductuales responsables por la transformación de funciones de estímulo clínicamente relevantes, así como su previsión y control
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