Summary: | Este estudo teve por objetivo investigar a associação transtornos de ansiedade e depressão e do uso de medicamentos com o líquen plano oral (LPO). O grupo de estudo compreendeu pacientes com diagnóstico clínico e histopatológico de LPO, segundo critérios da Organização Mundial de Saúde (WHO, 1978), com ou sem envolvimento cutâneo ou de outras mucosas. Um grupo controle composto por indivíduos sem lesão de líquen plano cutâneo e/ou mucoso, com perfil semelhante ao dos pacientes com LPO em relação ao sexo, idade e cor, foi incluído. Para avaliação de transtornos de ansiedade e depressão foram aplicadas duas escalas de auto-avaliação, respectivamente, o Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE-T) e a Escala de Rastreamento Populacional para Depressão - Center for Epidemiologic Studies Depression Scale (CES-D), ambas as escalas validadas internacionalmente. O uso diário de medicamentos foi analisado de acordo com os seguintes critérios: (1) classificação de medicamentos de acordo com o código ATC (Anatomical Therapeutic Chemical - classificação pela OMS, versão 2007), (2) quantidade de medicamentos utilizados - monofarmacia: 1 medicamento, polifarmacia menor: 2 a 4 medicamentos, e polifarmacia maior: 5 ou mais medicamentos, e (3) uso de medicamentos com potencial de induzir reação liquenóide a drogas. Sessenta e três pacientes LPO (média de idade = 54,2 anos, relação mulher/homem 6:1) e 35 do grupo controle (média de idade = 53,3 anos, relação mulher/homem 4:1) compuseram a casuística de pacientes avaliados. Os resultados demonstraram que não houve diferenças estatisticamente significantes (P > 0,05) entre o grupo LPO e o grupo controle com relação aos transtornos de ansiedade e depressão e o uso de medicamentos. Em conclusão, transtornos de ansiedade e depressão e o uso de medicamentos parecem não constituir fatores diretos na etiopatogenia do LPO. Todavia, esses fatores devem ser considerados na avaliação geral do paciente LPO, principalmente em termos de tratamento da lesão oral.
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This study was aimed at investigating the possible association of the anxiety and depression disorders and the use of drugs with the oral lichen planus (OLP). The study group included patients with clinical and histopathologic diagnosis of OLP, according World Health Organization criteria (WHO, 1978), with or without skin and others mucosal involvement. A control group composed of individuals without skin and/or mucosal lichen planus, with similar characteristics to the OLP patients in respect to the sex, age and skin color, was included. For evaluation of anxiety and depression disorders a two self-administered scale the State-Trait Anxiety Inventory (STAI-T) and the Center for Epidemiologic Studies Depression Scale (CES-D) scales were applied, both internationally validated scales. The daily drug intake was analyzed according to the following criteria: (1) classification of drugs according the ATC code (Anatomical Therapeutic Chemical - classification by OMS, 2007 version), (2) amount of drugs used - monopharmacy: 1 drug, minor polipharmacy: 2 a 4 drugs, e major polipharmacy: 5 or more drugs, and (3) use of drugs with potential to induce a lichenoid drug reaction. Sixty-three patients (mean age = 54.4 years, ratio female/male = 6:1) and 35 individuals of control group (mean age = 53.3 years, ratio female/male = 4:1) composed the sample of patients evaluated. The results showed that there were no statistically significant differences (P> 0.05) between the OLP group and the control group with respect to anxiety and depression and the use of drugs. In conclusion, anxiety and depression disorders and the use of drugs seem to play no direct role in the etiopathogenesis of OLP. However, these factors should be considered for general evaluation of OLP patients, mainly for therapeutic purposes.
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