O açúcar no café: agromanufatura açucareira e modernização em São Paulo (1850-1910)
A agromanufatura canavieira foi responsável pela transformação da Capitania de São Paulo em área de exportação, nas últimas décadas do período colonial. Após a independência, o café foi introduzido no Vale do Paraíba e no Litoral Norte, regiões tributárias do porto do Rio de Janeiro, e no final...
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Universidade de São Paulo
2010
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Análise Cana-de-açúcar modernização da agricultura São Paulo Agricultural modernization Agriculture Analysis Cane sugar São Paulo José Evando Vieira de Melo O açúcar no café: agromanufatura açucareira e modernização em São Paulo (1850-1910) |
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A agromanufatura canavieira foi responsável pela transformação da Capitania de São Paulo em área de exportação, nas últimas décadas do período colonial. Após a independência, o café foi introduzido no Vale do Paraíba e no Litoral Norte, regiões tributárias do porto do Rio de Janeiro, e no final da década de 1820, já constituía a principal lavoura comercial dessa área. A produção e exportação de açúcar do Oeste Paulista, voltada para o mercado externo, se expandiu até meados do século XIX. Baseada sobre o braço escravo, carreou para Província milhares de escravos africanos. Na década de 1840, senhores de engenho do Oeste introduziram a lavoura cafeeira em larga escala, em suas propriedades, fazendo com que a exportação de café superasse a de açúcar pelo porto de Santos, em 1850. A partir desse momento, a agromanufatura escravista canavieira converteu-se ao mercado interno, abastecendo o complexo cafeeiro. Muitos desses engenhos escravistas, da segunda metade do século XIX, introduziram uma lavoura de exportação sem abandonar a produção de derivados de cana, transformaram-se em propriedades de produção mista. Após duas décadas de regressão, a produção açucareira paulista voltou a crescer, no final dos anos de 1870. O novo crescimento se deu, no entanto, nos quadros da grande indústria capitalista, baseada em tecnologia avançada e trabalho assalariado. Entre 1878 e 1910, foram inaugurados mais de dez engenhos centrais em São Paulo, responsáveis por mais de 90% da produção de açúcar do Estado, no final do período. Este trabalho visa estudar essa agromanufatura açucareira escravista voltada para o abastecimento interno, após o fim do tráfico atlântico de cativos, e a criação e consolidação dessa primeira agroindústria sucroalcooleira moderna em São Paulo.
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In the late colonial period, sugarcane agromanufatura turned the província of São Paulo into an exportation area. After that, in the Independence period, the coffee plantation penetrated the Vale do Paraíba and North Coast regions - both linked to the port of Rio de Janeiro - and, in the lates 1820\'s, coffee represented its main commercial crop. The production os sugar in Oeste Paulista - aimed at the export market - had been expanded by the middle of the nineteenth century and thousand of African slaves formed its working force. In the 1840\'s, planters of Oeste started to plant coffee on a large scale, and by 1850 its exportation had overcome that of sugar at the port of Santos. Thereafter, the slave-based sugarcane agromanufatura moved towards the internal market, supplying the coffee production. Many of the engenhos, in the second half of the nineteenth century, became properties of mixed production, developing, at the same time, exportation and production of sugar derivatives. After two decades of decline, the sugarcane production in São Paulo increased again in late 1870. It was only possible, however, within the frames of the great capitalist industry, based on advanced technology and wage labor. Between 1878 and 1910, more than ten engenhos centrais were opened in São Paulo, and it was responsible for more than 90% of sugar production in the Porvincia, at the end of the period. This thesis aims to study slave-based sugar agromanufatura related to the internal market, after the end of Atlantic slave trade, and after the creation and the consolidation of this modern agro sugarcane in São Paulo.
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