Summary: | Os frutanos são carboidratos não-disponíveis, classificados como fibra alimentar solúvel e, também, prebióticos. Chegam intactos no intestino grosso (IG) e sofrem fermentação pela microbiota, fornecendo ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), gases e biomassa. Os objetivos foram avaliar a fermentação in vivo e in vitro de frutanos da cebola (Allium cepa L.) e seu efeito no intestino grosso de ratos. Durante 38 dias, ratos machos Wistar receberam ração controle (RC) ou suplementada com cebola (10% de frutanos) (RF). Na fermentação in vivo foram avaliados: peso e umidade das fezes, umidade do conteúdo cecal, AGCC, peso total e parede do ceco e pH. Paralelamente, fragmentos do ceco e cólon foram coletados para avaliação morfométrica e proliferação celular. Na fermentação in vitro, as frações indigeríveis das rações (RC e RF) e da cebola foram avaliadas sob diferentes parâmetros, como: pH, AGCC, fermentabilidade e resíduo nãofermentado. A fermentação in vivo causou no grupo frutanos 10%, em relação ao controle, os seguintes efeitos: aumento significante do peso e umidade das fezes, da umidade do conteúdo cecal, do peso e parede do ceco e da concentração de AGCC e diminuição do pH cecal, no grupo frutanos 10% em relação ao controle. Na fermentação in vitro, houve alterações tanto quantitativas como qualitativas de todos os substratos fermentados. De acordo com todas as variáveis analisadas, a RF apresentou maior fermentabilidade quando comparada com a RC. O grupo frutanos 10% apresentou, no ceco, aumento significante no tamanho das criptas, no número de criptas bifurcadas e no índice metafásico em relação ao controle. No cólon não foi evidenciada qualquer mudança microscópica entre os grupos. Os resultados indicam que a ingestão de frutanos causou mudanças significantes nos parâmetros fermentativos, tanto na fermentação in vivo (ratos) quanto na in vitro e na proliferação celular do ceco. A fermentação in vitro mostrou o possível perfil fermentativo dos substratos, a RF teve fermentabilidade maior que a RC. Esse perfil foi confirmado in vivo, onde o grupo frutanos 10% apresentou aumento na produção de AGCC em relação ao controle. O aumento do butirato provavelmente provocou efeito trófico do ceco, evidenciado pelo aumento de peso e de proliferação celular.
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Fructans are unavailable carbohydrates, c1assified as soluble dietary fiber and prebiotics. They arrive intact in the large intestine (LI) and are fermented by the microbiota. This fermentation mainly produces short chain fatty acids (SCFA), gases and biomass. The objectives were evaluation of the in vitro and in vivo fermentation of onion fructans (Allium cepa L.) and their effect in the large intestine of rats. Male Wistar rats received, for 38 days, control diet (CD) or onion supplemented diet (10% fructans) (FD). In the in vivo fermentation were evaluated: faeces weight and moisture, moisture of caecal content, SCFA, cecum weight and wall and pH. In parallel, fragments of cecum and colon were collected for morphometric and cellular proliferation evaluation. In the in vitro fermentation, non-digestible fractions of CD and FD were evaluated under different parameters, such as: pH, SCFA, fermentability and non-fermentable residues. In vivo fermentation caused, in the 10% fructans group in relation to the control group, the following effects: a significant increase in faeces weight and moisture, in the moisture of caecal content, in cecum weight and wall, in the concentration of SCFA and a decrease in the caecal pH. The in vitro fermentation showed both quantitative and qualitative changes of all fermented substracts. The FD presented greater fermentability when compared to the CD, according to all variables analyzed. The 10% fructans group presented greater depth and fission of caecal crypts and metaphasic index in relation to the control group. No microscopic changes were noticed in the colon between the groups. The results indicated that the ingestion of fructans caused significant changes on the fermentative parameters, both in vivo (rats) and in vitro fermentation, and on cell proliferation in the cecum. In vitro fermentation indicated a possible fermentative behavior of the substracts and the FD had greater fermentability than the CD. These results were confirmed in vivo, once the 10% fructans group presented an increase in the SCFA production compared to the control group. The increase in butyrate might have caused the trophic effect of the cecum, which was noticed by the increase in weight and cellular proliferation.
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