Um épico possível: refuncionalizações de técnicas, formas e clichês, em Nashville, de Robert Altman

Lançado em 1975, Nashville é uma das últimas produções de um período da cinematografia norte-americana conhecido como Nova Hollywood ou Renascença Hollywoodiana. Tomando a capital da música country nos EUA como objeto de crítica e pano de fundo espacial da narrativa, o filme reflete sobre proble...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Antonio Marcos Aleixo
Other Authors: Marcos Cesar de Paula Soares
Language:Portuguese
Published: Universidade de São Paulo 2013
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-12082013-130516/
Description
Summary:Lançado em 1975, Nashville é uma das últimas produções de um período da cinematografia norte-americana conhecido como Nova Hollywood ou Renascença Hollywoodiana. Tomando a capital da música country nos EUA como objeto de crítica e pano de fundo espacial da narrativa, o filme reflete sobre problemas políticos e sociais de seu tempo. A tese que orienta o presente trabalho é a de que a imagem da História evocada em sua narração só foi possível porque o diretor e seus colaboradores fizeram um esforço consciente para apropriar-se do repertório fílmico industrial de técnicas, formas e até mesmo clichês, refuncionalizando-o de modo a torná-lo adequado à expressão de sua visão crítica. O resultado é, ao mesmo tempo, um retrato dialético dos EUA no início dos anos 1970, uma prova da possibilidade da encenação épica no contexto industrial e um exemplo de resistência cultural a partir da organização produtiva dos trabalhadores do cinema. === Launched in 1975, Nashville is one of the last productions of a period in American cinema known as the New Hollywood or Hollywood Renaissance. Taking the capital of country music in the USA as the object of criticism and spatial backdrop of its narrative, the film reflects upon social and political problems of its time. The thesis that guides the present study is that the image of history evoked by its narration was possible only because the director and his collaborators made a conscious effort to apropriate the repertoire of industrial filmic techniques, forms and even clichés, refunctioning it to make it suitable to the expression of their critical point of view. The result is, all at the same time, a dialectical picture of the USA at the beginning of the 1970s, concrete evidence of the possibility of epic mise-en-scène in the industrial context and an example of cultural resistance built upon the productive organization of cinema workers.