Summary: | Com a finalidade de contribuir para a compreensão da violência como um problema de saúde pública, o presente trabalho foi realizado através de um estudo de caso da violência familiar contra crianças e adolescentes de O a 18 anos de idade, efetuado no período de 1990 a 1993, na cidade de Maringá- PR. Através dos casos denunciados em instituições competentes, a identificação da violência foi feita dentro de um enfoque quantitativo. Num segundo momento, buscou-se a compreensão do significado desse tipo de violência através de uma abordagem qualitativa. Por meio de entrevistas e com o auxílio da técnica de associação de imagens, buscou-se compreender o significado que a violência física familiar tem para os atores sociais que a vivenciaram direta ou indiretamente, e suas justificativas frente a tais atos. Observou-se que 63,8 por cento dos casos denunciados são de violência fisica e que, destes, 48,2 por cento mostram a violência física familiar, revelando que esta incide, principalmente, na faixa etaria compreendida entre 12 e 15 anos de idade, onde o pai surge como principal agressor e a mãe e o vitimizado são os principais agentes denunciantes. Verificou-se, ainda, que o tipo de violência varia de acordo com o sexo e a idade da vítima. Tanto as vítimas como os agressores assimilam a violência física familiar como práticas disciplinadoras e somente as identificam como violência quando ultrapassam seus parâmetros de normalidade, os quais parecem estar relacionados com o grau de violência sofrido anteriormente.
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This study aims to contribute for the comprehension o f the violence as a Public Health\'s problem. It was developed through a case study of familiar violence against children and adolescents aged from O to 18 years. It takes in account the cases which have occurred during the period from 1990 to 1993, in the city of Maringá-PR-Brazil. The identification o f the violence was done by a quantitative model, through the denounced cases in competent institutions. In a second step, the comprehension of the meaning of this kind of violence was searched through a qualitative approach. The techniques of interview and the association of images were used to verify which meaning the familiar physical violence has for the social actors who direct or indirectly felt this violence. Their justification to this kind of acts was also considered. It was observed that 63,8 per cent of the denounced cases are related to physical violence and that 48,2 per cent of that cases present the familiar physical violence. This data show that this violence appears mainly in ages from 12 and 15 years, where the father is the main aggressor and the mother and the victim are the main informers. It was also verified that the sort of violence varies according to the victim\'s sex and age. Either the victim or the aggressors assimilate the familiar physical violence as disciplinary practices. The violence is only identified by them as violence when it surpasses their parameters of normality, that seem to be related to the degree of violence they have suffered before.
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