Insubordina-te, educação matemática! responsabilidade e paz em Bertrand Russell
O propósito do presente estudo consiste em construir uma relação entre as teorizações de Bertrand Russell matemático e filósofo de expressão no século XX e as preocupações mais recentes de matemáticos e educadores matemáticos contemporâneos, nomeadamente por meio das linhas de pesquisa emergen...
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Universidade de São Paulo
2015
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Educação matemática Etnomatemática Insubordinação Paz Bertrand Russell Education Ethnomatematics Insubordination Mathematics Peace Júlio César Augusto do Valle Insubordina-te, educação matemática! responsabilidade e paz em Bertrand Russell |
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O propósito do presente estudo consiste em construir uma relação entre as teorizações de Bertrand Russell matemático e filósofo de expressão no século XX e as preocupações mais recentes de matemáticos e educadores matemáticos contemporâneos, nomeadamente por meio das linhas de pesquisa emergentes nas últimas décadas, dentre as quais destaco a Etnomatemática, conforme a concebe Ubiratan DAmbrosio. Isto porque muito do debate acerca dos princípios e das motivações da educação matemática apresenta convergências muito relevantes com as mais importantes críticas russellianas aos modos de pensar e sentir da humanidade no século passado. Para isto, apoio-me no conceito de crise proposto em Hannah Arendt como um momento em que as respostas consolidadas pela tradição não respondem mais às questões emergentes da atualidade e, por isso, devemos reler os autores do passado como se ninguém jamais os houvesse lido antes. Afinal, afirma-se quase que consensualmente que a educação matemática encontra-se em crise e, inspirando-me em Arendt, sinto-me impelido à releitura de Russell para encontrar interpretações que colaborem para o enfrentamento das problemáticas em que nos debatemos. Remeto-me assiduamente à obra de Paulo Freire para fundamentar a perspectiva política da educação que também ocorre a Russell e a DAmbrosio. E daí decorre a elaboração de uma relação entre a obra russelliana e as quatro dimensões da paz propostas por DAmbrosio, que evidencia a atualidade da obra do filósofo. Considero este trabalho, efetivamente, uma construção em Filosofia da Educação Matemática que retoma em Russell aquilo que recentemente retornou ao centro das preocupações sociais, inclusive da perspectiva da educação matemática: nossas crises sociopolíticas, econômicas e ambientais. Trata-se, portanto, de um exame, inspirado em Russell, de nossas responsabilidades, como matemáticos e educadores matemáticos, com a paz em suas múltiplas dimensões algo que demanda insubordinações permanentes.
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The purpose of this study is to build a relationship between the theories of Bertrand Russell mathematician and philosopher of expression in the twentieth century and the latest concerns of mathematicians and mathematics educators contemporaries, notably through emerging research areas in recent decades, among which highlight the Ethnomatematics, as conceived by Ubiratan D\'Ambrosio. This is because much of the debate about the principles and motivations of mathematics education has very relevant convergence with the most important russellian critics of the ways of thinking and feeling of humanity in the past century. For this, I support the concept of crisis proposed in Hannah Arendt as a time when the answers consolidated by tradition no longer respond to emerging issues of the day, and so we should reread the authors of the past as if no one had ever read them before. After all, it is said almost consensus that education mathematics is in crisis and, according to Arendt, I feel compelled to Russell rereading to find interpretations that collaborate to confront the problem in which we struggle. I refer myself assiduously to the work of Paulo Freire to support the political perspective of education that also occurs to Russell and D\'Ambrosio. And it follows the development of a relationship between Russell\'s work and the four dimensions of peace proposed by D\'Ambrosio, highlighting the relevance of the work of the philosopher. This is effectively a text in Mathematics Education Philosophy which takes in what Russell recently returned to the center of social concerns, including the perspective of mathematics education: our socio-political, economic and environmental crises. It is, therefore, an examination, inspired by Russell, of our responsibilities, as mathematicians and mathematics educators, with peace in their multiple dimensions something that demands permanent insubordination.
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