Aposentadoria e as mudanças de vida das pessoas com diabetes tipo 2

Trata-se de um estudo qualitativo, que teve como objetivo compreender as mudanças de vida das pessoas aposentadas com diabete tipo 2. Primeiramente se caracteriza a população com diabetes tipo 2 da Clínica Hospital ISSSTE Celaya - México, onde extraiu-se uma amostra de 56 pacientes do quais 39,2...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Ma Laura Ruiz Paloalto
Other Authors: Pedro Fredemir Palha
Language:Portuguese
Published: Universidade de São Paulo 2007
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-14112007-132057/
Description
Summary:Trata-se de um estudo qualitativo, que teve como objetivo compreender as mudanças de vida das pessoas aposentadas com diabete tipo 2. Primeiramente se caracteriza a população com diabetes tipo 2 da Clínica Hospital ISSSTE Celaya - México, onde extraiu-se uma amostra de 56 pacientes do quais 39,28% estão entre 60 e 69 anos de idade, 53,6% pertencem ao sexo feminino, 69,6% são casados, 35,7% são do lar, 41% têm nível básico de estudos, 92,8% vivem com algum familiar, 28,57% têm entre 1 e 5 anos de diagnóstico, 87,7% comparecem à consulta pelo menos uma vez ao mês, 60,7% foram em mais de uma ocasião, 39,3% ignoram as causas de hospitalização, 66,1% têm patologia associada, 98,2% fazem tratamento medicamentoso. A seguir se aplica uma entrevista semiestruturada com dez pacientes com diabetes tipo 2 e por meio da Análise de Conteúdo Modalidade Temática, chegou-se a quatro grandes temas: 1) vida dedicada ao trabalho; 2) insegurança em relação ao diabetes tipo 2; 3) alternativas depois da aposentadoria e 4) plano terapêutico para o controle do diabete tipo 2. O resultados evidenciaram que grande parte dos sujeitos tiveram uma vida dedicada ao trabalho, que gerou satisfação e insatisfação. Antes da aposentadoria relatam que não tiveram tempo para o cuidado com o controle metabólico do diabetes, priorizaram o trabalho, o cuidado dos filhos e do lar, além de que havia uma dupla jornada de trabalho que nem sempre era dividida com seus companheiros e filhos; mesmo reconhecendo que o diabetes tem um componente genético, isto não foi suficiente para que houvesse mudanças no estilo de vida, e consideram que os aspectos emocionais interferem no controle metabólico do diabetes; identificou-se que poucos sujeitos buscaram alternativas para o ocupação do tempo livre na aposentadoria, como participação em grupos comunitários ou no desenvolvimento de habilidades pessoais; foi possível apreender que além do tratamento convencional para o controle do diabetes, os sujeitos incorporam também as práticas não convencionais como o uso de plantas medicinais, como o Nopal, amplamente difundido e reconhecido na sociedade mexicana; além disso reconhecem que existe dificuldades para as mudanças no padrão alimentar, concorrendo para isso uma história alimentar com grandes quantidades de calorias e pela difusão de outras culturas alimentares na atualidade; não existe, no plano terapêutico, a prática das atividades físicas. Nas considerações finais reconhece-se que o México tem, no seu Plano Nacional de Saúde, referenciais teóricos mais amplos como o da atenção primária à saúde e da promoção da saúde, mas ao apresentar uma organização dos serviços de proteção social e de saúde organizados por Institutos de Seguridade Social. Estes detém autonomia para a incorporação e adequação da macro política no âmbito local, e que reflete na forma de atenção à saúde, dispensada para a população usuária. Mesmo incorporando parte da política de promoção da saúde, por meio da formação dos clubes de diabéticos, ainda não é considerado a focalização na família e o seu entorno social. Nesse sentido, percebe-se que as pessoas com diabetes tipo 2, não tem um seguimento regular na assistência, assim como no autogerenciamento do seu controle metabólico, fato, evidenciado pelo grande número de consultas e internações hospitalares durante o período de um ano. Também faz parte de nossas reflexões o fato as dificuldades para a adoção de mudanças no estilo de vida parecem estar relacionadas ao aparecimento e a confirmação do diabetes tipo 2 na fase adulta, onde os costumes, crenças e valores já estão incorporados no cotidiano, por isso qualquer mudança parece ser mais penosa para estas pessoas. === This qualitative study aimed to understand life changes of retired people with diabetes type 2. First, the population with diabetes type 2 from the Clinic Hospital ISSSTE Celaya, México was characterize, from which a sample of 56 patients where extracted, 39.28% are between 60 and 69 years old, 53.6% female, 69.6% married, 35.7% housewives, 41% primary schooling, 92.8% live with relatives, 28.57% has one to five years of diagnosis, 87.7% attend consultation at least one a month, 60.7% attended more than one occasion, 39.3% ignored hospitalization causes, 66.1% has associated pathology, 98.2% is under medicament treatment. A semi-structured interview was applied to ten patients with diabetes type 2. Four main themes emerged through Content Analysis Thematic Modality: 1) life dedicated to work; 2) insecurity regarding the diabetes type 2; 3) alternatives after retirement and 4) therapeutic plan for the control of diabetes type 2. The results evidenced that a great portion of them had a life dedicated to work, which caused both satisfaction and dissatisfaction. They reported that before retiring they had no time for keeping the diabetes metabolic control, prioritized work, children and family, besides double work journey which was not always divided with their partners and children: the recognition that diabetes has a genetic component was not sufficient for changes in the life style and they consider that emotional aspects interfere in the metabolic control of diabetes; a few subjects sought alternatives for occupying their free time after retirement, such as the participation in communitarian groups or in the development of personal abilities. It was possible to infer that besides the conventional treatment for the diabetes control, subjects also incorporated non-conventional practices such as the use of medicinal plants, as Nopal, largely disseminated and known by the Mexican society. They also recognize there are difficulties in changing eating habits, which are coupled with a history of great quantity of calories ingested and to other cultural eating habits currently disseminated, no therapeutic plan or practice of physical activities. It is acknowledged, in the final considerations, that the Mexican National Health Plan follows ample theoretical references such as those of primary health care and health promotion. However, its organization of services for social protection and health are performed by Social Security Institutes. These institutes have autonomy to incorporate and adequate the macro policy in the local sphere which is reflected in the form of health care delivered to the user population. Even incorporating part of the health promotion policy through the creation of diabetic clubs, the family focus and its social environment have not being considered. In this sense, it is perceived that people with diabetes type 2 do not have a regular follow-up in the assistance or self manage their metabolic control, which is evidenced by the great number of consultations and hospitalizations during a one-year period. The difficulties in adopting changes in their life styles seem to be related to the appearance and confirmation of diabetes type 2 in adult age, when habits, beliefs and values are incorporated in routine; thus, any change seems to be more difficulty for them.