Corpo e escrita: a elaboração da AIDS em Caio Fernando Abreu e Hervé Guilbert

A partir de um estudo comparado dos textos À lami qui ne ma pas sauvé la vie, de Hervé Guibert, e Cartas para além do muro, de Caio Fernando Abreu, esta pesquisa tem por objetivo analisar a maneira segundo a qual esses autores elaboraram, através de seus textos literários, a experiência de um co...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Guilherme Fernandes
Other Authors: Claudia Consuelo Amigo Pino
Language:Portuguese
Published: Universidade de São Paulo 2016
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8146/tde-14032017-140331/
Description
Summary:A partir de um estudo comparado dos textos À lami qui ne ma pas sauvé la vie, de Hervé Guibert, e Cartas para além do muro, de Caio Fernando Abreu, esta pesquisa tem por objetivo analisar a maneira segundo a qual esses autores elaboraram, através de seus textos literários, a experiência de um corpo abalado pelos sintomas da AIDS. Suas narrativas apontam para um movimento de elaboração ética e estética do corpo, fazendo da escrita um instrumento fundamental para refletir sobre suas condições físicas e estabelecer laços afetivos com outros indivíduos em um período (fim da década de 1980 e início da década de 1990) no qual o conhecimento acerca da enfermidade era limitado, ao passo que o preconceito em torno das formas de contágio e da vida sexual dos portadores do vírus HIV era ainda mais notório do que atualmente. Dessa forma, a base teórica deste estudo será pautada por autores que abordaram questões referentes ao corpo e suas relações com a linguagem, a identidade, o poder e a ética. === From a comparative study of texts À l\'ami qui ne m\'a pas sauvé la vie, Hervé Guibert, and \"Cartas para além do muro\", Caio Fernando Abreu, this research aims to analyze the way in which these authors have developed, in their literary texts, the experience of a body affected by the symptoms of AIDS. In their narratives we see an ethical and an aesthetic development of the body. In this sense, writing is a way to reflect on their physical conditions and establish emotional bonds with other individuals in a period (the late 1980s and early 1990s) in which the knowledge about this disease was limited, while the prejudice about the ways of infection and sexual lives of people with HIV was even more remarkable than today. Thus, the theoretical basis of this study will be guided by authors who have written about the body, relating it to language, identity, power and ethics.