Summary: | Objetivo: Investigar as funções neuropsicológicas executivas de sujeitos com fissura de lábio e palato unilateral, com agenesia do incisivo lateral mesial à área da fissura, na dentição permanente. Metodologia: A amostra foi constituída de 66 indivíduos, de ambos os sexos, na faixa etária de 7 a 12 anos, sem síndromes ou anomalias associadas, sendo o grupo experimental, G1 composto por 46 sujeitos com fissura de lábio e palato unilateral completa, operados em época oportuna, com agenesia de incisivo lateral mesial à área da fissura, na dentição permanente e G2, como grupo controle, com 20 sujeitos sem fissura e com presença clínica de incisivos laterais superiores permanentes. Foram avaliadas radiografias panorâmicas e periapicais da região da fissura do G1 disponíveis nos arquivos do HRAC-USP. Para avaliação neuropsicológica foram utilizados os seguintes instrumentos: Teste das Matrizes Progressivas Coloridas, Teste Stroop de Cores e Palavras, Escala de inteligência Wechsler para crianças, Teste Wisconsin de Classificação de Cartas e Teste de Atenção Visual. Resultados: Quando avaliada a flexibilidade cognitiva em termos da função executiva, ambos os grupos apresentaram boa performance. As habilidades relacionadas à resistência à distração e à velocidade de processamento tiveram performances com prejuízos estatisticamente significantes para o G1. Conclusões: Os indivíduos com fissura de lábio e palato unilateral com agenesia do incisivo lateral mesial à área da fissura na dentição permanente, apresentaram risco para alterações nas funções executivas atencionais. No entanto, não se pode afirmar que a ausência do incisivo lateral à mesial da fissura, esteja relacionadas às alterações neuropsicológicas verificadas nesta pesquisa ou se a fissura de lábio e palato unilateral completa por si só, seja responsável por elas. Sugere-se que estudos comparativos com a presença de dente à mesial da fissura e maior número amostral sejam realizados para confirmar tais resultados.
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Aim: To investigate the neuropsychological executive functions of individuals with unilateral cleft lip and palate with hypodontia of the lateral incisor mesial to the cleft area in the permanent dentition. Methodology: The sample was composed of 66 individuals of both genders, aged 7 to 12 years, without syndromes or associated anomalies, being G1 composed of 46 individuals with complete unilateral cleft lip and palate operated in proper timing, with hypodontia of the lateral incisor mesial to the cleft area in the permanent dentition; and G2, as control group, comprising 20 individuals without cleft with clinical presence of permanent maxillary lateral incisors. Panoramic and periapical radiographs of the cleft area available in the files of HRAC-USP were analyzed. The neuropsychological evaluation was performed using the following instruments: Ravens Progressive Matrices, Stroop Color and Word Test, Wechsler Intelligence Scale for Children, Wisconsin Card Sorting Test and Visual Attention Test. Results: When the cognitive flexibility was analyzed in relation to the executive function, both groups presented good performance. The abilities related to resistance to distraction and processing speed revealed statistically significantly worse outcomes for G1. Conclusions: Individuals with unilateral cleft lip and palate with hypodontia of the lateral incisor mesial to the cleft area in the permanent dentition presented risk for changes in attentional-executive functions. However, it cannot be stated whether hypodontia of the lateral incisor mesial to the cleft is may be related to the cause of neuropsychological changes observed in this study, or if complete unilateral cleft lip and palate per se may account for these changes. Studies comparing the presence of the tooth mesial to the cleft area with larger sample sizes are suggested to confirm these results.
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