O Rio e a Represa: ciência, progressismo e crítica bíblica na obra de Andrew Dickson White
O estudo a seguir investiga as origens e o contexto histórico de um conceito historiográfico, a saber, a chamada tese do conflito entre a ciência e a religião. Segundo esta tese, a prática científica possuiria uma indisposição natural e recíproca para com as práticas religiosas, levando-as a um...
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Universidade de São Paulo
2017
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Crítica Bíblica
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Crítica Bíblica
História da Ciência Historiografia Biblical Criticism Historiography History of Science Pedro Henrique Rodrigues de Oliveira Issa O Rio e a Represa: ciência, progressismo e crítica bíblica na obra de Andrew Dickson White |
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O estudo a seguir investiga as origens e o contexto histórico de um conceito historiográfico, a saber, a chamada tese do conflito entre a ciência e a religião. Segundo esta tese, a prática científica possuiria uma indisposição natural e recíproca para com as práticas religiosas, levando-as a um conflito inevitável e historicamente verificável. Os próceres dessa interpretação foram John William Draper (1811-1882), James Young Simpson (1811-1870) e Andrew Dickson White (1832-1918), sobre o qual este trabalho se debruça. White foi, dentre os três, o único que ocupou cadeiras universitárias de ensino de História, sendo considerado um dos primeiros historiadores profissionais dos Estados Unidos da América. Ao longo de décadas elaborou uma série de artigos que, compilados, lhe renderam sua Magnum opus em dois volumes, A History of the Warfare of Science with Theology in Christendom. A pesquisa se concentra em três eixos fundamentais: a) o contexto biográfico religioso de Andrew White, sua maturação filosófica e sua atuação como professor universitário, bem como o contexto histórico mundial e local no qual a obra foi produzida, rebuscando especialmente sua relação com a Universidade de Cornell; b) uma verticalização analítica dos conceitos históricos e epistemológicos empregados por White, procurando esquadrinhar as especificidades dos termos religião, ciência e teologia, bem como a retórica discursiva do autor; e finalmente c) uma apreciação histórica do desenvolvimento da Crítica Bíblica na Europa e nos Estados Unidos da América e de sua influência na obra de A. D. White. O trabalho revela de que forma o contexto político e mental do século XIX propiciou o surgimento de metáforas bélicas em diversos âmbitos, oferece razões históricas e sociais que explicam a origem do suposto conflito entre a ciência e a religião, apresenta um mapeamento conceitual da obra de White e a relevância da ascensão da Crítica Bíblica como um caminho para assegurar a secularização da prática científica.
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The following study investigates the origins and the historical context of a historiographical concept, namely, the so called conflict thesis between science and religion. According to this thesis, scientific practice is endowed with a natural and mutual indisposition regarding religious practices, bringing them to an inevitable and historically verifiable conflict. The champions of this interpretation were John William Draper (1811-1882), James Young Simpson (1811-1870) and Andrew Dickson White (1838-1918), this work dwelling upon the latter. White was, among the three, the only one to occupy university chairs of History teaching, and is considered one of the first professional historians of the United States of America. Throughout decades he elaborated a series of articles that, after compilation, rendered his Magnum opus in two volumes, A History of the Warfare of Science with Theology in Christendom. This research focuses in three fundamental axis: a) the religious biographical context of Andrew White, his philosophical maturation and his procedure as university professor, as well as the world and local historical context under which the work was yield, rummaging specially its relation to Cornell University; b) an analytical and vertical exposition of the historical and epistemological concepts employed by White, so as to scan the specificities of the terms religion, science and theology, as well as the discursive rhetoric of the author; and finally c) a historical appreciation of the development of Biblical Criticism in Europe and United States of America and its influence upon the work of A. D. White. The work reveals in which way the political and mental context of the 19th century propitiated the emergence of martial metaphors in diverse spheres, offers historical and social reasons that explain the origin of the supposed conflict between science and religion, presents a conceptual mapping of Whites work and the relevance of Biblical Criticism as a way to secure the secularization of the scientific practice.
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