Prevalência do baixo nível de atividade física e sua associação no comprometimento da mobilidade e risco para óbito em idosos residentes no município de São Paulo

Introdução: Em 2008, o baixo nível de atividade física (< 30 min de atividade moderada/vigorosa por dia) foi responsável por 9 por cento da ocorrência de óbito no mundo. Além disso, está associado ao comprometimento de mobilidade em idosos com 80 anos e mais. No entanto, devido a dificuldade...

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Bibliographic Details
Main Author: Igor Conterato Gomes
Other Authors: Yeda Aparecida de Oliveira Duarte
Language:Portuguese
Published: Universidade de São Paulo 2016
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-12052016-150330/
Description
Summary:Introdução: Em 2008, o baixo nível de atividade física (< 30 min de atividade moderada/vigorosa por dia) foi responsável por 9 por cento da ocorrência de óbito no mundo. Além disso, está associado ao comprometimento de mobilidade em idosos com 80 anos e mais. No entanto, devido a dificuldades metodológicas, poucos são os estudos populacionais que realizaram a associação entre baixo nível de atividade física e comprometimento de mobilidade e risco para óbito, utilizando método objetivo para avaliação da atividade física, e ainda não se tem conhecimento de pesquisas que verificaram essa associação na América Latina. Objetivo: Identificar a prevalência do baixo nível de atividade física e sua associação com o comprometimento da mobilidade e risco para óbito em idosos com 65 anos e mais residentes no município de São Paulo em 2010. Métodos: Estudo exploratório e quantitativo de base populacional, que utilizou a base de dados do Estudo SABE de 2010 e ocorrência de óbito em 2014. Foram avaliados 599 indivíduos em 2010. O nível de atividade física foi analisado de duas maneiras: 1) baixo nível de atividade física (< 30 minutos de atividade moderada e/ou vigorosa por dia) e alto nível de atividade física (> 30 minutos de atividade moderada e/ou vigorosa por dia); e 2) a amostra foi distribuída em tercis, de acordo com as contagens por minuto, e agrupada em dois grupos, sendo os idosos do mais baixo tercil classificados com baixo nível de atividade física e os idosos dos dois outros tercis como intermediário/alto nível de atividade física. A regressão logística hierárquica foi utilizada para: 1) identificar as variáveis associadas ao baixo nível de atividade física; 2) analisar a associação do baixo nível de atividade física no comprometimento da mobilidade; e 3) estimar o risco para óbito em idosos com baixo nível de atividade física. A curva de sobrevida foi analisada com o método de Kaplan-Meier utilizando o teste de log-rank e o risco proporcional foi calculado pelo modelo de risco proporcional de Cox. Resultados: A prevalência de baixo nível de atividade física em idosos foi de 85,4 por cento e as variáveis associadas, após ajuste, foram sexo (feminino), grupo etário (>75 anos), multimorbidade (> 2 doenças crônicas), dor crônica (dor crônica nos últimos 3 meses) e índice de massa corporal (maior valor médio). O baixo nível de atividade física permaneceu significativamente associado ao comprometimento de mobilidade (OR= 3,49; IC95 por cento = 2,00 6,13) e ao risco para (RP= 2,79; IC95 por cento = 1,71 4,57), mesmo após ajuste das variáveis sóciodemográficas e clínicas. Conclusão: A prevalência do baixo nível de atividade física em pessoas idosas residentes no Município de São Paulo é superior aos encontrados na população brasileira, mas se aproxima de outras populações que utilizaram o mesmo método de avaliação da atividade física. O baixo nível de atividade física (< 30 min de atividades moderadas/vigorosas) foi associado com variáveis sociodemográficas (sexo feminino e grupo etário) e clínicas (multimorbidade, dor crônica e índice de massa corporal). O baixo nível de atividade física (menor tercil de contagens por minuto) foi associado ao comprometimento de mobilidade e risco para óbito em quatro anos. Dessa forma, o baixo nível de atividade física pode ser utilizado como uma forma adequada para identificar idosos com maiores chances de apresentar comprometimento da mobilidade e aumento do risco para óbito. === Introduction: In 2008, a low level of physical activity (<30 min of moderate/vigorous activity per day) accounted for 9 per cent of the occurrences of death in the world. In addition, it is associated with impaired mobility in the elderly, aged 80 and over. However, due to methodological difficulties, there are few population-based studies carried out on the association between low levels of physical activity and impaired mobility and the risk of death, using an objective method to evaluate physical activity; and to date there are no known studies which have verified this association in Latin America. Objective: To identify the prevalence of low levels of physical activity and its association with impaired mobility and the risk of death in elderly individuals aged 65 and over living in the city of São Paulo in 2010. Methods: This was an exploratory and quantitative population-based study which used the database of the SABE study 2010 and the occurrences of death in 2014; 599 individuals were evaluated in 2010. The level of physical activity was analyzed in two ways: 1) low level of physical activity (<30 minutes of moderate and/or vigorous activity daily) and high level of physical activity (> 30 minutes moderate and/or vigorous activity daily); and 2) the sample was divided into tertiles according to the counts per minute, and grouped into two groups, the elderly in the lowest tertile classified as low level of physical activity and the elderly in the remaining two tertiles as intermediate/high level physical activity. Hierarchical logistic regression was used to: 1) identify the variables associated with low levels of physical activity; 2) analyze the association between low levels of physical activity and impaired mobility; and 3) estimate the risk of death in elderly individuals with low levels of physical activity. The survival curve was analyzed by the Kaplan-Meier method using the log-rank test and the proportional risk was calculated using the Coxs proportional hazards model. Results: The prevalence of elderly individuals with low levels of physical activity was 85.4 per cent and the associated variables, after adjustment, were sex (female), age group (>75 years), multimorbidity (>2 chronic diseases), chronic pain (chronic pain in the previous 3 months) and body mass index (highest mean value). A low level of physical activity remained significantly associated with impaired mobility (OR = 3.49, CI95 per cent 2.00 to 6.13) and risk of death (HR = 2.91, CI95 per cent 1.75 to 4.82), even after adjusting for sociodemographic and clinical variables. Conclusion: The prevalence of low levels of physical activity in elderly individuals living in São Paulo was higher than those found in the Brazilian population, however comes close to other populations that used the same method to assess physical activity. A low level of physical activity (< 30 min moderate/vigorous activity) was associated with sociodemographic (female and age group) and clinical variables (multimorbidity, chronic pain and body mass index). A low level of physical activity (lowest tertile) was associated with impaired mobility and the risk of death in four years. Thus, a low level of physical activity could be used as an appropriate method to identify elderly people who are more likely to present impaired mobility and an increased risk of death.