Regime de distúrbio e dinâmica da regeneração natural na Floresta Pluvial Atlântica Submontana
Em uma parcela permanente de 10,24 ha na Floresta Pluvial Atlântica Submontana do Parque Estadual Carlos Botelho (Sete Barras, SP, Brasil), este estudo teve o intuito de descrever o regime de distúrbio do dossel e avaliar a regeneração natural sob diferentes regimes de luz. Para tanto, foi reali...
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Other Authors: | |
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Universidade de São Paulo
2007
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Crescimento vegetal
Ecologia de comunidades Florestas pluviais Luz Mata Atlântica Mortalidade Calathea communis Guadua tagoara Canopy gaps Floristics Growth Hemispherical photography Herb stratum Light Mortality Physical damage Phytosociology Species richness Renato Augusto Ferreira de Lima Regime de distúrbio e dinâmica da regeneração natural na Floresta Pluvial Atlântica Submontana |
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Em uma parcela permanente de 10,24 ha na Floresta Pluvial Atlântica Submontana do Parque Estadual Carlos Botelho (Sete Barras, SP, Brasil), este estudo teve o intuito de descrever o regime de distúrbio do dossel e avaliar a regeneração natural sob diferentes regimes de luz. Para tanto, foi realizado o levantamento de todas as clareiras da parcela, que foram mensuradas e tiveram sua idade aproximada estimada. Em seguida, foram instaladas 42 parcelas de 10x10m para avaliar a regeneração natural em três regimes luminosos: dossel contínuo (18 parcelas), clareiras pequenas a médias (11) e clareiras grandes com abundância de Guadua tagoara (Nees) Kunth (13). O regime de luz foi caracterizado por fotografias hemisféricas tomadas ao centro das parcelas. O estudo da regeneração natural foi divido em: estrato herbáceo (i.e., ervas menores que um metro de altura), avaliado através da cobertura do solo estimada pelo método de interceptação de linha; e estrato arbustivo, avaliado através dos indivíduos com altura maior que 1m, e com diâmetro à altura do peito menor que 5cm. Para estes indivíduos anotou-se a espécie, diâmetro, altura total e área de copa, além da presença de partes reprodutivas e substrato de germinação. Informações sobre hábito, grupo sucessional e síndrome de dispersão das espécies também foram obtidas. Após um ano, uma reavaliação permitiu analisar a mortalidade, danos, recrutamento e crescimento. Apesar de 67% das clareiras terem sido menores que 150 m2 , o regime de distúrbio foi atípico, principalmente pela contribuição de clareiras maiores que 750 m2 , e pela área média e total que variaram respectivamente de 419 a 799 m2 , e de 26 a 49%, dependendo do método de delimitação de clareira. A densidade foi de 6 clareiras.ha -1 e a taxa de recorrência variou entre 91 e 220 anos, dependendo dos métodos. Houve diferença significativa entre os ambientes para a maioria dos índices de luz, especialmente para a radiação total incidente com médias entre 909 e 2.400 mols.m-2.ano-1. Observou-se diferença significativa entre ambientes na cobertura por ervas, porém os resultados variaram entre espécies. No estrato arbustivo, houve diferença significativa na composição e abundância das espécies, inclusive entre clareiras médias e sub-bosque. A densidade de ervas e arbustos foi maior nos ambientes mais iluminados, assim como a densidade de pioneiras e secundárias iniciais. O recrutamento em um ano (16%) apresentou diferenças nos ambientes, com 63% dos recrutas apenas nas grandes clareiras. O mesmo não ocorreu com a taxa de mortalidade cujas principais causas foram os danos físicos e dessecamento. Para os 13% de indivíduos danificados em um ano, houve destaque para danos ligados à extração de palmito. Apenas os danos físicos naturais apresentaram diferença entre ambientes, com grandes clareiras sendo as mais danosas. No geral e entre as 25 espécies avaliadas separadamente, houve uma tendência de crescimento maior com o aumento da incidência luminosa. Clareiras pequenas a médias tiveram significativamente maior riqueza, diversidade e menor dominância de espécies que o sub-bosque. Clareiras grandes com bambu tiveram menor riqueza e diversidade, mas contribuíram com a manutenção da diversidade beta da parcela permanente.
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In a 10.24 ha permanent plot of Tropical Lower Montane Atlantic Rain Forest in the Carlos Botelho State Park (Sete Barras, SP, Brazil), this study aimed to describe the canopy disturbance regime and to assess natural regeneration under different light regimes. In order to do so, the plot was completely surveyed for canopy gaps that were measured and had their approximate age estimated. Then, 42 10x10 m plots were established to evaluate natural regeneration under three light regimes: understory (18 plots), small to medium canopy gaps (11 plots) and large gaps abundant in Guadua tagoara (Nees) Kunth (13 plots). The light regime was characterized through hemispherical photographs taken at each plot center. Natural regeneration was dived into: herb stratum (i.e., herbs below one meter in height) assessed through soil coverage using the line intercept method; and shrub stratum or all plant individuals taller than one meter high and thinner than 5 cm in diameter at breast height. All individuals were identified to species and measured for diameter, height, crown height and area, besides notes on the presence of reproductive structures and germination substrate. Information on growth form, dispersal syndrome and ecological group were also obtained for each species. After one year, one reevaluation was made to assess mortality, damages, recruitment and growth. Although 67% of gaps were smaller than 150 m2 , the plot disturbance regime was atypical mainly by the contribution of gaps bigger than 750 m2 and by the average and total gap area that varied respectively from 419 to 799 m2 , and from 26 to 49% depending on the gap delimitation method. Gap density was 6 gaps.ha-1 and the turnover rate varied from 91 to 220 years depending on the gap method employed. There was significant difference between environments among the light index, especially for total incident radiation with means varying from 909 and 2,400 mols.m-2.y-1. It was found significant differences on herb soil coverage between environments, although the results varied among species. In the shrub stratum, species composition and abundance was significantly different, even between small to medium canopy gaps and the understorey. Herb and shrub densities were bigger in the more enlightened environments, as well as pioneer and early secondary species densities. Recruitment over the year (16%) was different between environments with large gaps accounting for 63% of all recruits. Similar difference was not found for mortality rate that had physical damage and desiccation as main death causes. Amid the 13% of damage individuals in the course of one year, there was noticeable contribution of damages linked to illegal extraction of palm-heart. Differences between environments were present only for physical damages with large gaps being the most damaging environment. In general and among the 25 species evaluated separately, there was a tendency of bigger growth with enhancement in light incidence. Small to medium gaps had significantly higher species richness and diversity, and lower dominance compared to the understorey. Large gaps had lower richness and diversity, but they contributed to maintain beta diversity of the permanent plot.
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Para tanto, foi realizado o levantamento de todas as clareiras da parcela, que foram mensuradas e tiveram sua idade aproximada estimada. Em seguida, foram instaladas 42 parcelas de 10x10m para avaliar a regeneração natural em três regimes luminosos: dossel contínuo (18 parcelas), clareiras pequenas a médias (11) e clareiras grandes com abundância de Guadua tagoara (Nees) Kunth (13). O regime de luz foi caracterizado por fotografias hemisféricas tomadas ao centro das parcelas. O estudo da regeneração natural foi divido em: estrato herbáceo (i.e., ervas menores que um metro de altura), avaliado através da cobertura do solo estimada pelo método de interceptação de linha; e estrato arbustivo, avaliado através dos indivíduos com altura maior que 1m, e com diâmetro à altura do peito menor que 5cm. Para estes indivíduos anotou-se a espécie, diâmetro, altura total e área de copa, além da presença de partes reprodutivas e substrato de germinação. Informações sobre hábito, grupo sucessional e síndrome de dispersão das espécies também foram obtidas. Após um ano, uma reavaliação permitiu analisar a mortalidade, danos, recrutamento e crescimento. Apesar de 67% das clareiras terem sido menores que 150 m2 , o regime de distúrbio foi atípico, principalmente pela contribuição de clareiras maiores que 750 m2 , e pela área média e total que variaram respectivamente de 419 a 799 m2 , e de 26 a 49%, dependendo do método de delimitação de clareira. A densidade foi de 6 clareiras.ha -1 e a taxa de recorrência variou entre 91 e 220 anos, dependendo dos métodos. Houve diferença significativa entre os ambientes para a maioria dos índices de luz, especialmente para a radiação total incidente com médias entre 909 e 2.400 mols.m-2.ano-1. Observou-se diferença significativa entre ambientes na cobertura por ervas, porém os resultados variaram entre espécies. No estrato arbustivo, houve diferença significativa na composição e abundância das espécies, inclusive entre clareiras médias e sub-bosque. A densidade de ervas e arbustos foi maior nos ambientes mais iluminados, assim como a densidade de pioneiras e secundárias iniciais. O recrutamento em um ano (16%) apresentou diferenças nos ambientes, com 63% dos recrutas apenas nas grandes clareiras. O mesmo não ocorreu com a taxa de mortalidade cujas principais causas foram os danos físicos e dessecamento. Para os 13% de indivíduos danificados em um ano, houve destaque para danos ligados à extração de palmito. Apenas os danos físicos naturais apresentaram diferença entre ambientes, com grandes clareiras sendo as mais danosas. No geral e entre as 25 espécies avaliadas separadamente, houve uma tendência de crescimento maior com o aumento da incidência luminosa. Clareiras pequenas a médias tiveram significativamente maior riqueza, diversidade e menor dominância de espécies que o sub-bosque. Clareiras grandes com bambu tiveram menor riqueza e diversidade, mas contribuíram com a manutenção da diversidade beta da parcela permanente. In a 10.24 ha permanent plot of Tropical Lower Montane Atlantic Rain Forest in the Carlos Botelho State Park (Sete Barras, SP, Brazil), this study aimed to describe the canopy disturbance regime and to assess natural regeneration under different light regimes. In order to do so, the plot was completely surveyed for canopy gaps that were measured and had their approximate age estimated. Then, 42 10x10 m plots were established to evaluate natural regeneration under three light regimes: understory (18 plots), small to medium canopy gaps (11 plots) and large gaps abundant in Guadua tagoara (Nees) Kunth (13 plots). The light regime was characterized through hemispherical photographs taken at each plot center. Natural regeneration was dived into: herb stratum (i.e., herbs below one meter in height) assessed through soil coverage using the line intercept method; and shrub stratum or all plant individuals taller than one meter high and thinner than 5 cm in diameter at breast height. All individuals were identified to species and measured for diameter, height, crown height and area, besides notes on the presence of reproductive structures and germination substrate. Information on growth form, dispersal syndrome and ecological group were also obtained for each species. After one year, one reevaluation was made to assess mortality, damages, recruitment and growth. Although 67% of gaps were smaller than 150 m2 , the plot disturbance regime was atypical mainly by the contribution of gaps bigger than 750 m2 and by the average and total gap area that varied respectively from 419 to 799 m2 , and from 26 to 49% depending on the gap delimitation method. Gap density was 6 gaps.ha-1 and the turnover rate varied from 91 to 220 years depending on the gap method employed. There was significant difference between environments among the light index, especially for total incident radiation with means varying from 909 and 2,400 mols.m-2.y-1. It was found significant differences on herb soil coverage between environments, although the results varied among species. In the shrub stratum, species composition and abundance was significantly different, even between small to medium canopy gaps and the understorey. Herb and shrub densities were bigger in the more enlightened environments, as well as pioneer and early secondary species densities. Recruitment over the year (16%) was different between environments with large gaps accounting for 63% of all recruits. Similar difference was not found for mortality rate that had physical damage and desiccation as main death causes. Amid the 13% of damage individuals in the course of one year, there was noticeable contribution of damages linked to illegal extraction of palm-heart. Differences between environments were present only for physical damages with large gaps being the most damaging environment. In general and among the 25 species evaluated separately, there was a tendency of bigger growth with enhancement in light incidence. Small to medium gaps had significantly higher species richness and diversity, and lower dominance compared to the understorey. Large gaps had lower richness and diversity, but they contributed to maintain beta diversity of the permanent plot. 2007-04-19 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/masterThesis http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/tde-12062007-094338/ por info:eu-repo/semantics/openAccess Universidade de São Paulo Recursos Florestais USP BR reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP instname:Universidade de São Paulo instacron:USP |