Violência de gênero contra mulheres profissionais de enfermagem de um hospital geral do município de São Paulo

Introdução: Esse estudo investigou a violência de gênero contra mulheres profissionais de enfermagem perpetrada por parceiros íntimos (VPI), familiares e outros agressores. Objetivos: Estimar a ocorrência de violência psicológica, física, sexual; caracterizar os agressores, a busca de ajuda e lo...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Ane Rodrigues de Oliveira
Other Authors: Ana Flavia Pires Lucas D Oliveira
Language:Portuguese
Published: Universidade de São Paulo 2007
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-10122007-221036/
id ndltd-IBICT-oai-teses.usp.br-tde-10122007-221036
record_format oai_dc
collection NDLTD
language Portuguese
sources NDLTD
topic Enfermeiras clínicas
Estudos transversais
Maus-tratos conjugais
Mulheres
Mulheres maltratadas
Ocupações em saúde
Prevalência
Trabalho feminino
Violência contra a mulher
Violência doméstica
Battered women
Cross-sectional studies
Domestic violence
Health occupations
Nurse clinicians
Prevalence
Spouse abuse
Violence against women
Women
Women working
spellingShingle Enfermeiras clínicas
Estudos transversais
Maus-tratos conjugais
Mulheres
Mulheres maltratadas
Ocupações em saúde
Prevalência
Trabalho feminino
Violência contra a mulher
Violência doméstica
Battered women
Cross-sectional studies
Domestic violence
Health occupations
Nurse clinicians
Prevalence
Spouse abuse
Violence against women
Women
Women working
Ane Rodrigues de Oliveira
Violência de gênero contra mulheres profissionais de enfermagem de um hospital geral do município de São Paulo
description Introdução: Esse estudo investigou a violência de gênero contra mulheres profissionais de enfermagem perpetrada por parceiros íntimos (VPI), familiares e outros agressores. Objetivos: Estimar a ocorrência de violência psicológica, física, sexual; caracterizar os agressores, a busca de ajuda e locais procurados; analisar as diferenças entre enfermeiras e auxiliares/técnicas de enfermagem quanto à freqüência da violência de gênero e verificar a nomeação de violência aos atos de agressão identificados. Métodos: Nesse estudo transversal foram entrevistadas 179 profissionais de 20 a 59 anos (50 enfermeiras e 129 auxiliares/técnicas de enfermagem), utilizando-se um questionário validado e aplicado face a face por entrevistadoras treinadas. Resultados: A VPI foi a mais freqüente (63,7%; IC95%:55,7-70,4) seguida pela violência por outros (45,8%; IC95%:38,3-53,4) perpetrada por pacientes/acompanhantes, colegas de trabalho da área da saúde, estranhos, chefia de enfermagem e conhecidos. A violência por familiares ocupou o terceiro lugar (41,3%; IC95%: 34,0-48,9) e foi cometida, principalmente, por pai, irmãos (homens), tios e primos. Houve importante sobreposição dos tipos de VPI, sendo a forma exclusiva de violência psicológica a mais comum (19,2%), seguida pelas três formas (17,5%) e violência psicológica conjugada à física (14,7%). Auxiliares/técnicas de enfermagem referiram mais VPI que enfermeiras (p<0,05). As profissionais de enfermagem, de forma geral, buscaram pouca ajuda: 20,3% para a violência por outros, 29,3% para a violência por familiares e 29,7% para a VPI. Não perceberam o vivido como violento, 31,9% das entrevistadas. Conclusões: Os elevados índices de violência de gênero identificados evidenciam a presença dessa forma de violência também entre mulheres profissionais de saúde de alta escolaridade. Propõe-se que essa temática seja foco de atenção das equipes supervisoras nos locais de trabalho, através de uma abordagem acolhedora e ética. Sugere-se que o tema seja abordado para a proteção da saúde das profissionais e para uma melhor prática assistencial. === Background: This study investigated gender violence against female nursing staff perpetrated by male intimate partners (IPV), family members and other aggressors. Objectives: To estimate the occurrence of psychological, physical and sexual violence; characterize the aggressors, as well as the attempt to seek help and where it was sought; analyze the differences between nurses and nursing aides/technicians as to the frequency of gender violence and to verify if the acts of aggression are designated as violence. Methods: In this cross sectional study, 179 professionals, aged 20 to 59 years old, were interviewed (50 nurses and 129 nursing aides / nurse technicians). A validated questionnaire was applied in face to face interviews conducted by trained interviewers. Results: IPV was the most frequent form of violence (63.7%; IC95%:55.7-70.4), followed by violence perpetrated by others (45.8% IC95%: 38.3-53.4) including patients and people accompanying them, colleagues within the field of health, chiefs of the nursing staffs, acquaintances and strangers. Family members occupied the third place as aggressors, (41.3%; IC95%:34.0-48.9), and the majority of these were fathers, brothers, uncles and cousins. There was an important amount of overlap of the types of IPV, being that the most common exclusive form was psychological violence (19.2%), followed by psychological, physical and sexual violence in conjunction (17.5%) and then by both psychological and physical violence (14.7%). Nursing aides/ technicians mentioned the occurrence of IPV more frequently than did the nurses (p<0.05). In general, the nursing staff did not seek help frequently: only 20.3% of those who suffered violence from other aggressors, 29.3% from family members and 29.7% from IPV sought help. Those who did not perceive their experience as a form of violence represented 31.9% of the subjects interviewed. Conclusions: The high rates of gender violence identified in this study are evidence of the occurrence of this form of violence among female health professionals with high levels of education. It is suggested that team supervisors be encouraged to focus on this theme in the workplace, addressing it by means of an ethical and supportive approach. By contributing towards the protection of health professional\'s well being, this could also help improve the quality of assistance for which they are responsible.
author2 Ana Flavia Pires Lucas D Oliveira
author_facet Ana Flavia Pires Lucas D Oliveira
Ane Rodrigues de Oliveira
author Ane Rodrigues de Oliveira
author_sort Ane Rodrigues de Oliveira
title Violência de gênero contra mulheres profissionais de enfermagem de um hospital geral do município de São Paulo
title_short Violência de gênero contra mulheres profissionais de enfermagem de um hospital geral do município de São Paulo
title_full Violência de gênero contra mulheres profissionais de enfermagem de um hospital geral do município de São Paulo
title_fullStr Violência de gênero contra mulheres profissionais de enfermagem de um hospital geral do município de São Paulo
title_full_unstemmed Violência de gênero contra mulheres profissionais de enfermagem de um hospital geral do município de São Paulo
title_sort violência de gênero contra mulheres profissionais de enfermagem de um hospital geral do município de são paulo
publisher Universidade de São Paulo
publishDate 2007
url http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-10122007-221036/
work_keys_str_mv AT anerodriguesdeoliveira violenciadegenerocontramulheresprofissionaisdeenfermagemdeumhospitalgeraldomunicipiodesaopaulo
AT anerodriguesdeoliveira genderviolenceagainstfemalemembersofthenursingstaffinageneralhospitalinthemunicipalityofsaopaulobrazil
_version_ 1718914140250046464
spelling ndltd-IBICT-oai-teses.usp.br-tde-10122007-2210362019-01-21T23:56:02Z Violência de gênero contra mulheres profissionais de enfermagem de um hospital geral do município de São Paulo Gender-violence against female members of the nursing staff in a general hospital in the municipality of São Paulo, Brazil Ane Rodrigues de Oliveira Ana Flavia Pires Lucas D Oliveira Marcia Thereza Couto Falcão Elisabeth Meloni Vieira Enfermeiras clínicas Estudos transversais Maus-tratos conjugais Mulheres Mulheres maltratadas Ocupações em saúde Prevalência Trabalho feminino Violência contra a mulher Violência doméstica Battered women Cross-sectional studies Domestic violence Health occupations Nurse clinicians Prevalence Spouse abuse Violence against women Women Women working Introdução: Esse estudo investigou a violência de gênero contra mulheres profissionais de enfermagem perpetrada por parceiros íntimos (VPI), familiares e outros agressores. Objetivos: Estimar a ocorrência de violência psicológica, física, sexual; caracterizar os agressores, a busca de ajuda e locais procurados; analisar as diferenças entre enfermeiras e auxiliares/técnicas de enfermagem quanto à freqüência da violência de gênero e verificar a nomeação de violência aos atos de agressão identificados. Métodos: Nesse estudo transversal foram entrevistadas 179 profissionais de 20 a 59 anos (50 enfermeiras e 129 auxiliares/técnicas de enfermagem), utilizando-se um questionário validado e aplicado face a face por entrevistadoras treinadas. Resultados: A VPI foi a mais freqüente (63,7%; IC95%:55,7-70,4) seguida pela violência por outros (45,8%; IC95%:38,3-53,4) perpetrada por pacientes/acompanhantes, colegas de trabalho da área da saúde, estranhos, chefia de enfermagem e conhecidos. A violência por familiares ocupou o terceiro lugar (41,3%; IC95%: 34,0-48,9) e foi cometida, principalmente, por pai, irmãos (homens), tios e primos. Houve importante sobreposição dos tipos de VPI, sendo a forma exclusiva de violência psicológica a mais comum (19,2%), seguida pelas três formas (17,5%) e violência psicológica conjugada à física (14,7%). Auxiliares/técnicas de enfermagem referiram mais VPI que enfermeiras (p<0,05). As profissionais de enfermagem, de forma geral, buscaram pouca ajuda: 20,3% para a violência por outros, 29,3% para a violência por familiares e 29,7% para a VPI. Não perceberam o vivido como violento, 31,9% das entrevistadas. Conclusões: Os elevados índices de violência de gênero identificados evidenciam a presença dessa forma de violência também entre mulheres profissionais de saúde de alta escolaridade. Propõe-se que essa temática seja foco de atenção das equipes supervisoras nos locais de trabalho, através de uma abordagem acolhedora e ética. Sugere-se que o tema seja abordado para a proteção da saúde das profissionais e para uma melhor prática assistencial. Background: This study investigated gender violence against female nursing staff perpetrated by male intimate partners (IPV), family members and other aggressors. Objectives: To estimate the occurrence of psychological, physical and sexual violence; characterize the aggressors, as well as the attempt to seek help and where it was sought; analyze the differences between nurses and nursing aides/technicians as to the frequency of gender violence and to verify if the acts of aggression are designated as violence. Methods: In this cross sectional study, 179 professionals, aged 20 to 59 years old, were interviewed (50 nurses and 129 nursing aides / nurse technicians). A validated questionnaire was applied in face to face interviews conducted by trained interviewers. Results: IPV was the most frequent form of violence (63.7%; IC95%:55.7-70.4), followed by violence perpetrated by others (45.8% IC95%: 38.3-53.4) including patients and people accompanying them, colleagues within the field of health, chiefs of the nursing staffs, acquaintances and strangers. Family members occupied the third place as aggressors, (41.3%; IC95%:34.0-48.9), and the majority of these were fathers, brothers, uncles and cousins. There was an important amount of overlap of the types of IPV, being that the most common exclusive form was psychological violence (19.2%), followed by psychological, physical and sexual violence in conjunction (17.5%) and then by both psychological and physical violence (14.7%). Nursing aides/ technicians mentioned the occurrence of IPV more frequently than did the nurses (p<0.05). In general, the nursing staff did not seek help frequently: only 20.3% of those who suffered violence from other aggressors, 29.3% from family members and 29.7% from IPV sought help. Those who did not perceive their experience as a form of violence represented 31.9% of the subjects interviewed. Conclusions: The high rates of gender violence identified in this study are evidence of the occurrence of this form of violence among female health professionals with high levels of education. It is suggested that team supervisors be encouraged to focus on this theme in the workplace, addressing it by means of an ethical and supportive approach. By contributing towards the protection of health professional\'s well being, this could also help improve the quality of assistance for which they are responsible. 2007-09-21 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/masterThesis http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-10122007-221036/ por info:eu-repo/semantics/openAccess Universidade de São Paulo Medicina (Medicina Preventiva) USP BR reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP instname:Universidade de São Paulo instacron:USP