Summary: | Introdução: A epidemia de dengue ocorrida em Aparecida, no ano de 2007, pode ter sido causada por vários fatores, como exemplo a falta de participação popular nas atividades de controle de criadouros do mosquito citada pelos agentes comunitários de saúde (ACSs). O principal objetivo foi investigar o pensamento técnico emitido pelos ACSs e o senso comum, o qual pode subsidiar técnicas e linguagens adequadas para uma participação popular efetiva. Metodologia: Dada a importância das mulheres nos cuidados da casa e dos ACSs no repasse de informações técnicas sobre a dengue, esses foram os dois grupos alvos da pesquisa. A técnica do Discurso do Sujeito Coletivo foi utilizada para identificar o conhecimento sobre a dengue e o vetor Aedes aegypti. Essa técnica consistiu em analisar o material verbal coletado por meio de questões abertas, relacionadas à biologia do mosquito vetor, às responsabilidades no controle da dengue e às fontes de informações que influenciaram na construção do conhecimento sobre a doença e o vetor. Resultados: Tanto os ACSs quanto a população definiram a reprodução do mosquito relacionada à água, porém há confusão sobre qual o tipo mais adequado para a reprodução. Na visão das mulheres a população precisa colaborar mais nas atividades de controle, porém a responsabilidade é atribuída ao governo. Já os agentes revelaram a necessidade da conscientização da população quanto às responsabilidades. Houve confusão sobre qual o papel do governo nas atividades na visão dos ACSs, pois o próprio trabalho foi representado como o governo. Conclusões: A contribuição efetiva e permanente dos moradores é fundamental. Por isso é preciso reavaliar as formas de repasse de informações e melhorar o treinamento e formação dos agentes que devem orientar a população não apenas para a prática de técnicas, mas principalmente para o exercício da cidadania.
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Introduction: The 2007 dengue epidemic in Aparecida was caused by many factors, but health community agents (HCA) point to the lack of cooperation on the part of the population in controlling the breeding sites of the vector mosquito. Accordingly, the present study assessed the technical opinion of the HCAs and the nontechnical opinion of the population to gather information that will be used to improve the techniques and language employed to promote public participation. Methods: The target groups chosen were women, who play an important role in domestic duties, and HCAs, who provide technical information about dengue. The qualitative-quantitative collective subject discourse technique was used to determine the subjects knowledge about dengue and the mosquito Aedes aegypti. The material analyzed was collected from the subjects answers to open questions about the biology of the vector mosquito, responsibilities of controlling dengue and sources of information used to increase knowledge about the disease and the vector. Results: Both the HCAs and the women associated mosquito reproduction with water, but their knowledge on the type of water used on its reproduction was scant The women reported that the population must take part more effectively in control activities, but relegated to the government the duty of dengue control. The HCAs stated that the population must be more conscious of their role in control activities. The HCAs were confused about governments responsibility in dengue control and assumed that their work was the only action the government could take. Conclusion: Community participation in dengue control has to be effective and permanent. Thus, information transfer methods must be reevaluated and training and formation of the HCAs improved. In addition, the population must be not only instructed about control techniques, but motivated to join community projects.
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