Nas fissuras do concreto: política e movimento nas hortas comunitárias da cidade de São Paulo

Esta dissertação analisa algumas das hortas urbanas comunitárias da cidade de São Paulo. Trata-se de uma etnografia que explora as conexões, motivações e formas de ação desses agrupamentos autogeridos de voluntários que criam e mantêm espaços de plantio em áreas públicas. São tratadas de maneira...

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Bibliographic Details
Main Author: Mariana Luíza Fiocco Machini
Other Authors: Jose Guilherme Cantor Magnani
Language:Portuguese
Published: Universidade de São Paulo 2017
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-12092018-135858/
Description
Summary:Esta dissertação analisa algumas das hortas urbanas comunitárias da cidade de São Paulo. Trata-se de uma etnografia que explora as conexões, motivações e formas de ação desses agrupamentos autogeridos de voluntários que criam e mantêm espaços de plantio em áreas públicas. São tratadas de maneira mais detida três delas: a Horta das Corujas, no bairro da Vila Beatriz, a Horta do Centro Cultural São Paulo, no bairro Vergueiro e a Horta dos Ciclistas, na Avenida Paulista. A intenção dessa análise, no entanto, não é se ater a territórios fixos, e sim apreender os movimentos propiciados pela prática das hortas comunitárias na cidade. Dessa maneira, são aqui traçadas algumas das relações entre essas hortas e outras formas de agricultura urbana em São Paulo, os entrelaçamento e perspectivas de co-construções que emergem entre humanos e não humanos, além de suas relações com instâncias políticas formais. A interação entre as ações no espaço público, as técnicas e os ensinamentos de agroecologia propagados pelas hortas e a rede de trocas que opera entre elas expõe maneiras de se vincular à cidade que são permeadas por uma noção de política do cotidiano, a qual não se encontra apenas nas relações com o e do Estado. === This dissertation analyses some of the community urban gardens of São Paulo, SP. We have carried out an ethnography exploring the connections, motives and ways of action of those selfmanaged groups of volunteers, who create and keep cultivating spaces amidst public areas. We focus of three urban gardens: Horta das Corujas [Owls Garden], at Vila Beatriz neighborhood, the São Paulo Cultural Center Garden, at Vergueiro neighborhood; and Horta dos Ciclistas [Cyclers Garden], at Paulista Avenue. This analysis is not restrained, however, to fixed territories, but rather apprehends the movements engendered by community garden practices in the city. Thus, we trace some relations between those gardens and other forms of urban agriculture in São Paulo, their intertwining and the co-construction perspectives that emerges among humans and non-humans, as well as their relations with formal public agents. The interaction among actions performed in public spaces, the agroecology techniques and teachings, and their exchange network are embedded with a concept of everyday politics, practiced not only by or in face of the State.