Estresse oxidativo e envelhecimento

Este trabalho enfatiza o estabelecimento de parâmetros relacionados ao estado de estresse oxidativo em uma população de idosos, avaliando-se: níveis de antioxidantes de baixo peso molecular no plasma, vitC, αTC e βCT assim como a sua ingestão alimentar diária; atividade das enz...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Sandra Castro Poppe
Other Authors: Virginia Berlanga Campos Junqueira
Language:Portuguese
Published: Universidade de São Paulo 2001
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/46/46131/tde-11032019-102753/
Description
Summary:Este trabalho enfatiza o estabelecimento de parâmetros relacionados ao estado de estresse oxidativo em uma população de idosos, avaliando-se: níveis de antioxidantes de baixo peso molecular no plasma, vitC, αTC e βCT assim como a sua ingestão alimentar diária; atividade das enzimas antioxidantes eritrocitárias (CuZn-SOD, CAT e GPX) níveis de produtos derivados da oxidação de lipídios, mais especificamente as substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (SRAT) e a atividade do burst oxidativo em neutrófilos sanguíneos. Foram estudados 90 idosos, residentes na comunidade, com idade igual ou superior a 65 anos, selecionados a partir de uma sub-amostra do projeto EPIDOSO sob acompanhamento regular no Centro de Estudos do Envelhecimento da Universidade Federal de São Paulo. Os parâmetros acima foram comparados aos de uma população adulta jovem saudável (40-49 anos). A ingestão alimentar diária de vitC, vitE e βCT, na população idosa é bastante superior em relação ao grupo de adultos jovens e, também, superior às RDA (recomendações dietéticas diárias). Isto, provavelmente, se deve à orientação clínica e nutricional a que esta população idosa vem sendo submetida, ao longo do tempo. Este dado reforça a importância de um acompanhamento clínico sistemático e diferenciado para o indivíduo idoso. Apesar da adequada ingestão diária de antioxidantes, pela dieta, as concentrações plasmáticas encontradas não se correlacionam com a ingestão, e são inferiores, às concentrações plasmáticas encontradas na população de adultos jovens. Estes resultados indicam que, uma dieta ainda que equilibrada e adequada, não proporciona, concentrações plasmáticas de antioxidantes em idosos, adequadas para controlar a atividade de espécies oxidantes. Estas baixas concentrações plasmáticas de vitC, αTC e βCT, encontradas nos idosos, podem ser atribuídas à diferenças na absorção, distribuição e biodisponibilidade destes antioxidantes, próprias do envelhecimento. A atividade específica das enzimas antioxidantes são superiores às da população de jovens. Além disso, os parâmetros oxidativos são maiores na população idosa, reforçando a idéia do estresse oxidativo presente no envelhecimento. Esses idosos (90) foram submetidos a uma suplementação vitamínico-mineral diária de 800mg de αTC, 15mg de βCT, 2g de vitC e 100 µg de selênio, para observarmos modificações nos parâmetros oxidantes. O estudo de suplementação, randomizado, duplo-cego e controlado por placebo, foi desenhado da seguinte forma: os idosos foram divididos em 2 grupos de tratamento, T1 e T2, onde T1 recebeu inicialmente a suplementação vitamínico-mineral (100 dias) e, depois do período de washout (período em que os parâmetros medidos retornam para os valores basais) recebeu suplementação com placebo (100 dias). O tratamento T2 apresentou desenho inverso (cross-over) ou seja, recebeu a suplementação placebo nos primeiros 90 dias e nos últimos 90 dias recebeu a suplementação vitamínico-mineral. A análise dos resultados após a suplementação vitamínico-mineral demonstra, para T1 e para T2, um aumento nas concentrações plasmáticas de antioxidantes acompanhado de uma diminuição na atividade das enzimas antioxidantes implicando, possivelmente, uma resposta adaptativa da célula. Os parâmetros oxidativos determinados (SRAT e burst oxidativo de neutrófilos) diminuíram com a suplementação. === This work emphasizes the setting of oxidative stress-related parameters in a population of aged individuals, evaluating: plasmatic levels of low molecular weight antioxidants, vitamin C, α-tocopherol (αTC) and β-carotene (βCT) as well as their daily intake; activity of erythrocyte antioxidant enzymes (CuZnSOD, CAT and GPX); lipid oxidation-derived products, more specifically thiobarbituric acid-reactant substances, and blood neutrophil oxidative burst activity. We studied 90 aged subjects living in the community, with ages 65 or more, selected from a subsample of EPIDOSO project under regular supervision by the Centro de Estudos do Envelhecimento of Universidade Federal de São Paulo. The parameters above mentioned were compared to those of a healthy young adult population. The daily intake of vitC, vitE and βCT of the aged population is well above that of young adults, and also above the RDA This is probably due to the clinical and nutritional orientation that has been offered to this aged group. This fact attests to the importance of systematic and specific clinical counseling to the elderly. Despite the proper daily intake of antioxidants, the plasmatic concentrations of these antioxidants do not correlate to their intake, being lower than the plasmatic concentrations in young adults. These results suggest that even a balanced and adequate diet is not enough, in the elderly, to promote the plasmatic antioxidant concentration needed to contral the activity of oxidant species. These low plasma levels of vitC, vitE and βCT in the elderly can be attributed to changes in absorption, distribution, and bioavailability of these antioxidants, which are common in the aging process. The specific activities of the antioxidant enzymes are higher than those of the younger population. Additionally, the oxidative parameters are higher in the aged group, supporting the idea that oxidative stress is involved in the aging process. These aged subjects received a vitamin-mineral supplementation (800 mg αTC, 15 mg βCT, 2g vitC and 100 µg selenium) aiming to modify the oxidative parameters. The randomized, double blind and placebo-controlled supplementation study was thus designed: the aged subjects were divided in 2 treatment groups, T1 and T2, where T1 received, first the vitamin-mineral supplementation (100 days) and then, after a washout period, a placebo treatment (100 days). The T2 group received the same treatment, but in inverse order (cross-over). The result analysis shows an increase in the plasmatic antioxidant concentrations in both treated groups, as well as a decrease in the activities of the antioxidant enzymes, hinting to an adaptive cellular response. The supplementation also decreased the assessed oxidative parameters (SRAT and neutrophil oxidative burst).