Summary: | A primeira experiência urbanística feita no Brasil aplicava conhecimentos de tratados italianos. Em Salvador, os conceitos de \"cidade\" e \"fortificação\" caminharam juntos por todo o período colonial, notando-se em sua Arquitetura Militar a assimilação de novas teorias vindas da Europa, em especial da Holanda e da França. Embora não se conheça as traças e amostras que deram origem à fortaleza e povoação de 1549, imagina-se seu desenho (do arquiteto e engenheiro militar Miguel de Arruda) como o de uma cidade fortificada tipicamente renascentista. Além da referência de poucos documentos escritos (cartas de Luiz Dias, Nóbrega e a crônica de Gabriel Soares, 35 anos depois), conjectura-se sua configuração e desenvolvimento inicial principalmente pelo registro cartográfico de 1605, a planta de Albernaz. Com esse desenho, feito para dar-se execução à fortificação daquela cidade, Salvador recebia o primeiro plano de defesa e ordenação urbana, ainda sob domínio espanhol. Depois das guerras holandesas e da Restauração de Portugal (1640), surgiram novos projetos que ampliaram o seu perímetro defensivo. Pela proximidade conceitual entre cidade e fortificação, passamos em revista as principais avaliações e propostas (relatórios de João Coutinho, 1685, Miguel Pereira da Costa, 1710 e o chamado \"Projeto Massé\", de 1715), notando-se uma urbe pensada sempre em sua integridade, em constante elaboração e de zelo projetual e administrativo ligado à expectativa de cumprimento do seu desígnio. Na permanente atenção às estruturas de defesa e coesão do tecido urbano também se nota, a cada plano, uma tensão entre o que se idealizava e o que era possível fazer, entre a cidade pensada e a que se realizava. Finalizamos com uma rápida exposição dos projetos de edifícios militares coloniais de Salvador (ainda existentes, na maioria) com base no registro de meados do século XVIII (c. 1760) do engenheiro militar José Antônio Caldas, que desenvolveu intensa atividade na Aula Militar da Baía.
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The first urban experience done in Brazil applied knowledge from Italian Treaties. In Salvador, the concepts of \"city\" and \"fortress\" marched together throughout the colonial period, and in its Military Architecture it is possible to notice the assimilation of new theories coming from Europe, particularly Holland and France. Although the traces (traças e amostras) that gave rise to the fortress and settlement of 1549 are not known, its drawing (by architect and military engineer Miguel de Arruda) can be imagined as a typical Renaissance fortress city. Despite the reference of a few written documents (letters by Luiz Dias, Nóbrega and chronicle by Gabriel Soares, 35 years later), its initial configuration and development is conjectured mainly through the 1605 cartographic record, the Albernaz floor plan. With this drawing, made to execute the fortification of that city, Salvador received the first plan for urban defense and ordination, still under Spanish Domination. After the Dutch Wars and the Restoration of Portugal (1640), more projects emerged and expanded its defensive perimeter. Due to the conceptual proximity between city and fortification, we have reviewed the main proposals and evaluations (reports by João Coutinho, 1685, Miguel Pereira da Costa, 1710 and the so called \"Projeto Massé\", 1715), and have portrayed a city (urbe) always envisioned in its integrity, under constant elaboration and with project and administrative zeal linked to the expectation of fulfilling its designation. In the permanent attention to the defense and cohesion structures of the urban fabric it is also possible to notice, on each plane, a tension between what was idealized and what was possible to be done, between the envisioned city and the one accomplished. We have concluded with a brief presentation of projects for colonial military edifices in Salvador (still existing, most of them) based on the record of the mid eighteenth century (c. 1760) by military engineer José Antonio Caldas, who developed intense activity in the course Aula Militar da Baía.
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